Quem é ela?

A realidade estava longe do meu alcance, ter que suportar meu marido indiferente me tratando como seu eu não fosse nada e depois descobrir que ele tem outra me destruio por dentro.

Meu coração apertou, e meu mundo se desfez em mil e um pedaços. Lágrimas rolavam do meu rosto enquanto eu sentia o chão distante.

Sai correndo em direção ao hotel, e logo que cheguei, me joguei na cama e chorei, chorei como nunca havia chorado antes. Desta vez, meu coração estava quebrado, meu corpo cansado. Senti uma parte de mim ser arrancada. Chorei por horas e, sem perceber, acabei dormindo.

Quando acordei, as lembranças da noite anterior me inundaram, me alertando de que algo me foi tirado: meu coração. Meu coração que já estava definhando. Mesmo sabendo que aquele homem nunca demonstrou ser meu, ainda o amava. Meu celular começou a tocar sem parar, mas eu não queria falar com ninguém neste momento. Só queria me enterrar nos meus pesadelos até que os mortos enterrassem seus próprios mortos, até que eu me enterrasse por dentro, pois me sentia morta, de corpo e de alma.

Me arrastei até o banheiro e tomei um banho enquanto as lágrimas rolavam nos meus olhos, com minha cabeça doendo junto dos meus olhos e meu coração. Terminei o banho e me joguei novamente na cama. Não sei quantas horas se passaram, mas meu corpo e espírito estavam cansados.

As batidas na porta e o toque frenético da campainha me fizeram sair da cama. Olhei pelo olho mágico e vi que era Mia. Enxuguei as lágrimas e abri a porta. Antes que eu dissesse qualquer coisa, ela entrou.

— O que aconteceu com você? Eu fiquei preocupada. Eu te liguei várias vezes. Por que não atendeu?

Me arrastei para a cama e as lágrimas vieram juntas. Eu estava chorando sem parar.

— Natasha, o que aconteceu?

Eu não respondi, não consegui abrir a boca. Ela se deitou ao meu lado e acariciou os meus cabelos enquanto sussurrava que ia ficar tudo bem, mas a verdade é que nada estava bem na minha vida.

Ela ficou comigo algumas horas e depois saiu. Depois de alguns minutos, ela voltou com uma bandeja de comida.

— Natasha, por favor, levante-se e coma.

Eu não disse nada, apenas fechei os olhos, rezando para que isso acabasse.

— Por favor, você precisa comer. Mesmo que seja um pouquinho.

Depois de tanto relutar, me levantei e fiquei sentada na cama. Mia puxou o prato e colocou nas minhas coxas. Lenta e mecanicamente, comecei a comer.

Os dias se arrastaram, e por insistência de Mia, ela me fez sair para dar um passeio.

Ficamos sentadas no banco do parque enquanto ela falava sem parar, tentando me distrair dos meus pensamentos.

— E... Eu... — comecei a falar, tentando contar sobre meu casamento miserável, em que acabei descobrindo que ele tinha outra. _Eu achei que pudesse ter um casamento normal, ou mesmo perfeito. Me preparei para ser uma esposa perfeita num casamento que eu descobri que é um casamento de merda. Naquela festa, ele estava lá...ele estava lá com outra mulher. Ele estava sorrindo, um sorriso que eu nunca vi, que ele nunca tinha dirigido a mim. eu deixo que ele me humilhe e eu não consigo parar de ama-lo.

Flashback on:

Eu decidi ir até a empresa de Aleksei. Estava cansada de esperar em casa, cansada do silêncio entre nós. Eu precisava vê-lo, falar com ele. Não queria mais aquela distância.

Quando cheguei, a recepcionista ficou surpresa, mas não me importei 3 logo subi até o escritório de Aleksei. Quando cheguei, a secretária me olhou com um ar de preocupação e disse:

— Senhorita Natasha, ele está ocupado agora. Talvez seja melhor esperar.

Mas eu não queria esperar. Caminhei até a porta do escritório dele sem dizer uma palavra. A assistente tentou me impedir, mas não a ouvi. Bati na porta e entrei.

Aleksei estava sentado à sua mesa, como sempre, ocupado com papéis. Na outra cadeira estava sentada uma mulher, que logo se virou para mim me dirigindo um olhar arrogante. Ele não levantou a cabeça, mas quando me viu, o olhar dele foi frio. Não havia acolhimento, só um olhar impessoal, como se minha presença ali fosse um problema.

— O que você está fazendo aqui? — Ele perguntou, com a voz ríspida.

A assistente olhou para ele, tentando intervir, mas antes que ela falasse algo, ele virou-se para ela e disse com um tom de ordem:

— Saia.

Ela saiu rapidamente, deixando-nos sozinhos. Fiquei em pé ali, sem saber o que fazer. Eu só queria entender o que estava acontecendo, por que ele me tratava assim. Mas ele não parecia disposto a conversar.

Ele se levantou, e ao olhar para mim, com frieza, disse:

— Eu já disse, saia.

Aquelas palavras, duras e impessoais, me cortaram. Eu fiquei paralisada por um momento. Não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Ele não queria saber o que eu tinha a dizer. Eu não era mais nada para ele.

Antes que eu pudesse revidar ele me olhou com mais raiva e gritou:_ Você é surda?

Sem conseguir falar, eu apenas virei e saí da sala. A dor era tão grande que mal consegui andar. Cada passo que eu dava parecia mais pesado. Eu sabia que para ele, eu não significava mais nada. Mas eu não esperava por isso.

flashback off

Ela me ouviu atentamente enquanto me abraçava e ouvia meus lamentos e meu choro.

eu tinha sorte de ter ela ao meu lado.

na manhã seguinte acordei decidida a me levantar, não posso ficar chorando todos os dias.

Eu pesquisei uma agência de detetives, e depois de alguns dias decidindo se devia ou não fazer isso, marquei um encontro. Queria saber a verdade sobre o que estava acontecendo com Aleksei, o que ele fazia nas suas horas vagas e, principalmente, quem era a mulher que o estava afastando de mim.

Quando o relógio marcou a hora, eu me arrumei com cuidado, mas não conseguia esconder o nervosismo. Eu estava decidida, mas o medo de descobrir algo que eu não queria saber ainda estava presente.

Cheguei ao local combinado. O escritório era simples, mas profissional. O detetive estava esperando, e quando me viu, levantou-se e estendeu a mão.

— Boa tarde, senhora — ele disse com um sorriso educado.

— Boa tarde! — respondi, apertando a mão dele, tentando manter a calma. Estava difícil, mas eu precisava fazer isso. Era necessário.

Ele indicou para que eu me sentasse.

— Como posso ajudá-la? — perguntou, mantendo o tom de voz tranquilo e sério.

Respirei fundo antes de falar. Não sabia bem por onde começar, mas sabia que não podia esconder o que eu estava sentindo.

— Quero que investigue meu marido. Acho que ele tem uma amante. Eu preciso saber quem ela é, onde ela está, o que fazem juntos. Eu… preciso saber a verdade.

Ele me observou com atenção, sem fazer julgamentos. Apenas anotou algumas informações antes de olhar novamente para mim.

— Entendido. Vou começar a investigação. Prometo que tudo será feito com discrição e profissionalismo. Quando tiver algo, vou informá-la. apenas me passe as informações do seu marido.

Eu acenei com a cabeça, sentindo uma mistura de alívio e medo. Finalmente, algo seria feito. Eu estaria mais perto de entender a verdade, mas ao mesmo tempo, sabia que poderia descobrir algo que me destruiria pelo jeito que ele olhava para ela, como ele a tocava.

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