Capítulo Quatro.

Crystal Frost

Ao vê-lo despertar, questiono se ele se lembra do que aconteceu na noite passada. A expressão dele se turva por um momento, como se estivesse lutando para recuperar as lembranças perdidas.

Lentamente, começo a relembrar os eventos da noite anterior. Desci as escadas e o encontrei deitado no sofá da sala, completamente embriagado e abraçado com uma garrafa de vinho. Tentei tirar a garrafa dele, mas ele me puxou para seus braços musculosos, me envolvendo em um abraço caloroso.

Ele me olhou nos olhos e disse que, apesar de saber que eu estava sofrendo pelo Nick nada perfeito, estava feliz por eu não ter me casado com um homem que não me merecia.

Tentei me afastar dos braços dele, mas então ele sussurrou suavemente em meu ouvido:

—Crystal, meu pai não me quis, minha mãe morreu de forma trágica, meu avô está doente e provavelmente não sobreviverá por muito tempo. Eu não quero ficar sozinho, quero estar ao lado de alguém que me ame. Você não pode se casar com ninguém, eu preciso de você.

Suas palavras ecoaram em minha mente, penetrando profundamente em meu coração. Eu me peguei novamente naquela manhã olhando para ele com uma mistura de compaixão e compreensão, percebendo que, apesar de todas as suas falhas e traumas, ele também está buscando por amor e companheirismo, assim como eu acreditava ter por Nick.

Com um leve suspiro, volto à realidade ao ouvir meu nome escapar dos lábios dele.

— Crystal? — Ele pergunta, como se tentasse se situar no momento presente.

Sorrio gentilmente e respondo:

— Te encontro no hospital, preciso ir na frente.

Com essas palavras, me afasto, deixando-o para enfrentar suas próprias batalhas internas. Enquanto caminho em direção à porta, sinto uma mistura de emoções dentro de mim, mas sei que meu lugar está ao lado de meu pai, aquele que sempre esteve presente em minha vida, mesmo nos momentos mais difíceis.

Ainda estava confusa com a ligação do meu pai, me pedindo para me encontrar no hospital Northwind, ao que parecia ser uma reunião com o avô do Ice.

Antes de entrar no carro com o motorista do Ice, ele apareceu e segurou minha mão, me levando de volta para sua mansão.

Ele parecia tenso e nervoso. Sentamos à mesa do jantar e então ele pegou uma jarra de suco e colocou um pouco no copo para mim, dizendo:

— Tome seu café da manhã comigo, depois iremos juntos ao hospital. Tenho uma proposta para lhe fazer no caminho.

— Você não se lembra de nada que aconteceu ontem à noite? — perguntei, um pouco confusa.

Ele olhou para mim, um brilho de nervosismo em meus olhos, e respondeu:

— Bem, eu lembro de dançar a macarena em cima da mesa, tentar recitar poesia em russo e, ah, sim, acho que gritei: eu sou uma batata frita do telhado. Mas fora isso, nada realmente importante.

Eu levantei uma sobrancelha, contendo uma risada.

— Ah, claro, apenas sua típica noite, abraçar a garrafa de vinho como se fosse uma mulher. Dançar a macarena e declamar poesia em russo são atividades totalmente normais para um magnata como você.

Ele riu nervosamente, parecendo aliviado pela minha resposta descontraída.

— Bem, você sabe como é, às vezes é preciso soltar a batata frita interior.

— Claro, quem não gosta de se sentir como uma batata frita de vez em quando? — eu disse, tomando um gole do suco e sorrindo.

—Tem algo que eu deva lembrar ou talvez repetir?—ele me pergunta tocando em meus cabelos e olhando com seus olhos azuis intensos, engulo em seco e pego a jarra e coloco mais suco no meu copo e bebo tudo de uma vez.

Ele sorri e diz:

—Você acordou esta manhã com muita sede, será que teve uma noite tão quente assim?Ou foi pelo fato de eu ter lhe agarrado acreditando que fosse minha garrafa de vinho?

Continua..

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