Uma semana depois, Milena já estava se sentindo muito melhor. Seu corpo estava mais forte e uma pequena esperança de encontrar seu filho havia surgido. Ela também estava pronta para começar a trabalhar como babá na mansão de Dominic, pois precisava ajudar Rafaella nas despesas da casa.As duas amigas estavam compartilhando a cama, e Milena acordou primeiro, pois era o seu primeiro dia de trabalho e ela não queria se atrasar. Com cuidado, ela tirou a coberta de seu corpo e levantou da cama devagar para não acordar Rafaella. Ainda de pijama, ela foi até o banheiro para escovar os dentes e tomar um banho.Enquanto escovava os dentes, Milena se olhava no espelho. Seus olhos refletiam uma mistura de ansiedade e determinação. Seu coração batia forte, e ela respirava fundo, tentando acalmar os nervos. "Vai dar tudo certo", murmurou para si mesma, tentando se convencer. Depois de um tempo se olhando no espelho, ela entrou no chuveiro, deixando a água quente relaxar seus músculos tensos.Após
Milena, ainda um pouco assustada, continuou olhando para Rafaella com os olhos arregalados, como se a qualquer momento fosse ser surpreendida por algo terrível. Ela encarou os fundos dos olhos de Rafaella, como se procurasse ali alguma resposta, alguma verdade, e perguntou novamente, a voz trêmula de medo e tristeza:— O que tem ele, Rafaella? — A pergunta saiu quase como um sussurro, enquanto Milena sentia uma pontada afiada de medo e tristeza atravessar seu peito.Rafaella pegou nas mãos geladas da amiga, respirou fundo para encontrar forças, e respondeu com a voz carregada de pesar e preocupação:— Eu vi o seu pai ontem... — murmurou, sem soltar as mãos de Milena. — Você estava dormindo quando ele chegou... Ele veio até a minha porta e perguntou se eu tinha alguma notícia de você. — Explicou Rafaella, enquanto Milena começava a olhar freneticamente para os lados, como se tentasse escapar dos próprios medos que a cercavam.— Como assim?... Ele... Ele vai me achar, Rafaella. — A voz
— Olha... Olha para aquela casa... — disse Rafaella, apontando ansiosamente para a mansão que se erguia majestosa à distância. O sol poente tingia a fachada com tons de dourado, destacando ainda mais sua beleza. Do terceiro andar do apartamento de Rafaella, a vista era privilegiada, permitindo que elas apreciassem cada detalhe da mansão.Milena sorriu timidamente, mas seu olhar parecia distante. Ela virou-se para a amiga, tentando compartilhar o entusiasmo, mas logo desviou o olhar de volta para o apartamento. Seus ombros caíram, e ela soltou um suspiro profundo antes de falar.— É linda mesmo... — respondeu Milena, com a voz carregada de melancolia. Ela se acomodou no aconchegante sofá, encolhendo os pés debaixo do corpo, buscando conforto em meio à turbulência emocional. Rafaella permaneceu em pé, seus olhos ainda fixos na casa, mas a expressão em seu rosto começava a mudar.— Sabe, Rafa... Eu não consigo mais ver beleza nas coisas... — As palavras de Milena saíram como um sussurro
Quando finalmente a noite se transformou em dia, Milena se mexeu e, com um suspiro de alívio, finalmente se desapertou dos lençóis. Rapidamente, lembrou-se que aquele era o seu primeiro dia de trabalho. Com um pulo da cama, pegou a toalha e correu para o banheiro, já sentindo o peso do atraso em cada passo apressado. No banheiro, o jato quente da água tentou acalmar seu nervosismo enquanto ela lavava a ansiedade acumulada. Após sair do banho, voltou para o quarto, onde vestiu uma roupa confortável e simples, refletindo o nervosismo que sentia, e depois penteou seus cabelos cacheados com cuidado, observando cada cacho no espelho.Ao terminar, foi até o quarto de Rafaella e, com um toque suave no ombro da amiga, a acordou para avisar que estava de saída.— Estou pronta! — disse Milena, segurando firmemente o papel com o endereço da mansão onde iria trabalhar. — E ansiosa também... — Murmurou com um belo sorriso no rosto. Rafaella abriu os olhos, ainda grogue de sono, e murmurou:— Mil
