CLAIRENa manhã de segunda-feira, o retorno ao escritório foi como um choque de realidade. Tudo parecia exatamente igual ao que havíamos deixado antes de irmos para a casa de campo, mas algo em mim havia mudado. Sentia-me diferente, como se uma parte de mim ainda estivesse lá, naquela tranquilidade ao lado de Lucas, longe dos olhares e das expectativas.Enquanto caminhava até minha mesa, vi Lucas no corredor, discutindo algo com um dos diretores. Ele parecia completamente imerso no trabalho, focado, profissional. Eu sabia que, ao cruzarmos a porta do escritório, ele teria que assumir o papel de CEO novamente, aquele que todos conheciam e respeitavam. Mas a lembrança do lado dele que só eu conhecia, que me deixava ver sua vulnerabilidade, era agora algo que eu carregava como um segredo precioso.Sentei-me à minha mesa e abri meu e-mail, determinada a me concentrar nas tarefas do dia. Mas, antes que pudesse me perder nos relatórios, ouvi duas colegas conversando perto da máquina de café
CLAIREDesde a conversa na sala de Lucas, algo dentro de mim havia mudado. O segredo que mantínhamos era um peso constante, mas a possibilidade de assumir a relação trouxe uma coragem que eu nem sabia ter. No entanto, havia uma parte de mim que Lucas ainda não conhecia, um pedaço do meu mundo que eu mantinha em segredo por medo do julgamento e das repercussões: minha vida como dançarina.Quando a segunda-feira chegou ao fim, o peso da rotina já estava de volta. Em alguns dias, eu tinha um compromisso no clube onde dançava, algo que eu fazia não apenas por liberdade, mas também por segurança financeira. Lucas desconhecia essa minha identidade, e, no fundo, eu sabia que esconder isso dele era um risco que poderia se voltar contra mim. Mas, por ora, esse era um segredo que eu precisava manter.Naquela noite, após o expediente, vesti a máscara da dançarina e segui até o clube, onde poderia me libertar do peso dos olhares do escritório e ser apenas eu mesma. Assim que subi no palco, a adre
CLAIREA semana seguinte foi um verdadeiro teste de paciência. Manter as aparências no trabalho enquanto minha mente girava em torno do que Dominic poderia saber era um tormento. Lucas estava mais próximo do que nunca, e a possibilidade de assumirmos nosso relacionamento me enchia de esperança e medo. Mas uma parte de mim permanecia em alerta, temendo que, a qualquer momento, Dominic pudesse juntar as peças.Na quinta-feira, pouco antes de sairmos do escritório, Lucas me chamou para uma conversa rápida.— Claire, alguns de nós estamos pensando em sair para beber amanhã à noite. Achei que talvez você pudesse se juntar a nós. — Ele disse, com um sorriso leve e um brilho nos olhos que me fez esquecer momentaneamente de todos os problemas.— Sair? — Perguntei, surpresa. Lucas raramente participava de encontros fora do escritório, e a ideia dele em um ambiente mais informal, ao meu lado, era inesperada. No entanto, eu gostava de imaginá-lo nesse cenário, com ele mais solto, sem o peso do t
CLAIREA segunda-feira chegou com uma pressa impiedosa. Eu ainda tentava me recompor dos eventos de sexta-feira, mas a ameaça constante de Dominic pairava sobre mim como uma nuvem pesada. Eu estava inquieta, sentindo que a qualquer momento ele faria algum movimento para expor minha vida dupla.Ao entrar no escritório, percebi que Dominic já estava lá, com um sorriso tranquilo e casual, como se a noite no clube não tivesse significado nada. Ele me cumprimentou com um aceno educado e voltou ao computador, mas o jeito que seu olhar pousou em mim, com um leve toque de arrogância, foi suficiente para deixar meu coração disparado."É só um jogo para ele," pensei, tentando manter a calma. Mas meu rosto estava quente, e eu sabia que minhas mãos tremiam levemente.Por volta do meio-dia, Lucas apareceu na minha mesa, me tirando brevemente daquele estado de tensão.— Claire, vou precisar que você me acompanhe em uma reunião com a equipe de desenvolvimento. Podemos ir agora? — Ele disse, com um l
