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1.2 Planos de Vingança (Nada Sérios… Ainda)

Suspirei pesadamente e, antes que percebesse, já estava planejando formas sutis — e não tão sutis assim — de me vingar. Nada muito grave. Só o suficiente para que ele sentisse o peso do inferno que eu chamava de "meu humor ruim". Talvez trocar o açúcar do café dele por sal. Ou… quem sabe… adicionar algumas gotas de laxante?

A ideia me fez sorrir. Imaginar Maximilian Steele, o todo-poderoso CEO, correndo para o banheiro no meio de uma reunião importante? Ah, isso era quase poético.

— Charlotte Grant, você é um gênio.

Mas, infelizmente, minha moral (e minha vontade de continuar empregada) ainda eram um obstáculo. Então, minha vingança teria que esperar.

Pelo menos por enquanto.

Com minha pequena vingança mental me dando um alívio temporário, finalmente cheguei ao restaurante. Escolhi uma mesa perto da janela e pedi um prato que não apenas me enchesse, mas também compensasse o estresse matinal.

Enquanto esperava a comida, aproveitei para checar meu celular. Nenhuma mensagem importante, exceto uma da Clara, minha melhor amiga:

Clara: E aí, sobreviveu à primeira manhã? 😏

Revirei os olhos e respondi:

Eu: Sobrevivi… Mas acho que perdi uns anos de vida. Seu conselho de não socar o chefe ainda está de pé?

Ela respondeu quase imediatamente.

Clara: Infelizmente, sim. Mas estou disposta a reconsiderar se ele for um escroto completo.

Sorri, balançando a cabeça. O garçom chegou com meu pedido, e eu ataquei a comida como se fosse minha única salvação. Eu precisava recuperar as forças.

Por mais que eu quisesse acreditar que a pior parte do dia já tinha passado, uma parte de mim sabia que trabalhar para Maximilian Steele não seria nada tranquilo.

Depois de pagar a conta, tomei um café rápido—sem laxante, por enquanto—e voltei para a empresa.

Respirei fundo antes de entrar no prédio, preparando-me mentalmente para o que quer que viesse a seguir.

— Certo, Charlotte. Sobrevivemos à manhã. Vamos sobreviver à tarde.

E se ele tentasse me provocar de novo? Bem… eu ainda tinha algumas ideias de vingança na manga.

Com esse pensamento, segui para o elevador, pronta para encarar mais algumas horas ao lado do homem que já estava testando todos os meus limites. 

Assim que entrei na empresa, fiz o caminho até minha mesa tentando ignorar a leve vontade de simplesmente fugir dali e nunca mais voltar. Mas meu senso de responsabilidade—ou minha conta bancária gritando por estabilidade—me fez seguir em frente.

Sentei-me, liguei o computador e puxei a agenda de Maximilian para verificar seus compromissos da tarde. Meus olhos correram pela tela até pararem em um nome que exigia atenção imediata.

Reunião com Richard Donovan – 14h00

Donovan era um dos principais investidores e parceiro estratégico no ramo de equipamentos médicos que a Steele Enterprises vinha negociando há meses. Um homem influente, meticuloso e, segundo os boatos, alguém que não gostava de perder tempo.

Olhei o relógio: 13h45.

— Ótimo — murmurei, pegando meu bloco de notas e levantando-me.

Com passos firmes, atravessei o escritório até a sala de Maximilian e bati antes de entrar. Ele estava, como sempre, impecavelmente vestido e recostado em sua cadeira de couro, analisando documentos com uma concentração irritante.

— Você tem uma reunião com Richard Donovan em quinze minutos — anunciei.

Maximilian sequer ergueu os olhos.

— Eu sei.

Cruzei os braços, levantando uma sobrancelha.

— Mesmo? Porque você não parece estar se preparando.

Ele finalmente me olhou, os olhos azuis brilhando com algo que beirava o tédio.

— Eu sempre estou preparado, Charlotte.

Meu Deus, como ele conseguia ser tão insuportável?

— Bom, nesse caso, suponho que não vai precisar do resumo que eu fiz sobre os principais pontos da negociação, nem das informações atualizadas sobre os números do último trimestre.

Silêncio.

Se eu não estivesse tão ocupada sustentando minha expressão profissional, teria sorrido ao ver o maxilar dele se contrair levemente.

