Ouvi vozes e acordei. Consultei o relógio e já era madrugada. Pela janela do meu quarto vi Bia, Mell e um garoto conversando. Minha irma entrou e Mell entrou no carro com o garoto desconhecido e se foi. Abri uma fresta na porta do quarto e esperei que Bia passasse. Assim que ela o fez puxei seu braço. Ela estava fedendo a álcool.
- Aí!
- Onde você estava?
- Não é da sua conta!
- É sim. Você é menor de idade e eu sou responsável por você.
- Minha mãe quem é responsável por mim. Você não.
- Você bebeu? Tá fedendo a álcool.
- Bebi. E daí?
- Bianca, essas loucuras não vão trazer a Bea de volta.
- Quem sabe me levem até ela.
- Você fala cada asneira, menina.
- Vai me dizer que você não queria uma forma de ter a Mell de volta?
- Claro que sim, mas isso é diferente, Mell esta viva e eu posso reconquista-la, Bea não vai voltar porque você está agindo como uma irresponsável.
- Eu não sei bem
Foi um dia difícil, tentei a todo custo manter distância de Théo. Mas o que me aguardava no final do dia estava longe de todas as minhas expectativas. Nunca tive tanto medo na minha vida, como no momento em que vi o amor da minha vida empalidecer e cair bem na minha frente. Eu havia notado que ele estava estranho, mal tocou no lanche, Bia me disse que ele estava comendo mal. Não achei que fosse tão grave a ponto dele desmaiar. O pior não foi o desmaio. Foi ele ter caído e batido a cabeça em uma das carteiras. Corri até ele e comecei a gritar.- Alguém! Por favor alguém me ajude! Théo!Pelo amor de Deus Théo. Não meu amor, não feche os olhos.Ele fechou e eu toquei sua cabeça. Senti algo molhado e quente. Minhas mãos estavam embebidas em sangue. Sangue do Théo. A ajuda não demorou a chegar e Théo foi colocado em uma ambulância. Eu não pude ir com ele. Eu era menor de idade. A diretora da escola foi e eu peguei carona com um professor, que se ofereceu para levar Bia e
Eu havia recebido alta do hospital faziam três dias, já me sentia novo em folha. Ainda não tinha muita vontade de comer, Mell e eu ainda estávamos separados, mas ela me deu uma esperança. Nós iriamos encontrar um jeito de ficar juntos. Mas eu precisava me cuidar. Por ela, por nós. Pode parecer ridículo da minha parte, ainda mais por ter dito a ela tantas vezes para não fazer as coisas por mim e sim por ela. Mas era assim que eu me sentia, impotente e sozinho sem ela. Quando a conheci e me apaixonei, não imaginei que seria tudo tão complicado. Mas eu a amo e vou lutar por ela.Eu saía do encontro, junto com Brian e Isa, quando vi Mell e Bia paradas no farol em um carro com uma garota e um garoto. O mesmo que eu vi deixar Bia na minha casa e depois sair com a Mell. Eles ouviam musica alta e bebiam. Uma das garotas do encontro passou carregando sua moto perto de mim.- Paula, me empresta sua moto. É rapidinho.- Leva aí, eu chamo um táxi. Mas você paga.- Tá legal.
Quando conheci Theodore Miller, não imaginava o quanto ele me faria bem, o quanto me faria feliz e nem o quanto sofreria por ele. Mas cada sentimento valeu a pena. Doeu vê-lo mal por minha causa. Tive medo de que ele tivesse se machucado feio quando caiu. Mas tudo passou. Eu estava tão agitada e nervosa, então fui de novo correr com Bia. Ela estava estranha. Me pediu pra fazer dupla com ela e Vini não gostou. Théo surgiu sei lá eu de onde e se enfiou dentro do meu carro. Vini nos fulminou com o olhar. Alguns minutos antes de Théo aparecer ele havia vindo com um papinho de que estava afim de mim e tals. Dispensei ele. Não queria ninguém, só meu moreno de cabelos cacheados. Sempre foi ele. Vini não levou numa boa e na hora da corrida começou a jogar o carro para cima da gente. Fiquei apavorada. O garoto que eu amava estava no carro comigo, se algo acontecesse, eu não morreria sozinha. Minha mente só repetia Théo, Théo, Théo. Ele estava em perigo, eu o havia colocado em perigo. Quando
