POV NATASHA:Já havia se passado uma semana e mais três dias desde que Salvatore me salvou. Ele me tirou da Rússia e me trouxe para a Venezuela e, para que eu não ficasse sozinha todos os dias, trouxe sua prima para me fazer companhia.Eu estava entretida conversando com Lorena, prima de Salvatore, sobre a vida dela, já que a minha não tem nada de interessante.Eu poderia dizer que estava totalmente bem e livre, mas nunca estive presa. Sempre tive a liberdade de sair e fazer o que quisesse, só que, desta vez, sinto como se fosse definitivo. Acredito que possa ser um novo recomeço, ao mesmo tempo em que sou idiota o suficiente para sentir falta dele. No fim, fui eu quem se prendeu a ele.Era uma manhã quente, e eu estava sentada na varanda do pequeno apartamento, tomando meu café. Lorena, ao meu lado, falava sobre sua vida, seus filhos e o calor do dia, que parecia derreter o ar. Eu a escutava, mas minha mente estava vagando. Admito, senti inveja da sua vida, uma vida que nunca terei o
POV NATASHA:Acordo com o som de passos. Meu coração já dispara antes mesmo de entender onde estou. Abro os olhos e, no mesmo instante, encontro Aleksei me observando.Nossos olhares se cruzam, mas seu rosto não revela nada. Nenhuma emoção, nenhuma fraqueza. Apenas um vazio que me faz estremecer.O medo me domina, junto com as lembranças que nunca me deixam.Lorena... Ele matou ela. Ela morreu por minha culpa.As lágrimas deslizam pelo meu rosto antes mesmo que eu possa controlá-las. Aleksei desvia o olhar, seu rosto se contorcendo em desgosto antes de virar as costas para mim.— Quando você ia me contar?Sua voz é fria, mas eu não entendo. Minha mente está um caos. Meu peito dói, minha respiração falha. O que ele quer saber?Me esforço para me sentar, puxando as cobertas como se fossem um escudo invisível. Tento me manter firme, mas tudo dentro de mim está desmoronando.Então, ele se vira de volta. Dessa vez, a raiva brilha em seus olhos, nítida e feroz.— Você não vai me responder?
POV ALEKSEI: O cheiro da Venezuela era diferente. O ar carregava umidade e poeira, uma mistura quente e pegajosa que me irritava desde o momento em que desci do avião. Mas isso não importava. Eu não vim para admirar paisagens. Ela estava aqui. Eu tinha esperado tempo demais para corrigir esse erro. Meus homens já estavam espalhados por toda a Venezuela e já estavam prontos, caso algo saísse do nosso controle. Salvatore bem que tentou a esconder de mim, mas ninguém se esconde de mim para sempre. Cada movimento dela foi mapeado desde o dia em que ela saiu da Rússia. Ela podia achar que estava segura, mas quando se trata se mim, segurança é uma ilusão. — O prédio está cercado — um dos meus homens informou, enquanto ajustava o fone no ouvido. Assenti com um movimento mínimo da cabeça. Meus olhos estavam fixos na entrada do pequeno apartamento. O local era discreto, simples demais para alguém como ela. Eu poderia ter entrado a qualquer momento, mas decidi esperar. Observar. Ver
POV ALEKSEI: Caminhei com a minha esposa em meus braços até ao avião. Sentei-me no assento com ela ainda em meus braços e percebi que ela começava a ter febres, tremores e suor excessivo.O avião tocou o solo russo com um baque seco. Ela ainda estava nos meus braços, inconsciente desde que desmaiou na floresta. A febre dela não diminuía, e eu não conseguia tirar os olhos dela. A cada minuto, eu sentia mais pânico, mas não sabia o que fazer. Quando chegamos à mansão, o médico já estava nos esperando. Caminhei com ela até ao meu quarto, com cuidado, coloquei ela em minha cama e me afastei, mas eu não conseguia desviar o olhar, a preocupação já havia me tomado. Eu estava ali, observando-a deitada na cama, febril e inconsciente. A situação não me permitia demonstrações, então eu não me movia, apenas observava. O médico se aproximou, com calma. Ele mediu a temperatura dela e verificou o pulso, sem pressa. Eu mantinha a postura impassível, os olhos fixos nela, sem expressar o que passa
