CLAUS SCHENK GRAF VON STAUFFENBERG era o oficial alemão mais jovem a chegar ao posto de coronel – Oberst. Stauffenberg era uma estrela em ascendência no exército – Heer – das forças armadas alemãs – Wehrmacht.
STAUFFENBERG CHEGOU de uma festa um pouco embriagado junto com sua esposa, Nina, às gargalhadas, pelo que eles se lembravam, nunca havia tido uma festa como aquela, nos últimos dez anos, pelo menos.
Quando Stauffenberg acendeu a luz, percebeu que tinha um ilustre visitante em seu quarto, sentado em sua poltrona de leitura, antes que Stauffenberg tirasse seu revolver do seu coldre, o visitante disse.
–– Olá, Claus, faz tempo que nós não vemos... – disse Christian com um sorriso acolhedor no rosto como se fosse o anfitrião da festa, mas de repente, o rosto de Stauffenberg ficou sério e
HERMANN ESTAVA SORRINDO satisfeito ao ver as chamas do hotel iluminando alegremente a noite sem estrelas alemã – e sua alma também –, ele sabia no seu mais íntimo que seu irmão estaria por lá também, admirando a festa que ele lhe proporcionara. Hermann desejava apenas ver a face do irmão, e rir como se aquilo fosse uma piada excepcionalmente engraçada.O rapaz que colocou a bomba no hotel chegou perto de Hermann ofegante e disse quase sem voz:–– Então, chefe... fiz tudo o que o senhor mandou, espero que nada tenha lhe desagradado hoje.–– Claro que não, seu inútil, está tudo mais do que perfeito, tenho até um presente para você – ele sorriu tentando mostrar uma inocência que não era dele –, fecha os olhos.O rapaz inocentemente fechou seus olhos, pensando qual seria a sua recompensa por ter feito o
CHRISTIAN ENTROU DESESPERADAMENTE naquele hotel em chamas, sem se preocupar com sua própria segurança, ou até mesmo, sua vida, se existia um lugar e momento que ele poderia chamar de inferno era ali, estava um completo caos, uma mulher apareceu desesperada, mas ele só apontou a porta para que ela saísse do lugar.Quando chegou lá dentro, viu um corpo pegando fogo e começou a chorar no mesmo instante. Christian percebeu que aquela era a cena que sempre imaginara do inferno, um lugar em chamas, cheio de tormento, desespero e aflição.Ele abriu a porta de um armário, tirou um cobertor e apagou o fogo da mulher e viu a corrente que tinha dado para ela de presente de casamento – dias atrás.Christian percebeu no mesmo instante, que aquela era realmente Anne – por quem ele se apaixonara loucamente e que casara recentemente.Tudo era só felicidade uma semana antes
ENQUANTO AS LÁGRIMAS CORRIAM e o desespero tomava conta de seu coração, Christian sentiu um leve toque em seu ombro e ouviu uma voz que ele conhecia muito bem.–– Você por acaso conhecia a moça? – Perguntou Anne com aquele sarcasmo de sempre, e que Christian adorava.Christian olhou para o rosto de sua esposa, não acreditando no milagre que tinha acontecido, ou, se ela era um fantasma que viera se despedir dele.– Ma-ma-mas... co-co-como... – gaguejou Christian sem acreditar na cena que estava acontecendo. Sua voz estava quase imperceptível, mas o sorriso de Anne estava trazendo toda a alegria de volta ao seu coração destruído.–– Seu bobo – disse ela acariciando o rosto de seu esposo –, você acha que eu seria tão estúpida de ficar lá dentro com aqueles homens aqui fora me esperando? É claro que n&ati
