CLAIREO dia seguinte foi mais difícil do que eu imaginava. Tentei colocar uma máscara de indiferença, evitar contato visual e me manter ocupada, mas a verdade era que cada palavra de Lucas e Dominic ainda ecoava em minha mente. Sabia que deveria me acostumar, que, no fim das contas, eu era apenas uma funcionária para ele. Ainda assim, cada vez que ele passava por minha mesa, meu coração batia mais rápido, dividido entre a tristeza e a raiva.Durante a manhã, mantive-me ocupada em minha mesa, tentando me concentrar nos documentos à minha frente. Não queria levantar a cabeça e encontrar o olhar de Lucas. Sentia que ele me observava de sua sala, como se estivesse tentando entender o que havia mudado. Mas eu não estava pronta para encará-lo. Precisava de um tempo para entender o que sentia e o que fazer com isso.Em uma tentativa de esquecer, decidi me perder nas tarefas do dia. Esforcei-me para ignorar o tumulto emocional que me atormentava, mas o peso das palavras que ouvira continuava
CLAIREA semana passou lentamente, e a tensão entre Lucas e eu parecia crescer a cada dia. Desde nossa conversa em sua sala, sentia que ele tentava se aproximar, mas eu mantinha a distância, lembrando-me das palavras que ouvi sem ele saber. Mas, para meu azar, Lucas não parecia disposto a desistir tão facilmente.Naquela sexta-feira, enquanto eu organizava os documentos em minha mesa, ele se aproximou, com um brilho nos olhos que me deixou em alerta.— Claire, temos a festa beneficente da empresa amanhã à noite. — Ele anunciou, casual, mas com um olhar firme. — Seria bom que você estivesse lá.Franzi a testa, surpresa. Nunca antes ele havia me convidado para um evento desse tipo. Sempre pensei que minha presença não fosse necessária, já que eu era apenas sua secretária, a pessoa que mantinha tudo nos bastidores.— Pensei que essas festas fossem apenas para os executivos e os parceiros. — Respondi, tentando evitar a situação desconfortável.— E são. — Ele respondeu, mas então seu olhar
CLAIREA noite estava agradável e descontraída, e eu já começava a me sentir mais confortável no ambiente. Depois da dança com Lucas, senti uma confiança que nunca havia experimentado. A atenção que ele demonstrou e o modo como seus olhos brilhavam ao me olhar me fizeram acreditar, mesmo que só por um momento, que eu era alguém especial.Mas, enquanto Lucas se afastava para conversar com um grupo de investidores, um homem se aproximou, oferecendo um sorriso encantador. Era Andrew Taylor, um jovem empresário que eu havia visto em algumas revistas. Ele era dono de uma rede de hotéis de luxo e emanava uma aura confiante, com seu terno bem cortado e um sorriso que parecia iluminar o ambiente.— Boa noite. Posso me apresentar? Sou Andrew Taylor. — Ele estendeu a mão, os olhos brilhando com um interesse genuíno.— Claire… Claire Mitchell. — Respondi, um pouco tímida, apertando sua mão.— Prazer, Claire. Espero que não seja indelicado, mas você está absolutamente deslumbrante esta noite. — E
CLAIREAquela noite havia sido exaustiva em todos os sentidos. Depois do incidente na festa, ainda tentei manter o foco e me afastar de Lucas o máximo possível. Eu precisava de um tempo para processar tudo, entender o que realmente estava acontecendo entre nós. Mas, mal havia tirado os sapatos e relaxado no sofá, ouvi uma batida na porta.Franzi a testa, surpresa. Quem poderia ser àquela hora? Levantei-me e caminhei até a porta, com o coração acelerado e uma leve sensação de inquietação. Ao abrir, me deparei com Lucas, visivelmente alterado, o cheiro de álcool misturando-se ao perfume amadeirado que sempre usava. Seus olhos estavam levemente vermelhos, mas ele parecia determinado, apesar do estado.— Lucas? O que está fazendo aqui? — Perguntei, surpresa e com a voz baixa.Ele se apoiou no batente, com um sorriso fraco.— Peguei seu endereço na empresa. Achei que... precisava conversar. — Ele murmurou, com um tom arrastado, mas firme.Senti meu coração apertar ao vê-lo ali, tão vulnerá