Não demorou muito e os pais de Mell voltaram. Era noite e nós saíamos do encontro, quando toquei no assunto.- Seus pais voltaram?- Hoje a tarde.-Sei.- Vou falar com eles ainda hoje.-Certo. Quer que eu vá com você?- Não precisa. Te mando mensagem.- Você é quem sabe.Isa e Brian, que vinham com Nicky logo atrás, se juntaram a nós. Eles haviam alugado uma casa, não moravam mais na mansão dos pais dele.- Você vai para casa agora Mell?- Vou Brian. - Nós te acompanhamos então.- Não precisa. - Ah Mell, você sabe que é caminho. - Quando vocês casam?- Perguntei para descontrair.- Em seis meses. - Que ótimo.Passamos o caminho todo conversando sobre o casamento, como era viver juntos na casa nova, entre outras amenidades.Deixamos Mell na porta da casa dela e então fomos para a minha. A casa do meu cunhado era próxima da minha e logo me avisaram que já estavam em
- Eu sei onde Mell está.A fala de Cindy ficou martelando na minha cabeça até que ela abriu a boca novamente, pois eu não fui capaz de formular uma frase coerente.- Você não quer saber? Ficou mudo de repente.- Eu...sim, claro que quero. Eu estou tentando saber dela há dias.- Meus pais a internaram.- Por que? Ela está doente?- Não, eles a mandaram para uma clínica. Eles disseram que Mell estava louca.- Como sabe disso?- Eu vi. Eles acharam que eu estava dormindo, mas eu vi.- Onde é? Eu vou lá buscá-la.- Eu não sei. Só sei que é fora da cidade.- Por que me disse só agora?- Eu...Eu não sei. Acho que pensei demais.-Tenho certeza que a Mell não está louca.- Ela não está.-Me conta essa historia direito.- Eu estava no meu quarto, mamãe havia me botado para dormir e foi lá ver se eu realmente estava dormindo. Eu não sei ao certo o motivo, mas fingi. Logo, comecei a escutar os gritos e desci, p
Meus pais passaram de todos os limites. Eles se aproveitaram de um corte que eu havia feito acidentalmente na minha mão, estava tão nervosa que ao descascar a laranja me machuquei. Subi para o meu quarto e antes que eu entrasse para o banho meu quarto foi invadido pela minha psiquiatra, juntamente com dois caras e meus pais.- Você se cortou de novo Mellany.- Não!-E isso na sua mão?-Bem...Eu me cortei mas foi um...-Viu. Eu te disse que iria te levar para uma clínica caso se cortasse de novo. Você é minha responsabilidade. Sua vida é.-Mas...-Vamos.- Eu não vou a lugar nenhum!Tentei correr mas os dois caras me pegaram e saíram me arrastando pela porta. Eu gritava e me debatia. Então senti uma picada e ouvi a voz da médica, antes de apagar.- Isso é para o seu bem Mellany.Acordei em uma maca. Olhei ao redor e percebi que se tratava de um veículo. Era uma ambulância.- Onde eu estou? Para onde vocês estão me levando
No próximo final de semana, foi a vez de Barueri. Era frustrante procurar por Mell apenas nos finais de semana, se tornava cansativo e difícil, mas era preciso. Eu não podia perder o meu emprego. Esta era a última cidade. Se ela não estivesse nessa, não teriamos mais pistas. Chegamos a clinica perto das onze da manhã. Uma enfermeira baixinha foi quem nos atendeu.Logo que chegamos, um carro que me pareceu familiar, passou por nós em alta velocidade. Fiquei martelando onde já havia visto aquele carro. Mas logo mudei o foco para a tela do computador, onde a mulher procurava pelo nome da minha namorada.-Aqui. Mellany...ela está no quarto 624. Vou chamar.Ela sumiu em um corredor e logo voltou com os olhos arregalados.-Ela não está no quarto!-Será que não está no jardim?- Esse horário ela tem que estar no quarto. O mais estranho é que a porta do banheiro esta fechada e eu bati, mas ela não abriu.- Tem chave nos b
- Precisamos de um médico...Foi isso que ouvi da boca daquela maluca. Ela e o doente do irmão dela estavam com Mell e agora ela podia estar em perigo.Não pensei duas vezes e entrei com ela na casa. E foi o pior erro que cometi. Quando cheguei lá dentro, Vinicius estava sentado no sofá, com os olhos fechados. Me aproximei dele e quando fui tocá- lo para ver se estava bem, ele abriu os olhos e riu com escárnio.-Fácil demais.- O que?- Achou realmente, que se eu não quisesse que você me encontrasse, teria deixado tantas pistas?- Onde está a Mell?- Ela está descansando. Meu negócio agora é com você. Sabe, ela tinha concordado em fugir comigo daquele lugar onde a mãe dela a colocou. Na verdade foi muito fácil tirar minha namorada de lá.-Ela não é sua namorada.-Tem razão. Ela não é...Por enquanto. Como eu dizia, foi fácil tirar ela de lá, já que a mãe dela me ajudou.- A mãe dela?!- Sim. Ela a quer longe de você, e eu vou me enca