KATH— Por que está me falando essas coisas? — eu perguntei. Ele, ainda bem, já tinha abaixado a camisa e, claro, feito uma piada ridícula sobre eu não precisar ter vergonha, uma vez que logo estaria tocando em tudo. — Companheiros não devem manter segredos, não é mesmo? — ele disse e eu inspirei fundo. — Não somos companheiros! — eu o lembrei. — Reagan é o meu predestinado! Reece não se incomodou. Pelo contrário, sorriu descontraidamente e se levantou, andando até onde eu estava. — Sabe, Kath, tem mais uma coisinha que você deveria saber sobre mim — ele disse e se inclinou na minha direção. Eu fui para trás, porém, ele me segurou pelos ombros e a boca dele foi para o meu ouvido. Eu arregalei os olhos quando ouvi o que ele tinha a dizer. — E eu vou tomar tudo o que é meu por direito, meu bem. Incluindo você. — Você é louco! — eu movi minhas mãos para perto do meu rosto, a fim de que ele visse. Reece segurou meus dedos e os beijou, ou tentou, porque eu os puxei. — Não quero outro
KATHEu acabei mesmo dormindo e, quando acordei, estava morta de fome. Morta, mesmo. Olhei para a porta e queria que aquela mocinha tão simpática aparecesse novamente. Sem Reece por perto, eu tinha certeza de que conseguiria comer melhor. Não demorou e meu desejo foi realizado. Dessa vez, era uma sopa. Eu não reclamaria, porque estava com fome, mas terminei de comer muito rápido e ainda sentia que precisava de mais. Quando já estava saindo do banheiro após realizar minha limpeza pessoal, Reece abriu a porta do quarto e entrou, sorrindo para mim. — Pronta para irmos a um lugar? Descansou?Eu torci a boca, mas assenti. — Excelente! Venha! — ele fez sinal para que eu o seguisse e eu o fiz. Reece era mais ou menos do mesmo tamanho de Reagan, com uma estrutura super parecida, mas eu sabia que não era o meu macho. — Não queria ter assustado você. Eu olhei para ele e levantei os ombros. — Fui muito grosseiro. Eu estava com raiva, mas você não tem culpa, não é mesmo? — eu neguei com a c
KATHOlhei para o frasco nas minhas mãos e de volta para Reece. Ok, ele estava sendo um pouco menos desagradável, mas beber algo assim, que ele estava me entregando? Em um frasco de oigem duvidosa, dentro de um laboratório mágico? “ — Você comeu a comida que ele deu…” “ — Você disse para que eu comesse!” — acusei Cinder. “ — Não disse que fez errado, apenas que no fim das contas, se ele quisesse te enfeitiçar, teria feito exatamente isso, não acha?”Ela tinha um bom ponto, ali. Mas e se fosse justamente a intenção dele? — Não tá envenenado — Reece falou. — Eu prometo que é algo bom. Ok? Eu respirei fundo e abri o frasco. “E que a Deusa me proteja!”, pensei, entoornando o conteúdo na minha boca. O líquido eu não sabia a cor, porque o frasco era escuro, mas o gosto. Minha nossa, que coisa horrível! Eu comecei a tossir e Reece me deu tapinhas nas costas. Lancei a ele um olhar magoado, porque ele era o culpado! O armargor parecia que não iria embora nunca mais. Eu olhei em volta,
REAGANNão havia mesmo nenhum sinal de Kath naquele bando maldito. Entrei no carro, puto da vida. Eu não conseguia acreditar que o pai de Kath apareceu na minha frente para pedir por Karissa e não teve nem mesmo a sensibilidade de perguntar sobre Kath! Olhando para ele, eu não via nada de Kath, ali. Eu não sabia da mãe, porém, eu podia afirmar que tinha algo errado. Eu comecei a desconfiar que Kath não era filha biológica deles, e isso explicaria o desprezo que eles tinham por ela. A mãe tinha morrido, pelo que eu sabia. — Esse bando é podre — Andrew falou e eu assenti. — Ainda bem que estamos indo embora. Inferno, eles são insuportáveis. — E por que deixou aquele idiota do Hamilton vir conosco? — Eu posso ouvir, sabia disso? — o “ex” de Kath perguntou num tom raivoso, mas nem Andrew e nem eu demos importância. Ele podia explodir. — Não custa ter mais uma ajuda. Além disso, quero ver a cara dele quando Kath deixar claro que o amor da vida dela sou eu, e não esse idiota. O Hami
