POV NATASHA:— Entre. Se sinta a vontade.O homem me deixa entrar e fico alguns minutos analisando a casa que está em condições precárias.— Não é a melhor casa, mas acho que você pode ficar aqui até que a poeira abaixe. viro para ele com as lágrimas já ameaçando cair. — Quem são as pessoas que invadiram a minha casa?Ele abaixou a cabeça e se virou de costas para mim.— É uma longa história.— então resume!!Ele respira fundo e volta a olhar para mim.— No momento certo você vai saber. Por agora... Se preocupe em se manter a salvo. E não saia daqui!Sem dizer mais nada, ele sai da casa me deixando sozinha. Corro atrás dele e antes que ele entre no carro lhe pergunto.— E o meu marido?Ainda de costas para mim ele fala em um tom mais baixo.— Eu não sei!Sem dizer mais nada, ele entra em seu fusca e sai dirigindo pela estrada vazia. Meu peito aperta, estou em outro país sozinha e grávida, na casa de um homem que se diz ser o tio do meu marido. E o pior e ele não sabe onde está meu
POV OLEG: Eu sou um maldito idiota, um maldito teimoso que insiste em se envolver em problemas que não são meus. Estaciono o carro e dou um soco no volante, fazendo a buzina soar. Não importa, ninguém vai me ouvir aqui. Dou mais dois socos antes de cair em mim e respirar fundo. Eu já tinha feito tudo isso, e não poderia mais voltar atrás. Ligo o carro e dirijo em direção a um dos meus outros esconderijos na cidade. Eu já estava cansado depois de ficar quase 10 dias na estrada, indo e vindo da Mongólia. Eu precisava descansar. Já lá, aproveito para fazer minha higiene e dormir. Depois de um sono conturbado, pego minha bolsa com dinheiro e saio da casa quando já era noite. Dirigi até algum lugar na cidade e fiquei aguardando. Já estava tudo escuro, e minha ansiedade ia a mil. A escuridão da noite dissipou-se com o som de uma moto. O cara estacionou e caminhou até mim, que estava encostado no meu Fusca. — Já está com o dinheiro? — pergunta ele, impaciente. — Já fez o ser
POV ELISA: Um mês se passou desde aquele dia. As coisas não melhoraram, mas também não pioraram. Damon continua distante, imerso em seu trabalho, enquanto eu tento, todos os dias, aproximar meu filho dele. Mas é difícil. Meu pequeno príncipe ainda me evita, e isso me machuca mais do que eu gostaria de admitir. Hoje, o sol entra pela janela do quarto do meu filho, iluminando a cama onde meu filho dorme tranquilamente. Olho para ele, com seus cabelos negros desordenados, e me pergunto se ele sente a minha presença, se me reconhece como mãe. Os dias têm sido assim, cheios de tentativas, gestos pequenos de carinho que não são respondidos. A casa de Damon se tornou nossa rotina, mas ainda assim parece fria, vazia. Sinto falta do calor, da presença de uma verdadeira família. Eu sabia que seria difícil, mas pensei que, com o tempo, as coisas se ajustariam. Damon, no entanto, continua tratando tudo com a mesma frieza de antes. Ontem à noite, eu o vi olhar para o nosso filho, mas foi um olh
POV ELISA: Anos antes:Eu estava trancada dentro do meu quarto há cinco dias. Meu pai não fala comigo e isso está quebrando meu coração. A tia Joana, a governanta, vinha com histórias sobre a filha e eu apenas tive que aguentar as histórias insuportáveis de uma menina que está em sua fase de rebeldia. Aquilo estava me matando de tédio.Tomei um banho e usei meu shorts preto e um top da mesma cor. Abri a porta do meu quarto e caminhei em direção às escadas.Antes que eu descesse as escadas, ouvi duas vozes familiares. Uma, eu tinha certeza de que era de meu pai. E a outra, eu tinha certeza de que já tinha ouvido, mas não sabia onde.Ainda nas escadas, espionei para o andar de baixo e vi meu pai e mais um homem que estava de costas para mim. Ele era alto e tinha um corpo grande, mas não exagerado. Seus cabelos castanhos me deixavam ainda mais curiosa para saber quem era aquele cara. Fiquei tentando descobrir quem era por horas, mas ele não virava o rosto nunca.— Elisa!Tomei um susto