CLAIRENa manhã de segunda-feira, o peso da noite de sexta ainda me acompanhava. Parecia que o tempo estava contra mim, me obrigando a encarar algo que eu sabia ser um erro, mas não sabia como corrigir. O segredo que mantinha não era mais apenas uma questão de privacidade; agora era uma armadilha, uma arma nas mãos de Dominic.Eu caminhei pelo escritório com passos lentos, tentando controlar minha respiração. Cada segundo parecia mais difícil de suportar. A presença de Dominic no mesmo espaço me incomodava, e o peso de seu olhar era quase tangível. Eu sabia que ele não perderia tempo — ele tinha feito isso para ter controle sobre mim, e agora ele usaria essa informação para manipular minhas decisões.Assim que entrei na minha área de trabalho, vi Lucas me observando de sua sala de vidro. Sua expressão era de preocupação, talvez até de dúvida, e por um momento, quase considerei a ideia de contar tudo. A verdade era que ele poderia ser a única pessoa a me ajudar, mas revelar o que escon
CLAIRENo sábado de manhã, o efeito da conversa com Dominic ainda pairava sobre mim. Cada palavra que trocamos ficava ecoando, e o sorriso cínico dele continuava me atormentando. Sabia que, para ele, aquilo era apenas uma forma de se divertir, um jogo onde ele detinha o controle. Mas para mim, era uma prisão, um peso que tornava cada dia no escritório uma tarefa quase insuportável.Passei o dia tentando ignorar o pânico crescente, mas minha mente estava sempre girando, repassando alternativas e possibilidades. Eu poderia simplesmente ignorar Dominic, fingir que ele não tinha poder sobre mim. Mas sabia que ele estava disposto a ir longe para conseguir o que queria, e desafiar alguém como ele sem uma estratégia era uma ideia arriscada.No fim da tarde, recebi uma mensagem de Lucas, sugerindo que saíssemos para jantar naquela noite. Ele mencionou um restaurante novo, um lugar que há tempos falávamos em conhecer, e, embora a ideia me animasse, o peso do segredo que eu guardava fazia cada
CLAIREApós o jantar de sábado, Lucas e eu não conseguíamos parar de conversar sobre o plano. Cada detalhe precisava ser perfeito; qualquer erro e Dominic teria ainda mais poder sobre mim. Lucas sugeriu a ideia de entregar um relatório falso, algo que Dominic acreditaria ser real e que poderíamos usar para pegá-lo no próprio jogo de manipulação.Naquela noite, Lucas e eu planejamos tudo com cuidado. Sabíamos que Dominic estava obcecado por informações confidenciais, especialmente sobre os movimentos estratégicos da empresa. Se ele conseguisse algo que acreditasse ser exclusivo, usaria isso para benefício próprio, o que nos daria exatamente a prova que precisávamos para confrontá-lo.No domingo, Lucas trabalhou no relatório enquanto eu me preparava emocionalmente para a semana. Cada momento era uma mistura de ansiedade e antecipação; finalmente, haveria uma maneira de enfrentar Dominic. Pela primeira vez, senti que tinha controle sobre a situação, e o apoio de Lucas me dava uma coragem
CLAIRENa manhã seguinte, o escritório parecia diferente. Havia uma tensão no ar, uma sensação de que algo importante estava prestes a acontecer. Dominic, que geralmente desfilava com aquele ar presunçoso e arrogante, estava estranhamente silencioso. Ele me lançou um olhar rápido quando entrei, mas evitou qualquer interação. Sua postura denunciava o desconforto, como se a reunião do dia anterior ainda pesasse sobre ele.Respirei fundo ao me sentar na minha mesa, tentando processar tudo o que estava acontecendo. A estratégia de Lucas havia sido impecável, e agora Dominic estava encurralado. O alívio era imenso, mas o peso emocional que esse conflito me trouxe ainda pairava. Meu segredo permanecia em risco, mas a presença de Lucas e o apoio dele me deram uma força que eu não sabia que possuía.Pouco depois, Lucas me chamou em sua sala. Ele mantinha o tom profissional, como sempre, mas o brilho em seus olhos me dizia que estava ansioso para saber como eu estava lidando com tudo. Fechei a