POV ELISA: — Desgraçadooo.Damon empurra todos os papéis que estavam na mesa para o chão. Ele simplesmente está ficando louco desde que seus planos começaram a dar errado.Eu continuo sentada na poltrona no canto do escritório, observando-o em silêncio. A fúria dele preenche o ambiente, como um incêndio prestes a consumir tudo. Seus punhos estão cerrados, o maxilar travado, os olhos escuros faiscando de raiva. Ele respira fundo, mas não parece ser o suficiente para conter o caos que cresce dentro dele.Sei que deveria dizer algo, mas qualquer palavra agora seria um erro. Damon não está pronto para ouvir. Ele nunca está quando perde o controle assim.Ele se inclina contra a mesa, os dedos pressionando a madeira com força. Seu peito sobe e desce rapidamente. Então, devagar, ele levanta a cabeça e me encara.— Está gostando do espetáculo, Elisa?Minha garganta seca. Ele deveria estar tentando se recompor, encontrar uma solução para o desastre que acabou de acontecer. Mas, ao invés disso
POV NATASHA:Já se passaram 5 dias desde a última discussão com Aleksei, ele me deixou trancada por esses dias e tenho recebido água e comida como um prisioneiro. Eu bem que tentei lutar para não comer nada, mas ele me ameaçou que se eu não comece ele iria tirar o meu filho de dentro do meu útero com as suas mãos. Eu só consegui comer quando ele cedeu e finalmente disse que não iria envenenar o meu filho pela comida. Eu conheço Aleksei, e sei que ele não é tão hipócrita em dizer algo que não seja verdade, quando ele quer, ele faz e pronto.Nesses 5 dias, confesso que Alekei tem agido estranho comigo. Eu pensei que ele fosse agir de uma forma mais severa, deixando a parte o facto de eu ser tratada como uma prisioneira. Mas a única coisa que eu quero é que meu filho viva. Eu nem acredito que eu realmente estou grávida. Tem uma vida crescendo dentro de mim, e eu terei que lutar por nós dois, terei que ser mais forte do que nunca agora. E confesso que isso me assusta.Já é tarde da noite
POV NATASHA:Eu não consiguia mais dormir, eu apenas fechava os olhos e esperava que a noite passa-se rápido. Não sabia dizer por quê, mas meu sono simplesmente se foi.O quarto estava escuro, com a luz fraca da lua passando pela cortina. Virei a cabeça para o lado e vi meu marido dormindo. Ele estava deitado de lado, respirando devagar. Seu peito subia e descia no mesmo ritmo calmo de sempre.Fiquei apenas olhando para ele, sem sono e sem vontade de fechar os olhos de novo.O silêncio da madrugada foi quebrado pelo som de tiros, fazendo meu coração bater mais rápido. Meu marido afastou rapidamente o cobertor e deslizou a mão para debaixo do travesseiro, puxando uma pequena pistola. Sem dizer nada, virou-se para o lado da cama e se abaixou, alcançando um compartimento oculto sob a madeira. Com um movimento rápido, abriu o fundo falso e pegou outra arma, maior.O som metálico quebrou o silêncio quando ele verificou o carregador. Em seguida, foi até o armário, abriu uma das portas e ret
POV ALEKSEI: Eu poderia dizer que eu não estava à espera de um ataque. Mas eu estava. Só não esperava que fosse dessa proporção.Quem quer que seja, gastou muito dinheiro para me ver morto.A bala passou perto demais da minha cabeça, acertando a parede atrás de mim com um estalo seco. Meu corpo se moveu no automático, jogando-me atrás do sofá antes que outra rajada de tiros rasgasse o ar.Respirei fundo, tentando acalmar minha mente. Meus olhos correram pelo cômodo, buscando saídas, vantagem, qualquer coisa que me desse um segundo a mais para reagir.Eles atiravam sem parar, atingindo todas as janelas.Rolei para o lado, puxando a arma do coldre, matando os malditos. A sala já estava cheia de sangue e corpos de homens mortos.Levantei-me rapidamente, sem tempo para pensar. Eu precisava de uma rota de fuga, eu precisava sair dessa maldita mansão antes que os filhos da puta conseguissem me matar. Mas antes, precisava voltar ao quarto e tirar daqui a minha mulher.Antes que eu tivesse a