POV ALEKSEI: Caminhei com a minha esposa em meus braços até ao avião. Sentei-me no assento com ela ainda em meus braços e percebi que ela começava a ter febres, tremores e suor excessivo.O avião tocou o solo russo com um baque seco. Ela ainda estava nos meus braços, inconsciente desde que desmaiou na floresta. A febre dela não diminuía, e eu não conseguia tirar os olhos dela. A cada minuto, eu sentia mais pânico, mas não sabia o que fazer. Quando chegamos à mansão, o médico já estava nos esperando. Caminhei com ela até ao meu quarto, com cuidado, coloquei ela em minha cama e me afastei, mas eu não conseguia desviar o olhar, a preocupação já havia me tomado. Eu estava ali, observando-a deitada na cama, febril e inconsciente. A situação não me permitia demonstrações, então eu não me movia, apenas observava. O médico se aproximou, com calma. Ele mediu a temperatura dela e verificou o pulso, sem pressa. Eu mantinha a postura impassível, os olhos fixos nela, sem expressar o que passa
POV ELISA: — Desgraçadooo.Damon empurra todos os papéis que estavam na mesa para o chão. Ele simplesmente está ficando louco desde que seus planos começaram a dar errado.Eu continuo sentada na poltrona no canto do escritório, observando-o em silêncio. A fúria dele preenche o ambiente, como um incêndio prestes a consumir tudo. Seus punhos estão cerrados, o maxilar travado, os olhos escuros faiscando de raiva. Ele respira fundo, mas não parece ser o suficiente para conter o caos que cresce dentro dele.Sei que deveria dizer algo, mas qualquer palavra agora seria um erro. Damon não está pronto para ouvir. Ele nunca está quando perde o controle assim.Ele se inclina contra a mesa, os dedos pressionando a madeira com força. Seu peito sobe e desce rapidamente. Então, devagar, ele levanta a cabeça e me encara.— Está gostando do espetáculo, Elisa?Minha garganta seca. Ele deveria estar tentando se recompor, encontrar uma solução para o desastre que acabou de acontecer. Mas, ao invés disso
POV NATASHA:Já se passaram 5 dias desde a última discussão com Aleksei, ele me deixou trancada por esses dias e tenho recebido água e comida como um prisioneiro. Eu bem que tentei lutar para não comer nada, mas ele me ameaçou que se eu não comece ele iria tirar o meu filho de dentro do meu útero com as suas mãos. Eu só consegui comer quando ele cedeu e finalmente disse que não iria envenenar o meu filho pela comida. Eu conheço Aleksei, e sei que ele não é tão hipócrita em dizer algo que não seja verdade, quando ele quer, ele faz e pronto.Nesses 5 dias, confesso que Alekei tem agido estranho comigo. Eu pensei que ele fosse agir de uma forma mais severa, deixando a parte o facto de eu ser tratada como uma prisioneira. Mas a única coisa que eu quero é que meu filho viva. Eu nem acredito que eu realmente estou grávida. Tem uma vida crescendo dentro de mim, e eu terei que lutar por nós dois, terei que ser mais forte do que nunca agora. E confesso que isso me assusta.Já é tarde da noite
POV NATASHA:Eu não consiguia mais dormir, eu apenas fechava os olhos e esperava que a noite passa-se rápido. Não sabia dizer por quê, mas meu sono simplesmente se foi.O quarto estava escuro, com a luz fraca da lua passando pela cortina. Virei a cabeça para o lado e vi meu marido dormindo. Ele estava deitado de lado, respirando devagar. Seu peito subia e descia no mesmo ritmo calmo de sempre.Fiquei apenas olhando para ele, sem sono e sem vontade de fechar os olhos de novo.O silêncio da madrugada foi quebrado pelo som de tiros, fazendo meu coração bater mais rápido. Meu marido afastou rapidamente o cobertor e deslizou a mão para debaixo do travesseiro, puxando uma pequena pistola. Sem dizer nada, virou-se para o lado da cama e se abaixou, alcançando um compartimento oculto sob a madeira. Com um movimento rápido, abriu o fundo falso e pegou outra arma, maior.O som metálico quebrou o silêncio quando ele verificou o carregador. Em seguida, foi até o armário, abriu uma das portas e ret
