Jamile
Ah, isso não ia ficaria assim! Senti uma grande dor no meu peito. Cretino! Idiota! O que essa miserável tem que o fez olhar para ela como ele nunca olhou para mim!
Ontem esse bint kalb (Filho da ...) ficou até mais tarde no escritório para não me comer!
Mas tudo bem, a vingança é um prato que se come frio! al’ama! (Maldito!) Quando eu sou boa, eu sou boa. Mas quando eu sou má, sou melhor ainda!
A primeira coisa que eu vi na frente eu peguei com as minhas mãos e joguei no chão. Era só um vaso da dinastia Ming no valor de quinhentos mil dólares.
Allah! Gritei com raiva.
Uma das empregadas apareceu correndo.
—Limpe. Sem querer caiu. Depois que limpar essa sujeira, não quero ninguém rondando pela casa.
—Todos já se recolheram, só eu m
No dia seguinte tomei café da manhã na mesa de jantar, sozinha. Agradeci aos céus por isso. Mas minha alegria não durou muito, pois logo Jamile apareceu quando eu estava deixando a mesa.—Sabah el khair. (Bom dia) —Ela disse com um sorriso.—Sabah el khair.—Como foi o jantar?—Foi bom. —Eu disse sem demonstrar qualquer tipo de emoção.—Bom? —Ela me perguntou com um sorriso. —Não precisa fazer essa cara de paisagem. Pode dizer que você amou, que Zafir foi maravilhoso, um gentleman.—Foi. Está satisfeita? —Eu perguntei e sorri.—Sim, bem melhor. Você não levou muito a sério quando disse que poderemos ser amigas?—Não acho muito confortável essa amizade.—Você me disse outro dia que estava resignada. Que aceitou sua condição n
Os dias passaram-se lentamente. Eu detestava aquela situação. Todos os dias evitei Jamile. Levantei cedo e algumas vezes almocei no quarto. Zafir contratou uma professora que vinha a tarde e passou a me ensinar a pintar.O duro de tudo isso, era ficar longe de Zafir.Não era fácil!O amigo certo conhece-se nos momentos incertos. E eu nesses últimos dias, me aproximei muito de Zamira. Fizemos uma grande amizade. Nas idas dela ao meu quarto, sempre conversávamos muito. Algumas amizades passam rápido, num piscar de olhos e outras são feitas para durar até que você pisque pela última vez. Acho que Zamira era uma delas.—Obrigada Zamira. — Eu disse quando ela trouxe meu almoço. — Hoje é o dia que Jamile decidirá se pedirá o divórcio ou não.—Allah! Espero que tudo se resolva entre vocês. Desde que você
ZafirQuando o rosto dela se esfregava no meu peito, as minhas mãos começaram a se mover sobre ela como se tivessem vida própria. A apertei nos braços, cheirando-a, sentindo-a.Eu a afastei para dizer:— Acabou nosso jejum. Não fico mais um minuto sem você. Que se dane o resto. Ela já deu sua resposta e ela fará minha caveira mesmo para eles.— Então me ame, Zafir...Minhas mãos tocam todos os cantos do seu corpo. Ela continuava passando o rosto em mim, sentindo meu cheiro.Allah! Ela me deixava louco.Ela aos poucos foi cortando minhas preocupações, meu passado e firmando meu agora.Só importava o agora...Eu apoiei as mãos nos seus ombros.—Vamos nos livrar dessas roupas.khadijaEu parei de respirar, seu braço estava apertado em volta do meu ombro. Eu queria me aconchegar nele, e