Com um suspiro pesado, Maximilian estendeu a mão.

— Me entregue.

Entreguei a pasta com os documentos, fingindo um ar indiferente.

— Também deixei pronto um café para você na sala de reuniões. Sem laxante, prometo.

Ele estreitou os olhos, analisando-me por um segundo.

— Você acha que é engraçada, não é?

— Ah, eu sei que sou.

Antes que ele pudesse rebater, o telefone tocou, indicando que Donovan já estava a caminho.

Maximilian se levantou, ajeitou o paletó e me lançou um olhar carregado de algo que não consegui decifrar completamente.

— Vamos, Charlotte. Hora de trabalhar de verdade.

Respirei fundo e o segui, pronta para o que quer que aquela reunião trouxesse.

Voltei até minha mesa, meus passos rápidos e decididos, mas a mente cheia de pensamentos que pareciam saltar em todas as direções. Sentei-me novamente e peguei meu caderninho, aquele que eu usava para anotações rápidas e lembretes de última hora. Mesmo que fosse uma reunião de negócios, da qual eu já estava acostumada, não podia deixar de sentir uma pressão de não cometer nenhum erro — e, para Maximilian, qualquer deslize meu era motivo para ser jogada aos leões.

Abri o caderno e, antes de me concentrar nas informações, fechei os olhos por um segundo, como uma pequena oração silenciosa.

— Por favor, que tudo dê certo. Que a reunião corra bem, que eu não faça nada estúpido e que Maximilian… bem, que ele não me faça querer jogar essa caneta na cabeça dele. Amém.

Respirei fundo, tentando afastar a tensão do meu corpo. Tomei a caneta e comecei a revisar rapidamente os pontos principais, relembrando tudo o que eu precisava para a reunião. Mas, no fundo, a sensação de que algo ia dar errado ainda me incomodava.

Antes que eu pudesse terminar de revisar, ouvi uma voz irritada e firme, que veio direto de trás de mim.

— Charlotte! Vamos andar logo, ou você pretende ficar aqui o resto do dia?

Ergui os olhos para ver Maximilian parado na porta da sala, o rosto sério e impaciente. Eu realmente odiava quando ele me apressava assim.

Mas, sem outra opção, levantei-me rapidamente, arrumei meu blazer e peguei minha bolsa.

— Vou, vou… Não precisa gritar, Maximilian. Eu já estou indo.

Fui até a porta, lançando um último olhar para minha mesa, onde meu caderninho com as anotações de última hora ficaria para trás. Nada mais a fazer, além de seguir em frente.

Maximilian me olhou impacientemente.

— Vamos, Charlotte. Não tenho o dia todo.

Maximilian estava parado na porta, a expressão implacável e um toque de impaciência no olhar, mas algo dentro de mim simplesmente não deixou de me fazer hesitar. Talvez fosse o caderninho. Ou talvez fosse uma sensação estranha de que, se eu não tivesse esse pequeno objeto com as anotações, eu estaria mais vulnerável do que deveria.

Ele me chamava, mas antes de seguir para a reunião, dei um passo atrás e me virei, caminhando lentamente até minha mesa.

Maximilian, com seu olhar fixo em mim, claramente não estava gostando da demora. Mas eu não me importava. Tudo bem se ele me achasse mais uma vez desobediente ou desorganizada. Eu só precisava pegar o caderno, a segurança de ter tudo anotado ali na minha frente.

Quando cheguei na mesa, olhei o caderninho por um momento. As páginas estavam preenchidas com tudo o que eu sabia sobre a reunião e sobre Richard Donovan. Com um suspiro, passei as mãos nas folhas e o peguei, sentindo a familiaridade daquele simples objeto me trazer uma leve sensação de controle.

Mas, claro, meu tempo estava acabando. Maximilian me olhou com um misto de frustração e impaciência.

— Você é incrível, sabia? Como consegue atrasar tanto com um simples caderninho?

Meu olhar se encontrou com o dele.

— Eu sou meticulosa, Maximilian. Algo que você devia aprender.

Por um segundo, ele ficou em silêncio. Mas logo sua expressão endureceu novamente.

— Agora, vamos. Não tenho paciência para mais essa cena.

Fechei o caderno, guardei-o e me virei. Não havia mais tempo para hesitações.

Com um último olhar para ele, comecei a caminhar em direção à sala de reuniões.

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