POV ALEKSEI: Eu poderia dizer que eu não estava à espera de um ataque. Mas eu estava. Só não esperava que fosse dessa proporção.Quem quer que seja, gastou muito dinheiro para me ver morto.A bala passou perto demais da minha cabeça, acertando a parede atrás de mim com um estalo seco. Meu corpo se moveu no automático, jogando-me atrás do sofá antes que outra rajada de tiros rasgasse o ar.Respirei fundo, tentando acalmar minha mente. Meus olhos correram pelo cômodo, buscando saídas, vantagem, qualquer coisa que me desse um segundo a mais para reagir.Eles atiravam sem parar, atingindo todas as janelas.Rolei para o lado, puxando a arma do coldre, matando os malditos. A sala já estava cheia de sangue e corpos de homens mortos.Levantei-me rapidamente, sem tempo para pensar. Eu precisava de uma rota de fuga, eu precisava sair dessa maldita mansão antes que os filhos da puta conseguissem me matar. Mas antes, precisava voltar ao quarto e tirar daqui a minha mulher.Antes que eu tivesse a
POV OLEG:— Você não pode fazer isso?— Eu posso tudo, tio. E nem você e nem ninguém vai me impedir de ter o meu poder de volta!— ele caminhou até a porta, ficando de costas para mim. — E, para seu bem, não tente me impedir.Ele saiu batendo na porta, me deixando parado e sem reação.Peguei nas minhas chaves e meu casaco e saí de casa. Entrei em meu fusca bem antigo e dirigi em direção ao bar, eu sabia que ele tinha deixado alguém para me seguir. Mas eu não me importei pois estava com a merda da minha consciência pesando.Tudo isso, toda essa guerra surgiu por causa do maldito do meu irmão. Suas acções fizeram com que seus dois filhos se tornassem inimigos e, se o maldito não estivesse morto agora, eu o mataria com as minhas próprias mãos.Fico bebendo, enquanto olho para o relógio pendurado na parede do bar. Já é 1 da manhã. O ataque será às 3.O tempo parece escorrer mais devagar, como se o próprio bar estivesse dilatando os minutos. Cada gole que tomo parece um suspiro perdido no v
POV NATASHA:— Entre. Se sinta a vontade.O homem me deixa entrar e fico alguns minutos analisando a casa que está em condições precárias.— Não é a melhor casa, mas acho que você pode ficar aqui até que a poeira abaixe. viro para ele com as lágrimas já ameaçando cair. — Quem são as pessoas que invadiram a minha casa?Ele abaixou a cabeça e se virou de costas para mim.— É uma longa história.— então resume!!Ele respira fundo e volta a olhar para mim.— No momento certo você vai saber. Por agora... Se preocupe em se manter a salvo. E não saia daqui!Sem dizer mais nada, ele sai da casa me deixando sozinha. Corro atrás dele e antes que ele entre no carro lhe pergunto.— E o meu marido?Ainda de costas para mim ele fala em um tom mais baixo.— Eu não sei!Sem dizer mais nada, ele entra em seu fusca e sai dirigindo pela estrada vazia. Meu peito aperta, estou em outro país sozinha e grávida, na casa de um homem que se diz ser o tio do meu marido. E o pior e ele não sabe onde está meu
POV OLEG: Eu sou um maldito idiota, um maldito teimoso que insiste em se envolver em problemas que não são meus. Estaciono o carro e dou um soco no volante, fazendo a buzina soar. Não importa, ninguém vai me ouvir aqui. Dou mais dois socos antes de cair em mim e respirar fundo. Eu já tinha feito tudo isso, e não poderia mais voltar atrás. Ligo o carro e dirijo em direção a um dos meus outros esconderijos na cidade. Eu já estava cansado depois de ficar quase 10 dias na estrada, indo e vindo da Mongólia. Eu precisava descansar. Já lá, aproveito para fazer minha higiene e dormir. Depois de um sono conturbado, pego minha bolsa com dinheiro e saio da casa quando já era noite. Dirigi até algum lugar na cidade e fiquei aguardando. Já estava tudo escuro, e minha ansiedade ia a mil. A escuridão da noite dissipou-se com o som de uma moto. O cara estacionou e caminhou até mim, que estava encostado no meu Fusca. — Já está com o dinheiro? — pergunta ele, impaciente. — Já fez o ser