CLAIREOs dias passaram a correr com uma mistura de entusiasmo e expectativas. Enquanto continuávamos a explorar a ideia de expandir a academia, também aprendíamos a equilibrar nossas rotinas para preservar os momentos importantes como família. Era reconfortante perceber que, apesar das novas responsabilidades, Lucas e eu conseguíamos manter a chama viva entre nós.Uma noite, após colocar Gabriel para dormir, Lucas apareceu na sala com uma garrafa de vinho e duas taças.— Achei que podíamos brindar a tudo o que construímos juntos — disse ele, entregando-me uma taça enquanto se sentava ao meu lado no sofá.Sorrindo, aceitei a taça e ergui-a junto com a dele.— Ao nosso futuro — murmurei, sentindo-me cheia de esperança.— E ao nosso presente, que é onde tudo acontece — completou ele, antes de tocarmos nossas taças em um leve tilintar.A conversa que se seguiu foi cheia de risos e lembranças, como se estássemos relembrando as raízes do nosso relacionamento. Lucas sabia exatamente como me
CLAIREA expansão da academia finalmente estava em curso, mas com isso vieram também novos desafios. Enquanto eu estava completamente imersa na administração e nas atividades diárias, percebi que Gabriel sentia minha ausência mais do que eu imaginava. Sua alegria ao me ver em casa, após horas de trabalho, me partia o coração.Uma tarde, quando o vi segurando um desenho de nós três juntos, decidi que precisava ajustar minha rotina. Lucas, sempre perceptivo, percebeu minha inquietação e sugeriu algo que mudou completamente minha perspectiva.— Claire, por que não traz Gabriel para a academia de vez em quando? Ele adora estar com você, e pode ser uma forma de nos conectarmos ainda mais como família — disse ele, com aquele sorriso encorajador.A ideia era perfeita. No dia seguinte, levei Gabriel para a academia. Ele ficou fascinado pelos espelhos enormes e pela música que enchia o espaço. Enquanto eu trabalhava em alguns passos de coreografia, ele imitava meus movimentos, arrancando risos
CLAIREOs dias após a inauguração da academia foram intensos, mas incrivelmente gratificantes. Cada nova aula era uma confirmação de que o sonho que construímos juntos estava florescendo. A conexão com meus alunos crescia a cada dia, e eu sentia que, mais do que ensinar passos, estava ajudando-os a redescobrir uma parte de si mesmos.Mas, mesmo com todas essas conquistas, comecei a perceber uma inquietação dentro de mim. Havia algo que eu ainda não conseguia definir, algo que parecia estar esperando por atenção. Talvez fosse o desejo de expandir ainda mais minha criatividade ou a necessidade de encontrar um equilíbrio mais profundo entre a vida profissional e pessoal.Em uma tarde tranquila, Lucas sugeriu que tirássemos um tempo para nós mesmos. — Claire, por que não tiramos alguns dias para viajar? Apenas nós três. Pode ser uma oportunidade para desacelerar e repensar o que realmente importa.A ideia parecia perfeita. Gabriel adorava aventuras, e a perspectiva de explorar um lugar no
CLAIREOs dias que se seguiram trouxeram desafios inesperados, mas também novas oportunidades. A turma para famílias estava crescendo, atraindo pessoas de todos os cantos da cidade. A energia das aulas era contagiante, e cada sorriso, cada risada, fazia valer a pena todo o esforço.Em uma dessas aulas, enquanto guiava um pai e sua filha em um passo de salsa, tive uma ideia repentina. Talvez fosse o momento de levar a academia para outro nível, organizando um evento comunitário de dança. Algo que pudesse unir não apenas as famílias que frequentavam a academia, mas toda a vizinhança. Compartilhei a ideia com Lucas naquela noite, enquanto colocávamos Gabriel para dormir.— O que você acha de organizarmos um festival de dança aqui no bairro? Um dia inteiro com aulas abertas, apresentações e música ao vivo. Seria uma forma de mostrar o que fazemos e, ao mesmo tempo, fortalecer nossa comunidade — sugeri, sentindo a animação crescer dentro de mim.Lucas me olhou com aquele brilho no olhar qu
