De repente, David pegou o celular e umedeceu os lábios com a língua ao olhar para a tela, sem se dar conta do homem que se aproximava por suas costas. Os olhos perspicazes de Brandon focaram em um nude de uma mulher de cabelos castanhos. O Sr. Zucconi espremeu mais os olhos e então sentiu-se aliviado ao ver que não era Emma.— Temos que conversar! — Brandon puxou a cadeira. — Não vou levar muito tempo. — Acomodou-se do outro lado da mesa.— E aí, irmão! — Largou o celular. — Olha essa gostosa que peguei ontem! — Ele empurrou o aparelho celular, exibindo o nude que a mulher tinha enviado para ele. — Natasha é russa e está no país há poucos meses e tem uma irmã gêmea. Posso te apresentar a irmã gostosa e…— Sou casado! — Brandon devolveu o celular. — E daí? Também sou… — Pois é, você não tem respeito algum por sua esposa, mas não admito que desrespeite a minha. — Brandon estava furioso quando vociferou entre dentes. — Fica longe da minha mulher!— Gosto de frequentar a livraria.— Ach
— Fala comigo, meu amor! — A voz desesperada do senhor Zucconi cortava o ar. Ele estava ajoelhado ao lado de sua esposa, que continuava desacordada numa poça de sangue se espalhando lentamente ao redor dela. O rosto de Zucconi estava pálido, seus olhos arregalados de terror. — Chamem um médico! Agora! — A voz profunda berrava. — Ela está perdendo muito sangue. O senhor Zucconi estava prestes a pegar a sua esposa nos braços quando um homem calvo, com alguns cabelos grisalhos ladeando o rosto, o impediu. — Não mexa nela! — O homem agachou-se ao lado da mulher desmaiada. Ele colocou os dois dedos no pulso dela e murmurou: — O pulso dela está fraco. Pessoas ainda saiam da livraria. Havia resquícios de sangue em alguns livros e cacos de vidros espalhados por todo piso vinílico. Brandon podia sentir os olhares de alguns dos funcionários se fixando neles. Ele pegou o celular e discou rapidamente para a emergência. — Chamem logo a porra da ambulância, — a voz rouca do senhor Zuc
O neurocirurgião entrou na sala de espera onde Brandon aguardava ansiosamente.— Sr. Zucconi, a cirurgia foi um sucesso. Conseguimos remover a bala sem complicações — começou o médico. — No entanto, precisamos esperar a sua esposa despertar para saber se a lesão não causou nenhum problema cognitivo.Brandon respirou fundo, uma onda de alívio e preocupação ainda inundava o seu coração.— Ela é forte e vai reagir. — Brandon respondeu, segurando-se na esperança de que sua esposa não teria nenhuma sequela. — Posso vê-la?— Claro, venha comigo! — O neurocirurgião convidou, gesticulando para o seguir.Após ajustar as lapelas de seu blazer, Brandon acompanhou o médico até o quarto onde Emma repousava sobre a cama. O som ritmado dos aparelhos ecoava pelo ambiente, quebrando o silêncio pesado.Assim que entrou no quarto, Brandon sentiu-se destruído por dentro. A imagem de Emma, frágil e vulnerável, fez com que as suas emoções transbordassem. Ele se aproximou da cama, sentindo as lágrimas arden
Matteo levantou as mãos em um gesto de rendição.— Admito que errei ao trair a confiança da Emma, mas eu me importo com ela. Só quero ter certeza de que ela ficará bem.O senhor Zucconi deu um passo à frente, o rosto a centímetros do de Matteo.— Se importar? Você não sabe o significado dessa palavra. Emma sofreu muito por sua causa. Sou o marido dela agora e não permitirei que você chegue perto dela novamente.Matteo suspirou, tentando manter a calma.— Não estou aqui para causar problemas. Só queria vê-la, saber se está bem. Mesmo que você não goste disso, eu fui uma parte importante da vida dela.— Importante? — A voz rouca de Brandon zombou. — Você foi um erro do passado que ela superou. E agora, a única coisa que importa é a recuperação dela. Sua presença aqui não ajuda em nada.Matteo cerrou os punhos, tentando controlar a frustração.— Eu não quero brigar com você. Só quero o melhor para Emma.Estreitando os olhos, o senhor Zucconi sentia a tensão aumentar.— Então faça o melhor
