Pâmela, com passos leves e silenciosos, aproximou-se por trás de Milena. Sua expressão estava séria e determinada. Quando estava bem próxima, sussurrou em tom ameaçador:— Já saquei qual é a sua, Milena.Milena ficou tensa, segurando Andrew um pouco mais apertado, mas tentou manter a compostura. — Não sei do que você está falando, Pâmela — respondeu Milena, tentando soar calma, embora sua voz traísse um leve tremor.Pâmela arqueou uma sobrancelha, a desconfiança evidente em seu olhar.— Acha mesmo que eu não percebi? — continuou Pâmela. — Seus joguinhos, suas intenções... Não vou deixar você destruir o que temos aqui.Disse Pâmela. Ela olhava para Milena com um olhar feroz que deixava claro suas intenções. Milena respirou fundo, tentando reunir coragem. — Pâmela, eu juro que minhas intenções não são essas. Tudo que eu quero é...Antes que pudesse terminar a frase, Pâmela interrompeu:— Poupe suas palavras, Milena. Eu já sei o suficiente. A tensão no ar era palpável, enquanto as du
O relógio marcava nove da noite quando Milena chegou à casa de Rafaella. Com sua bolsa pendurada no ombro, ela abriu um dos bolsos e das chaves. Sentindo um misto de ansiedade e cansaço, ela entrou na casa, fechando a porta suavemente atrás de si.Ao cruzar a sala, Milena jogou-se no sofá, ainda abalada com tudo o que havia acontecido. As ameaças de Pâmela continuavam ecoando em sua mente, como um pesadelo do qual não conseguia acordar. Rafaella, que estava no quarto, percebeu a chegada da amiga e foi recebê-la com um olhar preocupado.— Milena!? — sussurrou Rafaella, esfregando os olhos sonolentos enquanto se aproximava. — Aconteceu alguma coisa?Milena, com o rosto escondido atrás de uma almofada, levantou a cabeça lentamente. Seus olhos estavam avermelhados e marejados. Ela jogou os cabelos para trás e, com uma voz carregada de frustração, respondeu:— Uma maluca farsante! — balbuciou, balançando a cabeça em negação. — Dominic não percebe que aquela louca não é a mãe do filho dele.
Pamela estava fingindo sentir uma dor intensa. O tombo, no entanto, não fora forte, pois ela soubera exatamente como cair para não se machucar. Suas expressões exageradas e os gemidos altos deixavam claro que ela estava teatralizando.Milena, frustrada e ainda sem acreditar no que tinha testemunhado, saiu da mansão com raiva e passos firmes. Seu rosto estava ruborizado e suas mãos tremiam ligeiramente. Antes que pudesse se afastar da porta da frente, foi interrompida por Sir George, que saíra de seu quarto ao ouvir os gritos de Pamela. Ao ver Milena tão perturbada, ele ajeitou seus óculos, franziu as sobrancelhas e perguntou:— Milena!... Aconteceu alguma coisa?Milena virou-se rapidamente, fixando seu olhar intenso em George. Respondeu com um tom alto, mas controlado:— Aquela mulher é uma mentirosa farsante! Uma maluca, senhor George. — Suas palavras saíram carregadas de indignação, enquanto seus olhos brilhavam de raiva. Após desabafar, Milena suspirou profundamente, desejou boa no
Pâmela desligou o telefone com um sorriso vitorioso, deixando-o em cima da cama. Com um ar de triunfo, ela saiu do quarto e foi até a sala. Lá, havia preparado um café da manhã especial para ela e Dominic, com a intenção de comemorar a suposta morte de Milena e do bebê. A mesa estava farta, com pães frescos, frutas, queijos e sucos coloridos. Ela sentou-se à mesa, satisfeita com a riqueza da refeição, e aguardou a chegada de Dominic.Poucos minutos de bom humor, e sentou-se à mesa com um sorriso. No entanto, a expressão dele mudou rapidamente ao receber uma ligação urgente de seu motorista, que estava no hospital.— Senhor Dominic, bateram no carro... — começou o motorista, com a voz carregada de preocupação. — Milena está bem, mas ficou bastante traumatizada com o que poderia ter acontecido.Dominic levantou-se abruptamente da cadeira, deixando Pâmela sozinha à mesa. O pânico tomou conta de seu coração, e ele perguntou desesperado:— Dilan! O meu filho e a Milena? Eles se machucaram?
