Capítulo 2
Rafael Barreto Quando recebo a ligação do meu irmão sinto dentro do peito que chegou a hora de voltar, vi muito pouco meu pai nesses anos, culpei muito ele pela separação, mas hoje sei que não se deve viver infeliz, minha mãe não era uma mulher para viver em uma fazenda no fim do mundo. Minha mãe era modelo e atriz meu pai a tratava como um troféu, mas nem sei se realmente ouve amor, pois vejo ela com o John e não é nada nem perto do que ela era com meu pai, ela ama John de verdade. Meu pai pelo que sei nunca mais casou de novo, viveu pra fazenda todos esses anos. Pesquiso rapidamente a passagem arrumo minhas malas, informo a empresa que presto consultoria sobre minha viajem e parto para o aeroporto, no caminho aviso minha mãe, e sigo meu caminho. Horas de uma viagem cheia de turbulência e mais uma hora de ônibus avistei a placa bem vindo a Riacho Doce... É o bom filho a casa torna é a frase certa. Vou direto pro hospital pergunto na recepção e me passam o quarto deixo minha mala no corredor, e entro no quarto pra minha surpresa não era Ricardo no quarto, era a baixinha desengonçada da Ana, e garanto que de desengonçada ela não tem mais nada se tornou uma mulher linda... Ela começa a rir quando me olha e eu fico sem entender o motivo, e pergunto: -O que foi Ana, 20 anos sem me ver e é assim que me você me recebe de volta? -Meu Deus do céu, Rafael? Então entendi, ela achou que era o Ricardo, o mal de ser gêmeo idêntico... Ela levanta e me abraça meio sem jeito, ela ainda é baixinha, mas está linda demais. Não tem nada daquelas bonecas de vitrine que via em Miami... Meu pai estava dormindo olho pra ele ali e posso ver o quão debilitado ele está, não parecia o homem forte e corpulento que vi a alguns anos na última vez que o vi. -Ana, o que ele tem de verdade? -Guri eu acho que isso é uma conversa que tem que ter com o Ricardo é algo de família. -Eu entendo Ana Lívia, mas você é da família! -Bah, nesse caso eu prefiro me por no meu lugar de funcionária da família... Ela foi levantar rápido demais e se desestabilizou a peguei antes que caisse ela era miúda, mas seus braços eram fortes sorri das suas bochechas vermelhas. -Calma Ana Lívia, não vou te obrigar a me contar. -Eu estou calma, apenas levantei rápido demais, e sou muito desengonçada, alias já pode me soltar. Só então percebi que eu ainda estava segurando ela firme pela cintura. A solto rapidamente e nesse instante meu irmão entra porta a dentro. -Rafael que bom que veio. Abraço ele e nesse instante ela some dali, deixando apenas nós. -Ué pra onde a Ana foi? -Não sei, imagino que ela queira nos deixar a sós para conversar. -É mesmo precisamos... Saímos para o corredor e ele começa a contar tudo desde o principio. Aos poucos começo a entender a gravidade, me sinto triste por não saber antes mas entendo que eles não queriam que eu me preocupasse. -Então agora não tem mais jeito? -Não pelo que o Erick disse não... -O Idiota do Erick virou médico? -Sim, virou. -E a Ana Lívia ainda tem uma queda por ele? -Não fale isso perto dela por favor. -Porquê? -É uma história delicada, e ela nem sabe que falamos dela quando ia te ver, então por favor... -Mas você ainda tem uma queda por ela? -Não Rafael por Deus, ela é minha melhor amiga, já tirei essas coisas da cabeça a anos, era coisa de criança, além do mais estou noivo da Laura. -Hummm. -Acho que você deve ir pra fazenda, tomar um banho descansar. -Vou esperar o papai acordar ai eu vou. Nesse instante Ana Lívia vem pelo corredor com um copo de café na mão, ajeitando o chapéu na