ZafirNão era fácil encarar que eu estava sendo enganado. Que ela me odiava a ponto de não querer a minha felicidade para manter a sua vida dupla sugando o otário aqui.Eu não era do tipo que ficava parado, esperando as coisas acontecerem. Não via a hora de agir. Rolei a noite inteira na cama. Toda hora me levantava, tomava água e me deitava de novo. Quando consegui dormir já eram umas cinco horas da manhã.Quando acordei, percebi que estava sozinho na cama, o relógio marcava oito horas. Um barulho no banheiro me fez aguçar os ouvidos.Khadija estava vomitando? Senti um frio na boca do estômago. Me levantei da cama e vesti minhas roupas. Coloquei a cabeça dentro do banheiro para ver o que estava acontecendo. Ela estava ajoelhada em frente ao vaso, agarrada a ele, vomitando, os espasmos sacudindo seu corpo com força. Me aproximei
KhadijaZamira quando não me viu no café da manhã surgiu no quarto com um carrinho cheio de frutas e coisas gostosas.―Você não apareceu para tomar café, então tomei a liberdade de te trazer algumas coisas. ―Ela disse tirando tudo do carrinho e distribuindo em uma mesa perto da janela.―Obrigada. ―Eu lhe dei um sorriso. ―Eu estava sem fome. Mas, vendo tudo isso agora, abriu meu apetite.―Está certo. Vou indo.Eu adorava conversar com Zamira. Ela era adorável, a voz dela era sempre calma. E tranquilizante. Estranhei ela querer sair do meu quarto correndo.―Fique um pouco para conversarmos.Ela balançou a cabeça negando.―Não posso, estou de saída.―Não pode sair mais tarde?―Vou sair com Jamile.Eu que enchia a minha xícara de café parei e a olhei curiosa.―Sair
No dia seguinte eu abri meus olhos e dei com os olhos negros de Zafir me observando.—Sabah el khair. (Bom dia) —Ele disse lentamente.Eu lhe dei um sorriso.—Sabah el khair.Olhei o relógio. Era cedo, 8:00 hrs.—Você disse que queria falar comigo na mensagem que me enviou.Eu suspirei.—Eu conversei sobre Jamile com Zamira. E ela me fez sentir pena dela. Me passou a imagem de uma mulher apaixonada que não viu nos olhos do marido o amor que ela esperava, mas o orgulho e suas reservas, fez com que ela se afastasse cada vez mais de você.Ele balançou a cabeça lentamente.—Você acredita mesmo nisso? Quem ama, não trai.—Eu pensei em você dar a oportunidade dela confessar tudo. E se ela confessar, você lhe ajudaria como disse. Com a casa, o dinheiro.Ele me olhou como se estivesse surpreso com a minha obse
Khadija— Estamos preocupados com a relação de Zafir e Jamile. —Foi à primeira coisa que ela me falou depois de me cumprimentar.Eu encarei o rosto altivo e sério dela.Ela me culpava?—Eu não gostaria de falar esse assunto com a senhora. Quem deve explicar tudo é o próprio Zafir.Eu disse me sentando no sofá grande e florido. A casa era enorme. Tão grande quanto a minha.—Khadija, você tem atrapalhado o casamento dos dois?Passei de examinadora para examinada. Ela me olhava sem perder meus movimentos.—Não, Jamile não me aceitou.Ela me olhou desconfiada.—Mas como não se foi ela que propôs a segunda esposa?Eu respirei fundo. Não queria falar sobre isso, mas pelo visto ela não pensava assim.—Senhora X
Dois dias depois....ZafirAllah! Fechei minhas mãos.Eu estava parado em frente ao monitor na sala de segurança que ficava no subsolo da minha casa.Jamile estava se agarrando com o jardineiro. A imagem era bem nítida, mais que isso era impossível. O sol refletindo nos cabelos negros dela e nos loiros dele. Seu sorriso enquanto conversavam depois veio o beijo cinematográfico.Tudo muito claro...O funcionário me olhou sem graça, evitando meus olhos. Eu aprumei meu corpo. No fundo eu estava feliz por finalmente conseguir as imagens, mas isso não tirava a dor de ter sido enganado por todo esse tempo.—Faça uma cópia.—Sim, senhor Xarif.—Agora...Saí da sala segurança com o pen drive no bolso do paletó. Nem falaria com Khadija nesse momento, agora eu ligaria para todos. Os p