Parte 5...EnzoQuando o carro atravessa os grandes portões de ferro decorada de minha casa, olho em volta. Vejo alguns funcionários ocupados em seus afazeres diários. Também o jardineiro podando uma pequena árvore para que fique igual as outras do jardim. Tudo parece tão certo.Mas eu sei que não está. Sei que tem alguém aqui dentro que está traindo minha confiança, minha proteção. E eu preciso saber quem é para evitar um grande problema para mim e para minha família.Desço do carro e logo atrás vejo Manollo descer também, se juntando a mim enquanto os motoristas levam os carros para a garagem do fundo.— Faça o que mandei, Manollo. Eu vou me reunir com meus irmãos agora e não quero ser interrompido, a não ser que seja realmente necessário.— Sim, senhor – ele abaixa a cabeça e segue por outro caminho.— Onde estão meus irmãos? – questiono a empregada que abre a porta para mim.— O senhor Victor saiu, mas não se informar para onde – ela me responde com voz baixa — E o senhor Alessand
Parte 6...Yelena me pede para fazer um café e eu me levanto, pedindo licença a Lívia para mexer em sua cozinha. Ela apenas diz que eu fique à vontade. Entendo que está impressionada com o que Yelena lhe fala agora. Como o apartamento é pequeno, aqui da cozinha eu posso ouvir enquanto elas conversam.Lívia está tomando os medicamentos que o médico da família mandou e sua perna está enfaixada no local do ferimento. Sei como ela se sente nesse ponto, porque comigo aconteceu o mesmo e foi a pior coisa que já me aconteceu e espero não se repetir.Até por isso mesmo eu entrei nas aulas como Yelena me aconselhou e também estou treinando tiro e segundo Romeu, eu até que sou boa nisso e tenho uma mira certeira. Foi uma surpresa pra mim, mas confesso que gostei. Eu nunca pude fazer nada de diferente no convento e agora posso até escolher.Coloquei a cafeteira para preparar o café e comecei a mexer nos armários em busca de xícaras para nós e ouvi minha sogra falando. Virei e vi quando Yelena er
Parte 1...IsabelaQuando chegamos em casa, parecia que estavam agitados, não apenas os empregados, mas Alessandro que passou por nós carregando um notebook e atrás dele seguiam três de seus homens. Yelena parou uma das empregadas.— Onde estão meus filhos? – olhou em volta — E porque está correria pela casa? – entregou a bolsa para a empregada.— O senhor Alessandro está por aí, indo e vindo, senhora... Eu não sei sobre o senhor Enzo, mas seu outro filho está no escritório. Ele chegou faz pouco tempo também e parece que está agitado.— E quem não está? – Yelena torceu a boca — Vamos descobrir do que se trata.Eu ia seguir para meu quarto, mas ela me pegou pela mão e me puxou junto para o escritório. A porta estava aberta e nós entramos. Victor estava do lado de fora, na varanda, falando ao celular e ao se virar nos viu. Sua expressão mudou e ele desligou.— Mama... Por que a senhora foi assustar a Lívia? – seu tom estava um pouco nervoso — Eu estava falando com ela agora – apontou o
Parte 2...EnzoE agora encerro minha última cartada, com o apoio de Luca Bertolino. Eu pretendia retornar para casa e ter um almoço com minha família, antes de dar continuidade aos acordos, mas não podia perder a chance de falar com cada um deles em particular e o último era Luca Bertolino.O sol já começava a se pôr lentamente sobre a cidade, lançando uma sombra escura sobre as ruas estreitas e os becos sinuosos. O aroma de cigarros e charutos, misturado ao café e uísque, estava espalhado pelo ambiente.O olhar de Luca era firme e penetrante. Ele já era um homem de idade e acostumado a comandar e tomar decisões difíceis. Posso até dizer que foi amigo de meu pai. Durante anos os dois mantinham contato e de todos que apareceram para a reunião, ele é quem tem a opinião mais importante para mim.Sua estatura m&eac
