CLAIRENa manhã de segunda-feira, o peso da noite de sexta ainda me acompanhava. Parecia que o tempo estava contra mim, me obrigando a encarar algo que eu sabia ser um erro, mas não sabia como corrigir. O segredo que mantinha não era mais apenas uma questão de privacidade; agora era uma armadilha, uma arma nas mãos de Dominic.Eu caminhei pelo escritório com passos lentos, tentando controlar minha respiração. Cada segundo parecia mais difícil de suportar. A presença de Dominic no mesmo espaço me incomodava, e o peso de seu olhar era quase tangível. Eu sabia que ele não perderia tempo — ele tinha feito isso para ter controle sobre mim, e agora ele usaria essa informação para manipular minhas decisões.Assim que entrei na minha área de trabalho, vi Lucas me observando de sua sala de vidro. Sua expressão era de preocupação, talvez até de dúvida, e por um momento, quase considerei a ideia de contar tudo. A verdade era que ele poderia ser a única pessoa a me ajudar, mas revelar o que escon
CLAIRENo sábado de manhã, o efeito da conversa com Dominic ainda pairava sobre mim. Cada palavra que trocamos ficava ecoando, e o sorriso cínico dele continuava me atormentando. Sabia que, para ele, aquilo era apenas uma forma de se divertir, um jogo onde ele detinha o controle. Mas para mim, era uma prisão, um peso que tornava cada dia no escritório uma tarefa quase insuportável.Passei o dia tentando ignorar o pânico crescente, mas minha mente estava sempre girando, repassando alternativas e possibilidades. Eu poderia simplesmente ignorar Dominic, fingir que ele não tinha poder sobre mim. Mas sabia que ele estava disposto a ir longe para conseguir o que queria, e desafiar alguém como ele sem uma estratégia era uma ideia arriscada.No fim da tarde, recebi uma mensagem de Lucas, sugerindo que saíssemos para jantar naquela noite. Ele mencionou um restaurante novo, um lugar que há tempos falávamos em conhecer, e, embora a ideia me animasse, o peso do segredo que eu guardava fazia cada
CLAIREApós o jantar de sábado, Lucas e eu não conseguíamos parar de conversar sobre o plano. Cada detalhe precisava ser perfeito; qualquer erro e Dominic teria ainda mais poder sobre mim. Lucas sugeriu a ideia de entregar um relatório falso, algo que Dominic acreditaria ser real e que poderíamos usar para pegá-lo no próprio jogo de manipulação.Naquela noite, Lucas e eu planejamos tudo com cuidado. Sabíamos que Dominic estava obcecado por informações confidenciais, especialmente sobre os movimentos estratégicos da empresa. Se ele conseguisse algo que acreditasse ser exclusivo, usaria isso para benefício próprio, o que nos daria exatamente a prova que precisávamos para confrontá-lo.No domingo, Lucas trabalhou no relatório enquanto eu me preparava emocionalmente para a semana. Cada momento era uma mistura de ansiedade e antecipação; finalmente, haveria uma maneira de enfrentar Dominic. Pela primeira vez, senti que tinha controle sobre a situação, e o apoio de Lucas me dava uma coragem
CLAIRENa manhã seguinte, o escritório parecia diferente. Havia uma tensão no ar, uma sensação de que algo importante estava prestes a acontecer. Dominic, que geralmente desfilava com aquele ar presunçoso e arrogante, estava estranhamente silencioso. Ele me lançou um olhar rápido quando entrei, mas evitou qualquer interação. Sua postura denunciava o desconforto, como se a reunião do dia anterior ainda pesasse sobre ele.Respirei fundo ao me sentar na minha mesa, tentando processar tudo o que estava acontecendo. A estratégia de Lucas havia sido impecável, e agora Dominic estava encurralado. O alívio era imenso, mas o peso emocional que esse conflito me trouxe ainda pairava. Meu segredo permanecia em risco, mas a presença de Lucas e o apoio dele me deram uma força que eu não sabia que possuía.Pouco depois, Lucas me chamou em sua sala. Ele mantinha o tom profissional, como sempre, mas o brilho em seus olhos me dizia que estava ansioso para saber como eu estava lidando com tudo. Fechei a