Após sussurrar a palavra, Milena continuou olhando para Dominic. Ela estava quase certa de que ele se lembrava dela, e por isso mantinha aquele olhar fixo e penetrante. Seu coração batia descompassado, como se quisesse escapar do peito, e ela começou a se lembrar de mais detalhes daquela noite. O ambiente ao redor parecia congelar no tempo, capturando o momento.Por outro lado, Dominic se levantou do sofá com uma elegância casual, sem desviar o olhar de Milena. Ele caminhou até ela com uma das mãos no bolso, a outra segurando uma tasa de vinho refletindo a luz suave dos candelabros que iluminavam a sala. O tapete persa sob seus pés abafava os passos, criando uma aura de tensão no ar.O coração de Milena acelerou ainda mais, e sua mente ficou um turbilhão de emoções conflitantes. Ela não sabia o que dizer, tudo o que estava acontecendo a deixava desorientada. Os dois ficaram a centímetros de distância um do outro, quando Dominic a olhou de cima a baixo e perguntou com um tom grave e in
Sir George olhou profundamente nos fundos dos olhos de Milena, como se estivesse revivendo memórias dolorosas de um passado distante. Milena, ainda segurando suas mãos com firmeza, estava visivelmente emocionada e ao mesmo tempo preocupada com o estado dele. As lágrimas se acumulavam em seus olhos enquanto Sir George mantinha o olhar fixo nela e começava a falar com uma voz carregada de tristeza e pesar:— Ele nem sempre foi assim... — Sir George desviou o olhar para o chão, respirando fundo como se tentasse reunir forças. Alguns segundos depois, ele voltou a olhar para Milena com uma expressão de dor no rosto. — O Dominic já sofreu tanto... Eu realmente espero que você compreenda...— Senhor... Eu... — murmurou Milena, tentando encontrar as palavras certas, mas antes que pudesse continuar, ele a interrompeu, erguendo uma das mãos.— Eu sei que você não tem nada a ver com isso... Por isso estou te pedindo, por favor, aceite trabalhar aqui. — Sua voz era suplicante, quase desesperada.
Sir George observava Dominic, que estava sentado, com a cabeça baixa, perdida em pensamentos. As luzes da festa refletiam no rosto dele, criando um jogo de sombras que acentuava a sua expressão melancólica. Ele respirou fundo e, com um leve tremor na voz, começou a explicar.— Em uma noite, como era de costume, Dominic saiu para conhecer mulheres e descansar um pouco do trabalho — disse Sir George, fazendo uma pausa para observar a reação de Milena. — Ele me contou que conheceu uma garota incrível naquela festa. Disse que ela era diferente de qualquer outra que já tinha visto. Os olhos de Milena brilhavam com curiosidade e ela inclinou-se ligeiramente para frente, quase como se pudesse sentir a presença dessa garota misteriosa.— Ele te falou o nome da moça? E por que ele ficou... — Milena tocou na mão de George, sentindo a ansiedade e a frustração de Dominic como se fossem suas.— Triste e frustrado? — Sir George completou a pergunta, enquanto sua expressão endurecia. Ele olhou dire
Em seu escritório, Dominic estava imerso em pensamentos distantes. A noite estava sem estrelas, e a sensação de vazio predominava em seu peito. O espaço ao seu redor era um reflexo de sua mente: uma sala ampla, mas fria, com prateleiras repletas de livros organizados de forma impecável e uma grande janela que oferecia uma vista escura da cidade. As luzes suaves das luminárias criavam sombras alongadas nas paredes, conferindo um ar de mistério ao ambiente.Dominic se preparava para ir para casa, recolhendo alguns papéis que estavam espalhados sobre a mesa de mogno. O silêncio do escritório era interrompido apenas pelo som de seus passos e do papel sendo dobrado e organizado. Ele suspirou profundamente, tentando se desvencilhar dos pensamentos que o atormentavam, quando uma batida firme na porta fez com que ele voltasse abruptamente para a realidade.— Entre — disse Dominic, com um tom de voz que traía sua exaustão. A porta se abriu lentamente, revelando Luísa, sua secretária. Ela tinh