A esposa Fake do Magnata Frio
A esposa Fake do Magnata Frio
Por: Julliany Soares
Capítulo Um.

Ice Northwindh

Acabo a cirurgia que foi um sucesso, como de costume, uma das enfermeiras aproxima-se de mim já na saída do centro cirúrgico, dizendo que a mãe do paciente quer me ver, olho para ela com frieza e peço que o outro cirurgião fale com a mãe do paciente, se há algo que amo ainda neste mundo é salvar vidas, mas não suporto falar com os familiares do paciente, principalmente as mães, talvez pelo motivo que fere a minha alma, já que desde os doze anos perdi a única mulher que já fui capaz de amar, minha mãe morreu em uma sala cirúrgica após o parto, seu coração parou e sequer sei o que aconteceu com o bebê que ela esperava, muito menos quem é o meu pai, cresci e me tornei um homem poderoso e bem-sucedido, mas com uma alma ferida e cicatrizes profundas.

 Para o mundo, sou conhecido como o melhor cirurgião cardiovascular da Europa, residindo em meio ao luxo e à opulência da Itália. Mas por trás da minha fachada impenetrável, há uma história de abandono e uma aversão feroz ao amor e uma perda que não consigo superar.

Tudo começou quando eu tinha apenas doze anos. Minha mãe, a única pessoa que eu amava, faleceu, após um parto cujo bebê sequer conheci, eu estava estudando fora, quando meu avô me buscou, me dando a notícia de que eu nunca mais viria a minha mãe, que ela estava grávida e teve um problema cardíaco e faleceu no parto.

Desde aquele dia, eu tracei o meu destino como médico cardiologista, eu queria de alguma forma, tentar salvar vidas, para sentir que se tivesse um médico tão bom quanto eu me tornei, nenhuma mulher perderia sua vida com insuficiência cardíaca.O meu avô se tornou também o meu pai.

Ele foi o único que permaneceu ao meu lado, dedicando-se a me criar com amor e dedicação. Mas a ausência da minha mãe deixou uma ferida profunda na minha alma, uma cicatriz que nunca cicatrizou completamente.

Desde então, prometi a mim mesmo que nunca permitiria que alguém se aproximasse o suficiente para me ferir novamente. Tornei-me um mestre na arte do distanciamento emocional, um mulherengo que nunca se envolve em relacionamentos sérios. Para mim, o amor era uma ilusão perigosa, uma fraqueza que eu não podia me dar ao luxo de permitir sentir.

Minha dedicação à medicina tornou-se minha salvação e minha redenção. Com uma determinação feroz, mergulhei de cabeça nos estudos, dedicando-me a me tornar o melhor cirurgião que o mundo já viu. E eu consegui. Meu avô, que sempre acreditou em mim, deixou-me uma herança generosa, que eu transformei em um império de hospitais e clínicas, os Hospitais Northwindh, espalhados por toda a Europa.

No entanto, por trás de todo o meu sucesso e riqueza, há uma solidão silenciosa que me consome. Eu abomino o amor não porque não deseje, mas porque tenho medo dele. Medo de me entregar, medo de ser abandonado novamente, medo de enfrentar a dor da rejeição e principalmente medo de perder quem eu amo.

Chego em casa pela manhã, após uma cirurgia de quinze horas, eu estava exausto, era a primeira vez em quinze dias que chegava em casa, mas antes de pensar em dormir, passo na cozinha para comer algo.

Ao entrar na cozinha, fui surpreendido ao encontrar Crystal , diante do fogão. Com uma colher na mão e um sorriso travesso nos lábios, ela estava mexendo em uma panela com uma expressão de concentração.

—O que você está fazendo aqui?— perguntei, sem conseguir conter minha surpresa.

Crystal ergueu os olhos da panela e me encarou com um brilho divertido nos olhos.

 —Bem, eu poderia perguntar o mesmo para você, Ice, já que mora no hospital.Mas como pode ver , estou cozinhando.

Seu sarcasmo era evidente, e eu não pude deixar de sorrir diante de sua resposta. Cruzei os braços, desafiando-a silenciosamente.

—Espero que saiba o que está fazendo. Não quero envenenamento por comida no meu currículo.— comentei, tentando manter um tom sério.

Crystal soltou uma risada musical, balançando a colher de pau como se fosse uma varinha mágica.

—Oh, Ice, você realmente acha que eu faria algo tão previsível assim? Afinal, aprendi com os melhores em Harvard. E, vamos ser sinceros, você está mais propenso a morrer de tédio do que de intoxicação alimentar nesta casa seu doutor gelo.

—Nossa, até você já está me chamando assim, por acaso esteve no hospital e a propósito, chegou quando?—perguntei curioso, já que faziam anos que não a via, mas ela continuou em silêncio.

Seus olhos cintilavam com diversão, e eu não pude deixar de admirar sua confiança e seu humor. Havia algo cativante em sua presença, algo que desafiava a monotonia da minha rotina diária. Aquela interação inusitada marcou o início de uma relação cheia de brincadeiras, sarcasmo e uma inesperada atração, ao menos ela era engraçada.

Ela coloca o seu prato ao que parecia ser algum de tipo de mingau e logo pego um prato e entrego a ela, a mesma coloca para mim e sentamos um ao lado do outro.

—O que faz aqui? Achei que estava feliz com sua vida nos Estados Unidos, ou Cambridge não é mais a sua cidade preferida?

—Acontece que a família do meu noivo é daqui, e nosso casamento será em duas semanas.

— Se a família dos seu noivo é daqui, o que está fazendo na minha mansão?—digo irritado, como ela pode se casar tão rápido?

— O seu avô não te contou? Ele insistiu que eu ficasse aqui até me casar, achei que você não se importaria, já que nem mora nesta casa enorme mesmo.

— Eu moro aqui Crystal, essa é minha casa, a visita aqui é você.

—Relaxe Ice, você é tão irritadinho doutor gelo, agora entendo por qual motivo todos funcionários do hospital te chamam assim, é muita frieza dentro de um único homem, come logo antes que esfrie.

—Você vai casar? Tem certeza que ama esse homem?—pergunto segurando a colher e tentando ser o mais racional possível.

—Você está com ciúmes?Não se preocupe, ainda continuará com o seu papel de melhor amigo, mas respondendo as suas perguntas, sim, como falei, caso-me em duas semanas e eu amo o Nick, ele é o tipo de homem que sempre busquei e eu estou muito feliz, ele é perfeito.

—Como pode ter tanta certeza, mas você é muito bobona mesmo, entenda que os homens são previsíveis e todos machucam, você só não quer enxergar as imperfeições dele.

— Ele não é você doutor gelo, estive fora por anos, mas acompanhei tudo que você fez, além de doutor gelo, sei que também se tornou o mulherengo da Itália, sua fama chegou em Cambridge, já que faz questão de exibir quem você é para todos e se torna sempre o centro das atenções.

—É, pelo menos mostro quem sou, não faço com o Nick que esconde quem ele é, boa sorte com esse seu casamento com o homem perfeito que você idealiza.

Termino de comer em silêncio e ela sai da cozinha irritada, em seguida subo para o meu quarto e se não fosse o cansaço físico, eu não conseguiria dormir após me irritar com Crystal que insiste em fazer o papel de boba.

Continua...

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