CLAIREA viagem de volta para casa foi feita em silêncio. Lucas segurava minha mão com firmeza enquanto seus olhos permaneciam fixos na estrada, mas podia sentir o peso do que estávamos carregando agora. O envelope com as provas estava no meu colo, e o papel parecia queimar minhas mãos.— Claire, o que você acha que devemos fazer? — Lucas finalmente quebrou o silêncio, sua voz tensa.Olhei para ele, sentindo meu coração apertar. Não sabia a resposta. Tínhamos evidências que podiam expor Juliette, mas isso significava que estaríamos declarando guerra. Juliette não era do tipo que recuava facilmente, e a ideia de colocar Lucas, Gabriel e tudo o que construímos em risco me aterrorizava.— Não sei, Lucas. Isso pode acabar com ela, mas e se ela for atrás de nós? — respondi, minha voz um sussurro.Ele apertou minha mão mais forte, como se quisesse me transmitir força.— Nós enfrentaremos isso juntos. Seja qual for o risco, não podemos deixar que ela continue manipulando nossas vidas.Concor
CLAIREOs dias seguintes foram um turbilhão de ansiedade. Cada som inesperado, cada chamada de número desconhecido fazia meu coração disparar. Juliette havia nos colocado em sua mira, e a sensação de estar constantemente vigiada era sufocante.Emma, fiel a sua palavra, começou a trabalhar nas provas. Sua abordagem era cuidadosa, revisando cada documento e cruzando as informações para garantir que tudo fosse irrefutável. Entretanto, mesmo com sua experiência, ela também sabia que estava lidando com uma oponente perigosa.Uma noite, enquanto Lucas colocava Gabriel para dormir, decidi revisar algumas das mensagens de ameaça que havíamos recebido. Algo me dizia que Juliette não estava agindo sozinha. Sua influência era grande, mas não explicava o alcance de algumas situações. A conexão com pessoas que nós nem conhecíamos parecia organizada demais para ser obra de apenas uma pessoa.Lucas entrou na sala, silencioso. Ele me encontrou com os olhos presos no computador, analisando um dos arqu
CLAIREDepois daquela mensagem ameaçadora, o clima em casa ficou ainda mais tenso. Lucas e eu decidimos que o melhor seria manter a rotina de Gabriel o mais normal possível, mas entre nós dois, o silêncio estava carregado de preocupação. Juliette havia cruzado uma linha, e sabíamos que precisávamos agir antes que algo mais grave acontecesse.Enquanto Gabriel brincava na sala, Lucas se aproximou e sussurrou:— Claire, acho que precisamos envolver a polícia.— E se isso apenas piorar as coisas? Juliette tem conexões. Quem garante que ela não vai usar isso contra nós? — respondi, tentando manter minha voz baixa.Lucas respirou fundo, passando as mãos pelos cabelos.— Então, o que sugere? Ficar sentados esperando ela atacar?— Não. Mas precisamos de mais evidências. Algo que seja tão incriminador que nem mesmo os contatos dela possam ignorar. Emma disse que havia mais documentos que poderiam ser usados. Talvez devéssemos explorar isso primeiro.Lucas concordou com um aceno, embora a tensã
CLAIREDepois de revisar os documentos do cofre, percebi que nossa luta contra Juliette estava longe de acabar. As evidências eram incriminadoras, mas também perigosas. Juliette não era apenas uma adversária ardilosa; ela era uma mulher desesperada, e pessoas desesperadas eram as mais imprevisíveis.Enquanto Emma e Lucas analisavam as informações para montar um dossiê, eu não conseguia tirar da cabeça a ideia de que Juliette não ia recuar sem lutar. Sentada na mesa da cozinha, olhava fixamente para o pen drive que continha tudo. Dentro dele estavam os segredos que poderiam nos libertar ou nos destruir.Lucas colocou uma xícara de chá na minha frente e se sentou ao meu lado.— Você está muito calada. No que está pensando? — perguntou ele, sua voz suave, mas preocupada.— Estou pensando no que acontece depois disso. Se expusermos Juliette, ela vai reagir. E se ela decidir nos machucar? Gabriel é minha prioridade, Lucas. Não posso arriscar a segurança dele.Lucas segurou minha mão, seus