CLAIREA semana havia começado tranquila, e o peso de toda a tensão envolvendo Dominic parecia finalmente ter se dissipado. Eu sentia que Lucas e eu finalmente estávamos entrando em uma fase de paz e estabilidade, algo que esperávamos há muito tempo. Mesmo assim, eu sabia que a vida dele era complexa e que ele carregava mais responsabilidades e compromissos do que mostrava.Na terça-feira de manhã, uma reunião de última hora foi marcada com Lucas e alguns dos executivos seniores. Eu estava na sala ao lado, preparando um relatório para o projeto da nova divisão, quando notei um movimento fora do comum: um homem mais velho, de postura rígida e passos firmes, entrou no escritório de Lucas. Ele usava um terno cinza impecável, e seus olhos carregavam uma intensidade que me fez estremecer. Eu mal tive tempo de processar quem ele poderia ser, mas a semelhança nos traços não deixava dúvidas — aquele era o pai de Lucas.Alguns minutos depois, observei-os conversando com expressões sérias. O ol
CLAIREO dia seguinte ao encontro com o pai de Lucas começou com uma sensação estranha de tensão. Desde que Lucas havia me falado sobre a perspectiva de seu pai em relação às pessoas ao redor — e especialmente sobre quem ele permitia se aproximar de mim —, eu não conseguia parar de pensar no quanto nossa relação parecia uma barreira a ser enfrentada. Pela primeira vez, percebi que estar ao lado de Lucas poderia significar lidar com julgamentos constantes e expectativas que não combinavam com minha visão de relacionamento. Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que estava disposta a enfrentar isso por ele.Cheguei ao escritório um pouco mais cedo, determinada a me concentrar no trabalho e deixar aquelas preocupações de lado. Lucas e eu não havíamos conversado muito depois do encontro com Richard, mas ele havia prometido que me chamaria para almoçar, onde poderíamos falar com calma. Eu sabia que ele sentia a necessidade de me dar segurança, de me mostrar que estávamos no mesmo time, e isso me aj
CLAIREApós o evento, enquanto Lucas e eu caminhávamos em direção ao carro, o ar entre nós estava carregado com um misto de tensão e compreensão. A noite tinha sido um teste. Enfrentamos olhares de curiosidade, de desprezo e até de desconfiança. Ao observar o mundo de Lucas tão de perto, percebi o quão complicada e exigente era a vida dele. Não bastava apenas ser o melhor na empresa; ele também precisava impressionar um círculo de pessoas com padrões rígidos e visões conservadoras sobre tudo e todos ao redor.Quando chegamos ao carro, ele abriu a porta para mim e, ao entrar, pude sentir o leve toque de seus dedos em minha mão, um gesto pequeno, mas cheio de conforto. Após alguns minutos de silêncio, ele finalmente suspirou, como se estivesse tentando dissipar o peso da noite.— Claire, eu sei que essa noite não foi fácil para você. — Ele disse, a voz baixa, mas carregada de sinceridade. — Quero que saiba que você foi incrível. Lidar com esse tipo de situação... nem sempre é simples.E
CLAIRENo sábado, eu me preparei para mais um encontro com Lucas. Era o primeiro final de semana em que teríamos um tempo só para nós depois da noite tensa no evento, e ele parecia empolgado em me levar para um lugar especial. Ele mencionou uma surpresa, e, embora estivesse curiosa, confiei no julgamento dele. As últimas semanas haviam sido intensas, e um pouco de leveza era exatamente o que precisávamos.Quando ele chegou para me buscar, notei que estava mais descontraído. Usava jeans e uma camisa casual, algo que raramente eu via no escritório. O sorriso em seu rosto também parecia diferente, mais aberto, como se ele estivesse se permitindo uma pausa de toda a pressão que o cercava.— Pronta para a aventura? — Ele perguntou, me lançando um sorriso travesso.— Se você estiver preparado para me contar para onde estamos indo, sim! — Respondi, rindo.Ele balançou a cabeça, misterioso.— Confie em mim. É um lugar que gosto de ir quando preciso desligar de tudo. Espero que você goste.Cur