cabeça, percebo ela apurar o passo e vejo que Erick estava vindo, ela parecia querer fugir dele... -Eu vou pra Fazenda Ricardo. -Espere o Rafael vai também ai você leva ele assim fico com meu carro aqui. -Certo... -Oi boa tarde Ricardo, Rafael voltou pro fim do mundo? -Pois é as vezes é necessário... -Bem vindo, Ana podemos conversar? -Não tenho nada para falar com você traste! Ela entra no quarto e eu entro em seguida, e logo Ricardo também, meu pai estava acordado, algumas lágrimas rolam na sua face ao ver nós dois ali. -Como é bom ver vocês juntos, vem aqui Aninha. Ele pega nossas mãos, minha do Ricardo e da Ana. -Eu espero que vocês cuidem da fazenda melhor do que eu, mas que também vivam a vida de vocês, queria ver netos, queria viver uma vida com vocês mas eu não terei tempo pra tudo isso... -Pai vai sim não fala essas coisas. -Rafael meu menino, eu já vivi tudo que tinha para viver, uma vida triste e sozinha na maior parte do tempo, não soube aproveitar a vida mas vocês minhas crianças não vivam pro trabalho como esse velho idiota fez... -Você principalmente guria, tire a cabeça da fazenda, e vá viver a vida um pouco... -A seu Roberto eu amo tudo aquilo. -Ame viver minha filha, ame viver em primeiro lugar, porque a vida passa rápido como um cavalo puro sangue em uma corrida, então viva a vida. -Rafael, espero que possa ficar e ajudar seu irmão, mas que também viva sua vida se apaixone e que os meus netos possam correr pelas terras dos pampas, onde derramei meu suor, sangue e lágrimas, Ricardo eu nem preciso te pedir isso, sei que você e sua noiva vão me dar isso em breve, e mesmo que eu não esteja aqui para viver e ver isso, eu os abençoo. -Eu farei pai, eu e Laura vamos casar e morar na fazenda, mas você vai ver seus netos sim eu sei que vai... -Pai descansa eu vou em casa e volto mais tarde dormir aqui. -Está bem meu filho mas lembre de tudo que falei. -Seu Roberto vou levar o Rafael volto mais tarde te ver. -Está bem Aninha avise sua mãe e seu pai que estou bem. -Eu vou avisar pode deixar. Saio com Ana dali, passamos mais uma vez por Erick e ela aperta o passo. -Você está bem Ana Lívia? -Estou apura o passo e vamos logo tchê! Escutar esses trejeitos é até engraçado, eu já não tenho mais nenhum deles. Entro na velha caminhonete dela depois de ter colocado a minha mala na parte de trás, estavamos na metade do caminho quando começa a chover. -Droga minha mala vai molhar! Ela para a caminhonete pego a mala, de lá e coloco no meu colo, a chuva estava forte demais e a caminhonete atolou, ela soca o volante algumas vezes e encosta a cabeça no volante. Do nada ela sai no meio da chuva caminhando largo a mala ali e vou atrás dela, chamo ela algumas vezes mas ela segue entra pela cerca e vai até o riacho que faz divisa com nossa fazenda. -Ana Lívia o que foi?Capítulo 3Ana LíviaEu tento juro eu tento me controlar mas sempre que vejo Erick algo em mim morre novamente, saí do carro para chorar mas o Rafael veio atrás, ele não vai entender e eu não vou falar... -Ana Lívia o que foi? -Nada Rafael só preciso ficar sozinha! -Ana espera você vai pegar uma pneumonia assim! -E podia morrer seria muito bom se isso acontecer, pode entrar na caminhonete sem chiar? -Menina não fale assim me conta o que foi?Alcanço ela e seguro ela pelo braço, ela puxa pra soltar, se debatendo contra mim, mas a seguro mais forte a puxando pra mim, era muita lama, e me desequilibro caindo e a levo junto, e ela acaba caindo por cima de mim, olho nos olhos dela e percebo as lágrimas ali, e nesse instante ela desaba.A abraço apertado enquanto ela chora, as lágrimas misturadas com a chuva escorrem no meu peito me sento na lama, com ela ainda nos meus braços ela parecia tão frágil, fico em total silêncio apenas deixo que ela desabe ali, que bom que estou aqui po