— A paciente não pode receber visitas… — declarou o médico, que parou na porta e fitou o enfermeiro ao lado de uma senhora com fios grisalhos.— Doutor, ela é a mãe da paciente.— Como a minha filha está? — Noemi fitou o médico com um olhar preocupado.— A cirurgia foi um sucesso, mas Emma continua na U.T.I.— O meu genro disse que ela mexeu a mão.— Sim, senhora, mas Emma ainda precisa de cuidados intensivos, — o neuro explicou num tom complacente. — A senhora pode ver sua filha por alguns minutos, mas ela precisa repousar.— Obrigada, doutor.Ao entrar, Noemi viu Emma deitada sobre a cama. Ela sentiu um nó aumentar em sua garganta ao vê-la ligada a diversos aparelhos.— Minha menina… — sussurrou, aproximando-se da cama e segurando a mão da filha com cuidado. — Você tem que ficar boa logo… seus filhos e o seu marido precisam de você.A porta abriu devagar. Logo, um homem alto entrou e ficou um passo atrás, respeitando o momento íntimo entre mãe e filha, mas pronto para oferecer apoio
Gustava estava aproveitando um fim de semana na maior e mais populosa ilha da Grécia. Creta, com suas belas praias, paisagens exóticas, desfiladeiros e lagos naturais, era o cenário perfeito para desfrutar de sua “justa” aposentadoria. Deitada na espreguiçadeira à beira da piscina da suíte onde estava hospedada, ela parecia totalmente alheia ao caos que havia gerado na corporação Zucconi.O sol estava brilhando intensamente, e o calor mediterrâneo a envolvia como um abraço acolhedor. Gustava ajustou os óculos de sol, pegou um gole de seu drink refrescante e se permitiu um momento de pura tranquilidade. Era como se o mundo ao seu redor tivesse parado, deixando-a imersa em um mar de paz e serenidade.No entanto, essa calma foi interrompida pelo som familiar de seu celular vibrando na mesinha ao lado. Gustava soltou um suspiro de frustração, colocou o copo de volta na mesa e atendeu antes de colocar no viva-voz.— O que foi desta vez? Além de não acertar o Brandon, vocês ainda fazem um pé
Dias após o atentado, Emma já respirava sem aparelhos e interagia com Brandon através de leves movimentos dos dedos quando ele segurava em sua mão e murmurava palavras de encorajamento. Ele permanecia ao lado da cama, fazendo uma prece silenciosa pela esposa. Seus olhos estavam pesados, o rosto abatido pela preocupação e pelo cansaço, mas ele se recusava a sair do lado dela. Com a testa encostada no dorso da mão fria de Emma, uma lágrima solitária caiu em meio a todo o amor e o desespero acumulados. Inesperadamente, Brandon sentiu um movimento da mão de Emma apertando a dele. O coração disparou, e ele ergueu o rosto rapidamente, observando-a com esperança. Os cílios dela tremiam devagar, e, pouco a pouco, ela abria as pálpebras.— Onde estou? — A voz mal constituiu um sussurro, mas era o som mais doce que ele poderia ouvir naquele momento.— Meu amor. — O senhor Zucconi respondeu, acariciando a bochecha esquerda dela com cuidado. — Estou aqui, meu bem!Emma piscou, tentando ajustar a
Parada do outro lado do balcão branco da cozinha, ela apertou mais os punhos, seus olhos presos ao homem que com a toalha enrolada na cintura revelando os músculos definidos do abdômen. As gotas d'água caíam das mechas curtas do cabelo, deslizando pelos músculos do peitoral até o abdômen reto.— Não me julgue, — Ela rompeu o silêncio inquietante, sacudindo a faca no ar. — Os Zucconi roubaram muita coisa de mim.— A Emma não tinha nada a ver com isso, — chiou Matteo.— Disse o homem que a usou para obter vantagens na empresa dos Zucconi, — alfinetou Gustava.Matteo não se manifestou. Em vez disso, deu as costas.— Não aguenta ouvir a verdade, — ela provocou em voz alta, seus olhos observando as costas largas e molhadas do homem que se retirava. — Volte aqui!Segurando a faca, ela foi ao encontro dele. Matteo aumentou as passadas em direção ao quarto. Tinha que acabar com tudo antes que se tornasse a próxima vítima.Quando Gustava entrou no quarto, ele já estava vestindo as calças.— Pen