Dias actuais:Passei o dia com meu filho, mas ele mal quis comer. Levantei-me devagar para não acordá-lo e fui até a cozinha pedir algo para ele.Procurei por Damon, mas os empregados disseram que ele já havia saído. Sentei-me na sala, peguei o telemóvel e liguei para ele, mas não atendeu.De noite, meu filho já estava mais tranquilo mas não falava nada.Tentei ligar para Damon mas ele não atendeu.Tentei de novo e de novo. Nada. Ele simplesmente não entendeu nenhuma das minhas ligações.O relógio marcava quase meia-noite.Ele não voltou. E o celular já não chamava mais.De manhã...Eu tomava o pequeno-almoço com meu filho, tentando me concentrar nele, mas minha cabeça estava em outro lugar. A noite anterior tinha sido longa, e Damon não atendeu nenhuma das minhas ligações.Quando ouvi a porta da entrada se abrir, meu coração disparou. Levantei-me apressada e fui até os empregados.— O Damon voltou? — perguntei, ansiosa.— Sim, senhora. Chegou há pouco — respondeu um deles.Sem perder
POV ELISA:A noite avançava e Damon finalmente chegou em casa, mas sua atitude era a mesma de sempre, indiferente. Quando ele entrou, nem se deu ao trabalho de olhar para mim. Passou por mim como se eu fosse uma sombra.Ele subiu as escadas dirigindo-se diretamente ao seu quarto. Eu estava paralisada, sem saber se deveria gritar de raiva ou simplesmente deixar a raiva se acumular.Levantei-me rapidamente, correndo atrás dele. Como ele podia ser tão frio? O homem que eu amava, o homem que deveria se preocupar com seu próprio filho, estava agora agindo como se nada tivesse acontecido. Esse não era o Damon que eu conhecia. Não é o homem que eu quero.Subi as escadas atrás dele, mas respirei fundo antes de bater à porta.Abri a porta e o vi tirando a sua camisa e caminhando em direção à janela com um cigarro entre os dedos, pegou o celular e ficou fumando enquanto olhava para o celular. Bati a porta com força, fazendo-o se assustar.— Que merda você está fazendo? — ele disse, me olhando c
POV OLEG:— Entra.Depois de ouvir a voz de Damon, abro a porta e entro em seu escritório, me sentando à sua frente.— Preciso que você vá para os Estados Unidos, daqui a 3 dias. — ele diz, olhando os papéis à sua frente, sem nem me direcionar o olhar.— Por que você precisa de mim lá?— O pai da minha cunhadinha está querendo se rebelar. Então quero que você mantenha ele na linha. Se for preciso, mate todos da família.— O pai da mulher de Aleksei?Ele para de escrever nos papéis em suas mãos e me olha com ignorância.— Sim, a mulher do meu maldito irmão.— Se você me permite dizer...— Não, eu não permito. Agora saia da minha sala.Me levanto e saio da sua sala, rogando mil pragas. O orgulho dele está mais alto que nunca. Respiro fundo, tentando controlar a minha raiva, entro em meu carro e olho pelo retrovisor.— O que você faz aqui?— Eu preciso da sua ajuda, por favor.— O que tanto precisas para invadir assim o meu carro?— Dirija para um lugar seguro, onde ninguém possa nos ver
POV ELISA: Anos antesMeu pai me entrega uma caixa preta com um laço da mesma cor. Eu estava surpresa pelo fato de ele ter me dado uma caixa de presente, ele nunca foi desses. Tipo, ele nunca tinha me dado um presente.— O que é isso? — pergunto, abrindo a caixa.— É um presente do Damon, ele lhe convidou para jantar. Não faça nada que manche a honra do nosso sobrenome.Ele fala ríspido, antes de sair do quarto.Abro a caixa e vejo um vestido lindo, era rosa e curto. O tipo de vestido que eu gosto.Chamei uma maquiadora profissional, porque eu quero estar deslumbrante essa noite.Ela chegou e me fez a maquiagem. Quando eram pontualmente 20h, o motorista do Damon chegou e ele me levou em direção ao hotel mais caro do país. Mesmo sendo praticamente uma prisioneira de meu pai, eu conheço os lugares mais badalados da cidade. Não é à toa que eu tenho uma amiga de uma vibe safadinha.Sou acompanhada até uma ala VIP, o andar todo estava praticamente vazio. Eu não estava conseguindo acreditar