Pâmela estava com as amigas em um dos shoppings mais caros e deslumbrantes da cidade. As vitrines reluziam com a luz artificial, exibindo as últimas tendências de moda com manequins perfeitamente decorados. Ela havia pedido um dos cartões de Dominic para fazer compras com as amigas, e, Dominic não negou seu pedido. Suas sacolas estavam abarrotadas de sapatos e roupas caras, refletindo seu gosto refinado.Depois das compras, as três amigas deixaram as sacolas no carro, cuidadosamente organizado pelo motorista de Dominic. Em seguida, seguiram em direção a um restaurante chique, cujas portas de vidro refletiam o brilho das lâmpadas do shopping. Ao entrar no restaurante, foram recebidas pelo garçom, que, com um sorriso profissional, as conduziu a uma das melhores mesas, próxima à janela, com vista para a movimentada avenida.O ambiente do restaurante era elegante, com mesas de madeira escura polidas e cadeiras estofadas em veludo. A música suave ao fundo completava a atmosfera sofisticada
Pâmela gritava sem ouvir o que dizia, ela estava fora de controle. Fingir ser uma boa amiga a manhã toda foi um desafio em tanto para ela. — Que inferno, ele não cala a boca! Que droga. Faz ele parar agora, sua estúpida! — gritou Pâmela enquanto se aproximava mais de Milena, suas feições tomadas pela fúria. Milena desacreditada no que ouviu levantou a cabeça e encarou Pâmela nos olhos. Seus dedos apertavam cuidadosamente o corpo de Andrew, dando uma certa firmeza em seus braços. — Então é verdade? Você não é a mãe de Andrew.— Milena perguntou sentindo seu corpo todo ferver.— Por que fez isso? Sua ambição é tão grande que se aproveitou da bondade e a vulnerabilidade de Dominic. Que tipo de mulher se esconde por trás dessa fachada de boa moça? Pâmela riu, uma risada amarga e sarcástica. — Você acha que é melhor do que eu, não é?— perguntou Pâmela, seu olhar cheio de raiva e desprezo.— Você não entende nada! Você não sabe o que é necessário para sobreviver! — gritou Pâmela, sua vo
Dominic ficou paralisado ao ler o resultado negativo do teste. O mundo ao seu redor pareceu desmoronar em uma fração de segundo. As lembranças do abandono de sua ex-esposa e da mãe começaram a invadir sua mente como um furacão, trazendo à tona a dor crua e profunda que ele havia enterrado. A imagem do pai em seu leito de morte também se juntou a esse turbilhão, criando uma batalha interna quase insuportável. Era como se uma tempestade estivesse se formando dentro dele, pronta para explodir.Ele olhou para Pâmela, e seu olhar estava carregado de fúria, raiva e tristeza. Seus olhos, vermelhos de dor, fixaram-se nos dela com uma intensidade quase assustadora. Sua voz saiu como um sussurro áspero, repleto de incredulidade e desespero:— Como pôde ser tão cruel?... Sua desgraçada. — Disse, dando um passo em direção a ela. Dominic pegou no braço de Pâmela com uma certa presão e repulsão, balançou a cabeça e murmurou: — Como pôde fingir ser a mãe do meu filho esse tempo todo?!... — Exclamou,
Meses se passaram desde que Dominic se afastou do filho de seu avô, do pequeno Andrew, e de Milena. Seu refúgio era o trabalho e a bebida, tornando-se um homem ausente e negligente, cada vez mais distante de tudo o que um dia lhe fizera bem.Dominic saía de casa antes de todos acordarem e só voltava tarde da noite, com os olhos vermelhos e o hálito carregado de álcool. Sua paciência estava cada vez mais escassa, e qualquer mínima interação com os poucos que ainda o cercavam era permeada por irritação e impaciência.Milena, por sua vez, passava os dias na mansão, cuidando de Andrew com a devoção de uma mãe. A cada dia que passava, sua raiva e frustração cresciam, principalmente ao ver a maneira desleixada como Dominic tratava o menino.Certa manhã, Dominic saiu de casa antes do sol nascer, como de costume, deixando seu avô e Andrew ainda adormecidos. Ele dirigia sem rumo, como se a estrada pudesse levá-lo para longe de seus problemas, seus dedos apertando o volante com força. Ao chegar