Capítulo 4 -Nada Rafael oxi, eu disse que queria ficar sozinha você não entende o que eu falo não?Guardo a sacola novamente e me viro pra ele o encarando parado na porta assim que ele entrou e encostou a porta, a chuva ficou muito mais forte acompanhada de uma ventania, escutei um barulho muito alto, corri até a porta e ela estava emperrada, forcei, forcei mas não abria. -A meu São Pedro o que está acontecendo? -Espera eu abro.Ele também força muito e não abre pronto estamos presos aqui agora! -É não abre... -Arri Égua, e agora? -Vou tentar ligar pro meu pai.Procuro pelo meu celular e não encontro deve ter caído quando corri da caminhonete infernooooooo! -Eu não estou com o meu, cadê o seu celular? -Ficou na caminhonete...Ele começa a andar de um lado para o outro a chuva lá fora parecia que não ia dar trégua, eu estou molhada ele também e está cada vez mais frio. -Acho que vamos ter que dormir aqui ninguém vai tentar abrir aqui durante esse temporal. -Você e
Capítulo 5 Ana LíviaAo chegar em casa tomei um banho e fui descansar um pouco assim que deitei na cama foi inevitável não lembrar da noite no galpão do celeiro, minha pele se arrepiou ao lembrar do toque do Rafael...Afasto as lembranças e as sensações e me reviro na cama tentando dormir e com muito custo adormeço mas sonho com ele e acordo suando com o corpo pegando fogo.No sonho ele me pegava pelos braços me puxando pra ele em baixo da chuva e tomando meus lábios pra ele, todo meu corpo parecia conectado ao dele como se o pertencesse.Acordo afobada afastando tudo isso de mim, jamais vou deixar esses sentimentos me dominarem novamente, o amor nos deixa fracas e eu não me permito mais ser fraca... -Oxi sai daí!Levanto afastando tudo isso da mente tomo outra ducha rápida me visto com uma camisa preta justa, calça jeans escura e chapéu marron, no mesmo ton da bota, pego minha maleta e sigo pro curral ver como está o bezerro que nasceu.Assim que cheguei e começo a examinar o beze
Capítulo 6Minha mãe entra na cozinha fazendo com que o elo do nosso olhar fosse quebrado e me viro de costas rapidamente não posso nem pensar em ter algo assim com Rafael, ele não é do meu mundo somos diferente demais e eu nunca mais vou cair nesse papo furado de todo homem... -Minha filha como está o Seu Roberto? -Oi mãe então temos que tirar tudo do quarto do Seu Roberto vai ser montado um quarto de hospital pra ele poder voltar pra casa, e arrumar o quarto ao lado para as enfermeiras que vão ficar com ele... -Meu pai ta...melhor? -Na medida do possível pra gravidade do caso dele Rafael... -E você não pode ficar perto dele até que melhore da gripe, uma simples gripe pode ser fatal pra ele... -Eu vou pra um hotel então até ficar melhor. -Não meu filho imagina, fica lá em casa, tem espaço e assim fica perto pra qualquer necessidade guri. -Mãe, eu vou lá chamar o meu pai e os guris pra ajudarem e você almofadinha vá descansar pra melhorar logo, quando voltar te levo lá