QUANDO CHRISTIAN OLHOU para trás, viu que era o homem que ele tinha desferido um golpe em sua cabeça – ele não queria matá-lo, mas percebeu o terrível engano que havia cometido ao deixá-lo vivo.Devia tê-lo matado... – pensou, tentando desesperadamente achar alguma saída – Mas que bosta viu...–– Eu sabia que você viria – disse o algoz –, o chefe estava certo, como sempre, você voltaria para buscar a sua vadiazinha, e agora vou poder matá-la bem na sua frente, sem você poder fazer absolutamente nada...O sorriso que ele dera gelara as almas de Christian e Anne.Porque eu não o matei? Por que... – gritavam seus pensamentos com um tufão, enquanto seu corpo se congelara completamente, de tanto medo que estava sentindo.Os pensamentos o estavam matando naquele momento, parecia um veneno
–– PARECE QUE ALGUÉM CHEGOU primeiro que eu aqui na festa...Hermann estava admirando a beleza do corpo estendido daquele homem naquele beco. Ele colocou o dedo no furo onde jorrava sangue, molhou o dedo e escreveu “Heil Hitler” na parede e deu um sorriso satisfeito com o resultado.–– Ah! Hans – disse Hermann de forma sonhadora –, ainda vou sentir o seu doce sangue na minha boca, pode ter certeza disso, a sua vida é minha...Virou-se e voltou para a Wolfsschanze – Toca do Lobo –, para continuar o seu trabalho de perseguição aos judeus e, ele sabia que tudo aquilo estava apenas começando...
A VIAGEM FOI MUITO tranquila.Viajaram por nove horas seguidas, mas a sensação de estarem longe do irmão lunático de Christian era boa...Eles venceram... o rato venceu o gato... Davi venceu Golias...Então era assim que o rei Davi se sentiu após cortar a cabeça do gigante?A sensação era maravilhosa demais para ambos.CHRISTIAN APRESENTOU-SE ao tio de Stauffenberg, e ele os acolheu como se fossem seus próprios filhos. Eles sentiram que ali estavam realmente seguros de toda maldade que aquela Alemanha os estava oferecendo.O tio de Stauffenberg era um homem extremamente bondoso, sua esposa era uma mulher corpulenta, mas tinha o sorriso mais acolhedor que alguém poderia ver na vida. Eles tinham três filhos, dois deles serviam no exército, somente o mais velho trabalhava com seus pais.DURANTE DOIS ANOS
SE A ALEMANHA ESTAVA DIFERENTE quando Christian chegou, agora ela estava completamente irreconhecível.Anne deixou-se ser presa de propósito, para descobrir se sua mãe ainda estava viva, e ela descobriu que estava.O reencontro foi emocionante – apesar de quase não ter reconhecido a própria mãe –, ela estava com a cabeça totalmente raspada e pelo menos trinta quilos mais magra –, a visão era deplorável, mas Anne entendeu que aquilo era geral, não era um privilégio exclusivo.Auschwitz era a “sala de estar do inferno”, nada no mundo poderia causar mais medo em um ser humano do que aquele lugar. As pessoas ficavam juntas para se aquecerem durante a noite e dividiam o pouco de comida que conseguiam.Até aquele momento, Anne ficou sabendo que já tinham sido mortos mais de dois milhões de judeus. Ela não sabia o que pensar se,
–– QUE BOM VÊ-LO BEM, Dietrich.Dessa vez a surpresa ao ver Christian – que tinha novamente entrado misteriosamente em sua casa – não causara nada em Stauffenberg, na verdade, ele queria lhe agradecer pelo presente maravilhoso e falou alegremente que o plano estava indo de vento em polpa.– Quero que saiba que não quero mais ser o capacho do Führer, então, decidi colocar em prática o seu plano.–– Fico feliz em ouvir isso, Claus, mas não vim aqui para isso, preciso tirar Anne e seus pais de Auschwitz, tenho certeza absoluta que você tem passe livre por lá.–– Não tenho, Dietrich, mas copiei um documento que poderá te dar passe livre e tirar quem você quiser lá de dentro.–– Estamos esperando o que então para começarmos? – Disse Christian animado com a ideia.&ndas