CLAIREDepois do ataque da noite anterior, a sensação de segurança que eu tentava manter para Gabriel foi profundamente abalada. A presença de Juliette não era mais uma ameaça abstrata; ela havia se tornado muito real, como uma sombra que se recusava a desaparecer. Enquanto Lucas e eu discutíamos como fortalecer nossa proteção, Emma ligou com uma novidade que poderia mudar o jogo.— Claire, o jornalista conseguiu revisar parte dos documentos. Ele encontrou provas concretas de evasão fiscal e suborno, além de indícios de que Juliette está envolvida em um esquema de lavagem de dinheiro. Ele quer uma entrevista exclusiva para conectar os pontos — disse Emma, sua voz carregada de empolgação, mas também de cautela.— Isso é uma ótima notícia, Emma. Mas como vamos garantir que Juliette não interfira antes da publicação? — perguntei, tentando manter o foco.— Ele sugeriu fazer uma transmissão ao vivo, algo que não possa ser censurado ou interrompido. Mas isso significa que precisamos planeja
CLAIREA agitação na mansão de Lucas era palpável. Depois dos eventos explosivos da noite anterior, mal consegui pregar os olhos. Minha mente estava sobrecarregada, revirando cada detalhe do que Juliette dissera durante a entrevista. Algo não fazia sentido, algo estava fora do lugar, e eu sabia que precisava descobrir o que era.Lucas, por outro lado, estava focado em outra frente. Seus contatos na máfia haviam trazido informações preocupantes: Juliette não estava agindo sozinha. Ela tinha aliados, pessoas influentes que a apoiavam e financiavam suas ações. Ele sabia que a luta seria longa e perigosa.— Claire, precisamos falar — disse Lucas, entrando no quarto sem cerimônia. Ele estava com o semblante tenso, mas seus olhos suavizaram ao me encontrar sentada na beira da cama, com uma xícara de chá nas mãos. — Temos um problema maior do que imaginávamos.Ergui os olhos para ele, tentando mascarar o cansaço no meu rosto.— Eu sei. Juliette não está sozinha. Vi isso nos olhos dela. Há al
CLAIREEnquanto descíamos para verificar a invasão, meu coração disparava. A mansão de Lucas, que sempre pareceu um lugar intransponível, agora não era mais um santuário. Eu não sabia o que encontraríamos lá embaixo, mas tinha certeza de que isso era apenas o começo de algo maior.Lucas caminhava ao meu lado, os passos rápidos e determinados. Mesmo naquele momento tenso, ele exalava controle. Em contraste, minha mente estava um turbilhão. Não conseguia deixar de pensar em Juliette, "Os Invisíveis" e a forma como nossa relação parecia um alvo constante.Ao chegarmos à entrada principal, um dos seguranças veio correndo. Ele parecia ofegante, mas sua postura ainda era firme.— Senhor Donovan, encontramos dois intrusos. Eles estão presos no galpão da parte norte. Nenhum deles está armado.Lucas assentiu, seus olhos se estreitando.— Vamos interrogá-los imediatamente. Certifiquem-se de que estão contidos e que ninguém mais tenha acessado a propriedade.Olhei para ele, hesitante.— Lucas, i
CLAIREEu observo Lucas enquanto ele organiza os papéis espalhados pela mesa de jantar. O olhar dele está focado, mas o franzir de suas sobrancelhas denuncia o peso das preocupações. Desde que descobrimos o envolvimento de Ricardo na sabotagem, nosso mundo virou de cabeça para baixo.— Alguma novidade? — pergunto, tentando manter a calma, mas a ansiedade cresce dentro de mim como um vulcão prestes a entrar em erupção.Ele levanta o olhar, os olhos intensos, como se buscassem o conforto que só eu posso oferecer.— Ainda não. Minha equipe está investigando, mas Ricardo é mais esperto do que eu imaginava. Cada vez que chegamos perto de uma pista sólida, ela desaparece como fumaça — responde ele, frustrado.Decido mudar o foco, mesmo que por um momento. A tensão entre nós tem sido tão palpável que chega a ser sufocante. Aproximo-me, sentando ao lado dele, e coloco minha mão sobre a sua.— Precisamos de um momento para respirar, Lucas. Isso está nos consumindo — digo, minha voz suave, mas