Capítulo 7 -Achou Ricardo? -Achei mas infelizmente não da para ver é um ponto cego. -Maldito eu tenho certeza que... -Eu também acho que seja mas não podemos acusar sem provas... -Infeliz, Maldito! Nos concentramos no Seu Roberto guardo o dvd na minha bolsa e ajudo a guardar as coisas do Seu Roberto par ele ir pra casa. -Bom eu vou com você, porque na ambulância vai tudo que precisa pro quarto além do que já foi. -Bora então!Quando estavamos saindo um rapaz colava um cartaz em um espaço em frente ao estacionamento e fui olhar de perto. -Ricardo olha. -A dessa vez eu vou me inscrever! -Pra variar não tem categoria feminina...Vai ter rodeio na cidade no próximo mês, tem varias categorias mas nenhuma feminina isso é uma palhaçada... -Pelo jeito vai ter que nascer homem pra poder realizar teu sonho de participar de um rodeio Aninha!Escuto a voz nojenta do Erick que me causa repulsa. -Vamos Ricardo, vamos logo!Olho no fundo dos olhos do Erick pra ele saber qu
Capítulo 8Pego Rafael me olhando a todo tempo e por mais que eu goste eu vou me livrar disso não posso me dar a esse luxo de sofre novamente porque amor é isso, pelo menos pra mim amor é sofrimento...Termino o jantar coloco a mesa com ajuda do Rafael fiz uma lasanha, arroz branco, e salada com suco de laranja tudo simples e rápido. -Nossa filha que delicia! -Ana tem mãos de fada na cozinha, o homem que casar com ela ta no céu...Minha mãe fala de mais as vezes oxi! -É isso é verdade minha prenda, mas ela aprendeu com a melhor.Meu pai fala beijando a testa da minha mãe ao se sentarem, ela tira o prato do meu pai depois o meu e por ultimo o dela, um costume que ela sempre teve, e fica sem graça olhando pro Rafael até que pergunta: -Quer que eu tire seu prato Rafael? -Não imagina dona Marília eu tiro pode deixar.Ele tira o prato dele meu pai puxa a oração e depois do amém atacamos o jantar.Muitos elogios de todos inclusive do Rafael.Rafael me ajuda com a louça ele está be
Capítulo 9Erick entrou porta a dentro vindo reto na minha direção. -Volte sempre Ana. -Volto sim Lia até logo. -Oi Ana, já está indo? Vamos tomar um café conversar? -Eu não tenho nada para falar com você Erick de uma vez por todas esquece que eu existo!Fui sair e ele segurou meu braço me soltei e dei um empurrão nele que caiu em cima da mesa, antes que ele levantasse saí rápido dali meu corpo tremia de ódio, atravessei a rua e subi na Valente e saí tão rápido dali quanto pude sem olhar pra traz será que ele nunca vai me deixar em paz... -Vamos Valente me leve pra longe daqui!As lágrimas corriam pelo meu rosto mais uma vez por culpa dele.Galopei até a cachoeira quase que só pelo rumo mal enxergava o caminho pelas vistas embaçadas do choro.Amarrei a Valente em uma árvore próxima e já fui arrancando minha roupa tudo que eu precisava agora era de um mergulho nessaagua bem gelada.Entrei e fui pro lugar mais fundo conheço essa cachoeira e esses pastos como a palma da minha m
Capítulo 10 -Pai pode mandar ele entrar, o Rafael ta almoçando eu já coloco mais um prato na mesa. -Ta bem fia vou lá! -Não precisa se preocupar com ele Ana. -Imagina é seu amigo.Quando o Rafael falou de se apaixonar algo em mim queria que fosse por mim, mas quando vi aquela mulher loira tão linda ligando eu percebi que isso não aconteceria imagina a quantidade de mulher linda que esse homem teve la em Miami, o que ka querer com uma proa chucra que nem eu...Mas eu também nem posso pensar nisso!Quando ele tocou minha mão era como se minha pele esperasse pelo seu toque, graças a Deus meu pai chegou pra eu desligar isso em mim.Logo o tal Luan estava entrando na minha cozinha. -Rafael meu amigo quanto tempo. -Pois é Luan o que será que te traz aqui? -O principal é o rodeio claro, mas queria conversar com você, mas não quero atrapalhar o almoço de vocês.Luan me olha como se apenas agora visse quem eu era. -Ana segunda vez hoje que nos encontramos deve ser o destino