CLAIREO festival havia sido um sucesso, e a repercussão continuava crescendo. Pais vinham até a academia nos dias seguintes, elogiando a organização e pedindo para inscrever seus filhos em aulas regulares. A sensação de realização era indescritível, mas ao mesmo tempo, percebi que estávamos entrando em uma nova fase.Na manhã seguinte ao festival, sentei-me com Rafael para discutir a próxima etapa. Ele estava animado, como sempre, mas havia algo diferente em sua expressão — talvez fosse a satisfação de ver um sonho compartilhado se tornar realidade.— Claire, o que você acha de expandirmos nossa grade de aulas? Podemos adicionar novas modalidades, como hip-hop ou jazz. Também pensei em aulas temáticas para adultos — sugeriu ele, com um brilho nos olhos.Fiquei pensativa. A ideia era boa, mas expandir significava mais responsabilidade. Olhei para Lucas, que estava ocupado brincando com Gabriel ao fundo, e sorri. Sabia que ele sempre me apoiaria, mas também sabia que precisava pensar c
CLAIREOs dias estavam repletos de realizações e novas ideias, mas algo inesperado estava prestes a acontecer. Tudo começou quando recebi um e-mail de um dos maiores eventos de dança do mundo, o World Dance Summit. Eles haviam tomado conhecimento do sucesso do festival e da nossa academia, e queriam convidar nossa equipe para se apresentar como destaque no evento daquele ano.— Lucas, você acredita nisso? Eles querem que a gente se apresente no World Dance Summit! — falei, a voz tremendo de emoção.Lucas sorriu, claramente feliz com a notícia.— Claire, isso é incrível! Você merece todo esse reconhecimento.Enquanto o entusiasmo tomava conta de mim, uma preocupação também começava a surgir. Organizar uma apresentação para um evento dessa magnitude seria um desafio gigantesco. E não era só isso. Havia algo no tom do e-mail que me deixou intrigada. Uma das frases mencionava que a apresentação seria julgada por um painel de especialistas em dança, muitos dos quais eram figuras que haviam
CLAIREVoltar para casa depois do World Dance Summit foi um misto de triunfo e tensão. Ganhar o prêmio foi uma validação do nosso trabalho, mas a conversa com Alain Berger não parava de ecoar na minha mente. O que ele queria dizer com "o passado tem um jeito de nos encontrar novamente"? Comecei a suspeitar que ele sabia mais do que estava deixando transparecer.De volta à academia, decidi me concentrar no futuro. Rafael ainda era uma questão pendente, e eu sabia que não podia ignorar sua traição. Chamei Lucas para uma conversa privada no fim da tarde.— Lucas, precisamos decidir o que fazer sobre o Rafael. Ele ainda é um membro importante da equipe, mas não sei se posso confiar nele novamente.Lucas assentiu, mas sua expressão era de ceticismo.— Claire, ele escolheu esconder algo muito importante de nós. Você está certa em querer resolver isso, mas acho que precisamos ser diretos. Se ele não estiver completamente comprometido com a academia, talvez seja hora de seguir caminhos difere
CLAIREO ambiente na academia estava diferente. Embora a partida de Rafael tivesse trazido uma sensação de alívio, também deixara um vazio. A equipe estava unida, mas a tensão de saber que Juliette Dubois poderia estar por trás das ameaças nos deixava inquietos. Lucas e eu concordamos que não podíamos deixar que ela nos intimidasse, mas também sabíamos que seria imprudente subestimá-la.Depois de reunir a equipe, expliquei a situação sem entrar em detalhes alarmantes. Disse apenas que havia uma concorrente agressiva na cidade e que precisávamos nos manter focados em nossos objetivos. Todos reagiram com entusiasmo, dispostos a proteger o legado que estávamos construindo.Porém, internamente, o medo ainda me assombrava. E mais uma vez, Alain Berger surgiu como uma figura enigmática.LUCASClaire estava tensa desde a revelação sobre Juliette. Eu queria aliviar sua carga, mas sabia que essa era uma batalha que precisaríamos enfrentar juntos. Decidi tomar a iniciativa e investigar mais sob