JOSHUAAquele maldito do príncipe! Ele se achava pra caralho, mas era um arrogante de merda! Eu não podia acreditar que Kath se interessaria por aquele tipinho! “ — Ela se interessou por você”.“ — Às vezes eu me pergunto de que lado você está”!”Keanu vinha se mostrando um encrenqueiro. Comigo! Ele me alfinetava sempre que podia e isso estava me irritando profundamente! Nos transformamos e começamos a farejar. Como eu queria encontrar Kath! Porra, depois que eu a tivesse, não a deixaria ir nunca mais! Após algumas horas, eu já sentia o cansaço tomando conta de mim. Nas últimas semanas, as buscas não paravam. E com os novos ataques de rogues, de forma misteriosa, estava tudo mais perigoso. Eu temia que Kath estivesse perdida em algum lugar e os rogues a pegassem. Eu já estava pronto para retornar quando senti um cheiro familiar. Minhas orelhas ficaram em pé e eu inspirei fundo. Porra, sim! Comecei a farejar na direção correta e, então, eu vi um montinho de pano no chão, encolhido
REAGANAssim que recebi a notícia de que foi o Hamilton que a encontrou, eu quis morrer! Ele conseguiu, conseguiu ser o “herói” de Kath! Que maldição! Eu suspeitava que ele tinha algo a ver com o sumiço dela, e eu procuraria saber sobre isso em detalhes. Quando ela acordasse, saberíamos alguma coisa, ou pelo menos era o que pensávamos. Entrei no quarto e ela estava na cama, olhando para a janela com cortina, como se pudesse ver através dela. — Kath? — eu a chamei e ela virou o rosto para mim. Os olhos dela estavam apagados e ela franziu a testa. Um frio passou pela minha espinha. — Como se sente? — Q-quem é você? — eu quase caí pra trás. Kath… Kath tinha acabado de falar? Era isso mesmo? — Um Lycan? Dessa vez, eu tive que me segurar na cama para não cair de vez. Não só ela estava falando, como não sabia quem eu era? Como… como isso era possível? Me aproximei dela, devagar e ela pareceu ficar apreensiva. Levantei as mãos na frente do corpo. — E-eu sou Reagan. O seu predestinado
KATHQuando abri meus olhos, eu estava numa cama de hospital, o que era completamente esquisito. Num momento, eu estava no jardim, dando um passeio num lugar que eu gostava, já que era meu aniversário. Então, tudo ficou preto e, agora, eu estava naquele lugar. Pelos enfermeiros, algo estava errado, porque os olhos, os cabelos, e os cheiros deles eram diferentes dos do bando. Algo realmente estava errado. Seria um sonho? De repente, eu quis falar, como sempre fazia, porém, nunca saía nenhum som. Daquela vez, porém, eu ouvi a minha voz. Ela me parecia tão estranha, mas ao mesmo tempo, tão familiar. Eu não a ouvia desde que era criança, porque a voz na minha mente era diferente.Falando em voz mental, eu não conseguia sentir a minha loba. O que teria acontecido com ela? Provavelmente o que me colocou no hospital era o causador disso. Após alguns exames, eu fui deixada sozinha no quarto, mas não por muito tempo. Um cheiro agradável surgiu e aí, uma batida na porta. Um macho lindo entro
JOSHUAAquele desgraçado! Ele estava mesmo querendo me peitar bem ali, na frente de Kath! Resolvi que o ignoraria, porque aquilo era desperdício de tempo! Entrei pela porta do hospital com passos hesitantes, o cheiro estéril me atingiu primeiro. A visão de Kath deitada na cama do hospital, acordada e viva, quase fez meus joelhos cederem. Era como ver um fantasma ou um milagre. Seu rosto estava pálido, mas em paz, seu cabelo espalhado no travesseiro, olhos claros e alertas quando encontraram os meus.— Kath! Como se sente? — Joshua — ela cumprimentou, sua voz suave, mas firme.Sua voz. Eu não a ouvia há anos. Minha garganta fechou, e eu não confiava em mim mesmo para falar, com medo de como minha voz poderia trair a bagunça que eu sentia por dentro. Em vez disso, eu apenas fiquei ali, olhando, sentindo o peso de todas as coisas que eu deveria ter dito antes— Ouvi dizer que você me encontrou — ela continuou, seu olhar inabalável. Seus olhos não continham nenhum sinal de medo ou amarg