POV NATASHA:Eu não consiguia mais dormir, eu apenas fechava os olhos e esperava que a noite passa-se rápido. Não sabia dizer por quê, mas meu sono simplesmente se foi.O quarto estava escuro, com a luz fraca da lua passando pela cortina. Virei a cabeça para o lado e vi meu marido dormindo. Ele estava deitado de lado, respirando devagar. Seu peito subia e descia no mesmo ritmo calmo de sempre.Fiquei apenas olhando para ele, sem sono e sem vontade de fechar os olhos de novo.O silêncio da madrugada foi quebrado pelo som de tiros, fazendo meu coração bater mais rápido. Meu marido afastou rapidamente o cobertor e deslizou a mão para debaixo do travesseiro, puxando uma pequena pistola. Sem dizer nada, virou-se para o lado da cama e se abaixou, alcançando um compartimento oculto sob a madeira. Com um movimento rápido, abriu o fundo falso e pegou outra arma, maior.O som metálico quebrou o silêncio quando ele verificou o carregador. Em seguida, foi até o armário, abriu uma das portas e ret
POV ALEKSEI: Eu poderia dizer que eu não estava à espera de um ataque. Mas eu estava. Só não esperava que fosse dessa proporção.Quem quer que seja, gastou muito dinheiro para me ver morto.A bala passou perto demais da minha cabeça, acertando a parede atrás de mim com um estalo seco. Meu corpo se moveu no automático, jogando-me atrás do sofá antes que outra rajada de tiros rasgasse o ar.Respirei fundo, tentando acalmar minha mente. Meus olhos correram pelo cômodo, buscando saídas, vantagem, qualquer coisa que me desse um segundo a mais para reagir.Eles atiravam sem parar, atingindo todas as janelas.Rolei para o lado, puxando a arma do coldre, matando os malditos. A sala já estava cheia de sangue e corpos de homens mortos.Levantei-me rapidamente, sem tempo para pensar. Eu precisava de uma rota de fuga, eu precisava sair dessa maldita mansão antes que os filhos da puta conseguissem me matar. Mas antes, precisava voltar ao quarto e tirar daqui a minha mulher.Antes que eu tivesse a
POV OLEG:— Você não pode fazer isso?— Eu posso tudo, tio. E nem você e nem ninguém vai me impedir de ter o meu poder de volta!— ele caminhou até a porta, ficando de costas para mim. — E, para seu bem, não tente me impedir.Ele saiu batendo na porta, me deixando parado e sem reação.Peguei nas minhas chaves e meu casaco e saí de casa. Entrei em meu fusca bem antigo e dirigi em direção ao bar, eu sabia que ele tinha deixado alguém para me seguir. Mas eu não me importei pois estava com a merda da minha consciência pesando.Tudo isso, toda essa guerra surgiu por causa do maldito do meu irmão. Suas acções fizeram com que seus dois filhos se tornassem inimigos e, se o maldito não estivesse morto agora, eu o mataria com as minhas próprias mãos.Fico bebendo, enquanto olho para o relógio pendurado na parede do bar. Já é 1 da manhã. O ataque será às 3.O tempo parece escorrer mais devagar, como se o próprio bar estivesse dilatando os minutos. Cada gole que tomo parece um suspiro perdido no v
POV NATASHA:— Entre. Se sinta a vontade.O homem me deixa entrar e fico alguns minutos analisando a casa que está em condições precárias.— Não é a melhor casa, mas acho que você pode ficar aqui até que a poeira abaixe. viro para ele com as lágrimas já ameaçando cair. — Quem são as pessoas que invadiram a minha casa?Ele abaixou a cabeça e se virou de costas para mim.— É uma longa história.— então resume!!Ele respira fundo e volta a olhar para mim.— No momento certo você vai saber. Por agora... Se preocupe em se manter a salvo. E não saia daqui!Sem dizer mais nada, ele sai da casa me deixando sozinha. Corro atrás dele e antes que ele entre no carro lhe pergunto.— E o meu marido?Ainda de costas para mim ele fala em um tom mais baixo.— Eu não sei!Sem dizer mais nada, ele entra em seu fusca e sai dirigindo pela estrada vazia. Meu peito aperta, estou em outro país sozinha e grávida, na casa de um homem que se diz ser o tio do meu marido. E o pior e ele não sabe onde está meu
