Capítulo 5

Capítulo 5

Ana Lívia

Ao chegar em casa tomei um banho e fui descansar um pouco assim que deitei na cama foi inevitável não lembrar da noite no galpão do celeiro, minha pele se arrepiou ao lembrar do toque do Rafael...

Afasto as lembranças e as sensações e me reviro na cama tentando dormir e com muito custo adormeço mas sonho com ele e acordo suando com o corpo pegando fogo.

No sonho ele me pegava pelos braços me puxando pra ele em baixo da chuva e tomando meus lábios pra ele, todo meu corpo parecia conectado ao dele como se o pertencesse.

Acordo afobada afastando tudo isso de mim, jamais vou deixar esses sentimentos me dominarem novamente, o amor nos deixa fracas e eu não me permito mais ser fraca...

-Oxi sai daí!

Levanto afastando tudo isso da mente tomo outra ducha rápida me visto com uma camisa preta justa, calça jeans escura e chapéu marron, no mesmo ton da bota, pego minha maleta e sigo pro curral ver como está o bezerro que nasceu.

Assim que cheguei e começo a examinar o bezerro Ricardo chega também.

-Achei que ia descansar Ana!

-Já descansei, agora tenho várias coisas pra fazer que não podem esperar.

-Você não para nunca teimosa!

-Nem tenho porque, cuidar dos bichinhos é tudo pra mim.

-Ta na hora de arrumar um namorado pra tirar esse teu stress!

-Para de zoar com a minha cara Ricardo, vá você marcar teu casamento de uma vez e me deixe em paz oxiii.

-Bronca essa hora e pro teu governo vamos marcar assim que meu pai melhore um pouco.

Olho pra ele que parecia nem acreditar nas palavras que diz, mas era uma esperança ter o pai no casamento...

Eu nem respondo mais apenas termino os exames e me levanto.

-Vou ver o trovão sabe se já pegaram a caminhonete?

-Devem ta trazendo.

-Preciso levar o sangue do trovão depois que eu coletar.

-Eu vou com você já aproveito ver o papai.

-Ta ok e o Rafael está lá?

-Não, ta mal de gripe pela chuva e o papai não pode pegar nenhum gripe no estado que está.

-Eu avisei aquele almofadinha mas não me escutou!

-Almofadinha você apelidou ele de almofadinha?

-E o que mais ele parece?

Ricardo cai na risada ao me ver chamar o Rafael de almofadinha e saímos pro estábulo conversando sobre os cavalos, ao olhar pra janela da casa grande vi Rafael sentando na poltrona da sacada enrolado em um cobertor e minha mãe servindo um chá pra ele, acenei pra minha mãe e baixei meu chapéu em comprimento a ele.

Que sorriu imediatamente e depois começou a tossir deve estar mal mesmo esse almofadinha!

-O que está rindo ai Ana Lívia?

-O bicho intrometido me deixa!

Apuro o passo deixando ele pra trás batendo os pés enquanto entro no estábulo.

Vou até o trovão que está amuado no canto dele.

-Oi meu amigão como você está hoje? Prometo que vai ser rápido e nem vai doer!

Delicadamente tiro o sangue dele para os exames, e nem assim ele resmunga está muito abatido meu amigão, mas a idade está chegando só não vou aceitar que ele seja sacrificado isso nunca, trovão vale mais que muita gente...

-Acho que ele não vai aguentar mais muito tempo está muito abatido.

-Cavalgar talvez não, mais ele já está velho, mas vou cuidar dele até o fim não vou deixar sacrificar ele nunca...

-Isso eu tenho certeza e nem eu deixaria.

Saio dali e a caminhonete já estava ali apenas embarcamos e seguimos pra cidade, quando passamos pelo local onde atoleiro lembrei dos momentos que passei com o Rafael ontem aqui...

Afasto mais uma vez os pensamentos bobos não quero ficar nessa Deus me livre nunca mais me apego a ninguém!

-Vai devagar Ana porque acelerou assim?

-Desculpa até esqueci que você está ai franguinho...

Caio na gargalhada do olhar apavorado do Ricardo com medo é um frango mesmo!

-Você anda muito estranha Ana Livia muito estranha.

-Coisas da sua cabeça Ricardo eu estou normal!

-Normal onde? E me fala o Rafael passou dos limites com você?

-Hahahaha, ele que tentasse...

-Ele não é como nós, é meu irmão, mas não é como nós, e não quero te ver machucada de novo...

-Bah, tu para de me atucanar Ricardo já deu em!

-Ana, eu estou falando sério eu não aceito que te machuquem não importa se ele é meu irmão se ele se passar com você quero que me fale!

-Ta papaizinho pode deixar.

-Guria você se abusa bah...

Chegamos no hospital deixei o Ricardo e fui até o laboratório veterinário entreguei o sangue até tomei umas cuias de Chima com a Laura e marcamos de fazer algo no fim de semana e claro que não demora o Ricardo está aqui para ver a noiva.

-Oi minha gata!

-Oi meu amor como está o seu pai?

-Ta fazendo alguns exames até o fim de semana ele vai pra casa, mas preciso montar um quarto lá pra ele e também contratar enfermeiras, é melhor do que ficar no hospital já que não tem muito o que fazer mais...

Laura abraça Ricardo deve ser bom ter alguém pra se amparar quando o mundo está ruindo a sua volta...

-Eu só vim te dar um beijo amor, vou voltar pro hospital, e você vai pra fazenda já?

Ele se vira pra mim perguntando:

-Eu vou, mas mando alguém te pegar mais tarde.

-Ta bom eu vou voltar lá o Erick quer falar comigo.

Revirei os olhos ao ouvir o nome daquele traste.

-Vou indo Laura vou deixar vocês se despedirem aí.

Ronco a cuia em minhas mãos e entrego pra ela saindo da veterinária.

Sigo pra casa pensando no Seu Roberto coitado um homem tão cheio de vida sempre colocou a mão na massa sem se fazer por ser patrão, ele não merecia esse final de vida...

Chegando na fazenda vou direto na casa grande ver minha mae.

-Mãe ta por ai?

Tiro meu chapéu e coloco em cima da bancada pegando um copo do suco de laranja que estava em cima da mesa.

-Dona Marília... eu

Rafael entra na cozinha procurando minha mãe também.

-Ana...

-Rafael...

Ele se aproxima de mim fazendo meu corpo todo arrepiar parece que ele entende o poder que tem sobre o meu corpo e pega o copo de suco da minhas mãos bebendo lentamente, sem tirar os olhos dos meus...

Inferno o que está acontecendo comigo?

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