Parte 3...IsabelaEu pensei que estava sonhando. Em algum lugar de minha mente reconheci um perfume másculo, um cheiro viril e atraente que eu gostei. Senti lábios tocando meu rosto, descendo de leve por minha pele, até meu pescoço.Um hálito cheiroso entrou em minhas narinas e senti minha pele se arrepiar. Me mexi um pouco, trocando de posição, mas o sonho continuava. Senti beijos em meus ombros, em meus olhos e em minha boca. Sorri de leve e respirei fundo, me mexendo de novo.Então eu senti um beijo mais forte em minha boca, forçando meus lábios a se abrirem e recebi sua língua intrometida. Abri os olhos brevemente e entendi que não era um sonho, mas o meu marido que estava me beijando.Ergui as mãos e segurei seu cabelo, retribuindo o beijo e seu gemido baixinho começou a me despertar de vez. Deslizei as mãos até seu pe
Parte 4...EnzoEu acho que não tenho mais dúvidas de que minha suposta beata tem muita vontade de aprender e também de agradar. Talvez seja algo do sangue mafioso que já corre em suas veias, afinal, o pai dela e antes dele, já eram mafiosos.A despeito de tudo o que quiseram enfiar na cabeça dela contra mim, estou mostrando que não sou o monstro que me pintaram. Ao menos não com ela, que é minha esposa e será a mãe de meus filhos. Mas com os filhos da puta que estão tentando me sacanear, com esses sim, eu serei um monstro. Eles nunca mais terão outra chance de sequer pensar em me trair e colocar meus negócios em perigo. E Bianca vai ter sua punição, por tentar machucar minha Isabela.— Olha só quem desceu – Alessandro comentou rindo quando entrei na cozinha — Pensei que o príncipe não ia cont
Parte 5...VictorLívia tinha ido ao banheiro. Sei que ela está com medo do que aconteceu, mas pelo menos me deu a chance de falar, mesmo depois que minha mãe andou revelando coisas demais. Eu só iria fazer isso depois, mais para a frente.— Me ajuda a abrir?Me virei e ela estava de pé, se apoiando na muleta para evitar colocar o peso do corpo na perna ferida. Segurava um frasco de comprimidos. Dei um pequeno sorriso e o tomei de sua mão, girando a tampinha.— Obrigada! – ela pegou de volta e bateu na mão.Colocou um comprimido rosa na boca e foi desajeitada até a geladeira. Passei rápido e abri, pegando uma jarra e um copo que estava em cima do escorredor de pratos e enchi para ela.— Obrigada! – ela repetiu — Vamos sentar, Victor.Ela deu um passo para sair da pequena cozinha e eu me antecipei, a pegando no colo e
Parte 6...VictorEu avisei minha mãe antes de levar Lívia para casa. Aproveitei que ela foi até o quarto trocar de roupa e separar algumas coisas para levar e liguei, avisando que ela ficaria com a gente por um tempo.— Por mim não há problema, Victor – minha mãe disse logo — E sei que seus irmãos até acham isso mais adequado. Não estamos em um momento de cometer erros. É melhor prevenir.— Obrigado, mama – suspirei aliviado — Também acho isso.— Vou mandar preparar um quarto para ela.— Não... Ela vai ficar comigo, no meu quarto – respondi logo.— Eu não sou puritana, Victor, mas você já acertou isso com ela?— Bem, eu disse que ela ficaria comigo, mas não mencionei no mesmo quarto.— Então avise a ela. De qualquer forma, vou mandar preparar um dos quartos de hóspede, caso ela prefira ter mais liberdade.— Está bem... Eu já estou saindo com ela, não me demoro.E nem poderia mesmo demorar. Tenho que deixar Lívia em casa e correr para o encontro que tenho marcado com Bartolo e os outr