POV OLEG: Eu sou um maldito idiota, um maldito teimoso que insiste em se envolver em problemas que não são meus. Estaciono o carro e dou um soco no volante, fazendo a buzina soar. Não importa, ninguém vai me ouvir aqui. Dou mais dois socos antes de cair em mim e respirar fundo. Eu já tinha feito tudo isso, e não poderia mais voltar atrás. Ligo o carro e dirijo em direção a um dos meus outros esconderijos na cidade. Eu já estava cansado depois de ficar quase 10 dias na estrada, indo e vindo da Mongólia. Eu precisava descansar. Já lá, aproveito para fazer minha higiene e dormir. Depois de um sono conturbado, pego minha bolsa com dinheiro e saio da casa quando já era noite. Dirigi até algum lugar na cidade e fiquei aguardando. Já estava tudo escuro, e minha ansiedade ia a mil. A escuridão da noite dissipou-se com o som de uma moto. O cara estacionou e caminhou até mim, que estava encostado no meu Fusca. — Já está com o dinheiro? — pergunta ele, impaciente. — Já fez o ser
POV ELISA: Um mês se passou desde aquele dia. As coisas não melhoraram, mas também não pioraram. Damon continua distante, imerso em seu trabalho, enquanto eu tento, todos os dias, aproximar meu filho dele. Mas é difícil. Meu pequeno príncipe ainda me evita, e isso me machuca mais do que eu gostaria de admitir. Hoje, o sol entra pela janela do quarto do meu filho, iluminando a cama onde meu filho dorme tranquilamente. Olho para ele, com seus cabelos negros desordenados, e me pergunto se ele sente a minha presença, se me reconhece como mãe. Os dias têm sido assim, cheios de tentativas, gestos pequenos de carinho que não são respondidos. A casa de Damon se tornou nossa rotina, mas ainda assim parece fria, vazia. Sinto falta do calor, da presença de uma verdadeira família. Eu sabia que seria difícil, mas pensei que, com o tempo, as coisas se ajustariam. Damon, no entanto, continua tratando tudo com a mesma frieza de antes. Ontem à noite, eu o vi olhar para o nosso filho, mas foi um olh
POV ELISA: Anos antes:Eu estava trancada dentro do meu quarto há cinco dias. Meu pai não fala comigo e isso está quebrando meu coração. A tia Joana, a governanta, vinha com histórias sobre a filha e eu apenas tive que aguentar as histórias insuportáveis de uma menina que está em sua fase de rebeldia. Aquilo estava me matando de tédio.Tomei um banho e usei meu shorts preto e um top da mesma cor. Abri a porta do meu quarto e caminhei em direção às escadas.Antes que eu descesse as escadas, ouvi duas vozes familiares. Uma, eu tinha certeza de que era de meu pai. E a outra, eu tinha certeza de que já tinha ouvido, mas não sabia onde.Ainda nas escadas, espionei para o andar de baixo e vi meu pai e mais um homem que estava de costas para mim. Ele era alto e tinha um corpo grande, mas não exagerado. Seus cabelos castanhos me deixavam ainda mais curiosa para saber quem era aquele cara. Fiquei tentando descobrir quem era por horas, mas ele não virava o rosto nunca.— Elisa!Tomei um susto
Dias actuais:Passei o dia com meu filho, mas ele mal quis comer. Levantei-me devagar para não acordá-lo e fui até a cozinha pedir algo para ele.Procurei por Damon, mas os empregados disseram que ele já havia saído. Sentei-me na sala, peguei o telemóvel e liguei para ele, mas não atendeu.De noite, meu filho já estava mais tranquilo mas não falava nada.Tentei ligar para Damon mas ele não atendeu.Tentei de novo e de novo. Nada. Ele simplesmente não entendeu nenhuma das minhas ligações.O relógio marcava quase meia-noite.Ele não voltou. E o celular já não chamava mais.De manhã...Eu tomava o pequeno-almoço com meu filho, tentando me concentrar nele, mas minha cabeça estava em outro lugar. A noite anterior tinha sido longa, e Damon não atendeu nenhuma das minhas ligações.Quando ouvi a porta da entrada se abrir, meu coração disparou. Levantei-me apressada e fui até os empregados.— O Damon voltou? — perguntei, ansiosa.— Sim, senhora. Chegou há pouco — respondeu um deles.Sem perder