CLAIRENa manhã seguinte, quando acordei e fui para a sala, Lucas ainda estava lá, adormecido no sofá. Parecia tranquilo, uma paz que eu raramente via em seu rosto. Os traços normalmente rígidos estavam relaxados, e, por um momento, fiquei perdida naquela imagem, pensando no homem que havia revelado uma parte tão frágil de si na noite anterior.Quando finalmente abri a porta da cozinha, o som o despertou. Ele piscou, confuso, mas logo percebeu onde estava e levantou-se, passando a mão pelo rosto. Seu olhar encontrou o meu, e pude ver um leve rubor em seu rosto, uma expressão que, vinda de Lucas, era quase chocante.— Bom dia. — Murmurou, com a voz ainda rouca.— Bom dia. — Respondi, oferecendo um sorriso contido. — Fiz café, se quiser.Ele assentiu, e percebi uma hesitação enquanto caminhava até a cozinha, quase como se estivesse constrangido. Eu me movi até a cafeteira e servi uma xícara para ele, tentando ignorar o nervosismo crescente dentro de mim.— Desculpe aparecer assim ontem.
CLAIREOs dias que se seguiram foram um teste de resistência emocional para mim. Após aquela conversa com Lucas em sua sala, sentia que algo havia mudado. Ele agora estava mais próximo, mais atento, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que ainda carregava suas dúvidas e medos.Tentei manter as coisas profissionais, mas cada vez que ele passava por minha mesa, cada vez que seu olhar pousava sobre mim, eu sentia uma onda de emoções contraditórias. Era como se ele tentasse me entender, e, ao mesmo tempo, se esforçasse para manter uma distância segura.Em uma sexta-feira à noite, quando já estava arrumando minhas coisas para sair, Lucas apareceu ao lado da minha mesa, com um olhar determinado.— Claire, tem planos para hoje à noite? — Ele perguntou, o tom de voz casual, mas havia algo em seus olhos que me deixava nervosa.Hesitei, surpresa com o convite inesperado.— Na verdade, não… — Respondi, tentando parecer indiferente.Ele sorriu, um sorriso que era ao mesmo tempo gentil e enigmático.— Ót
CLAIREA semana que se seguiu ao beijo foi, no mínimo, confusa. Eu me esforçava para manter o foco no trabalho, mas a lembrança de Lucas, de seus olhos intensos e do toque suave de seus lábios, estava constantemente em minha mente. Evitei confrontá-lo sobre o assunto, preferindo lidar com meus próprios sentimentos, mas a ideia de que algo estava mudando entre nós era inegável.No entanto, Lucas parecia estar um passo à frente. Em uma tarde de sexta-feira, ele se aproximou da minha mesa com um sorriso contido, os olhos brilhando de uma maneira que indicava que algo estava por vir.— Claire, tenho uma proposta de trabalho para você. — Ele disse, mantendo a expressão profissional, mas havia um toque de malícia no tom.Levantei a cabeça, intrigada.— E o que seria, senhor Donovan? — Perguntei, tentando manter a compostura.Ele sorriu, inclinando-se levemente sobre a mesa.— Precisamos fazer uma reunião com alguns parceiros no novo resort de Bellshore. É uma oportunidade para discutir o pr
CLAIREO sol estava brilhando intensamente na manhã seguinte, e o mar parecia ainda mais azul e cristalino do que na noite anterior. Depois de nosso jantar, mal consegui dormir. A tensão e o carinho que eu sentia por Lucas estavam cada vez mais evidentes, e eu não sabia por quanto tempo mais conseguiria manter as coisas sob controle.Às dez da manhã, Lucas me enviou uma mensagem, informando que organizara um passeio de barco para impressionar os investidores e mostrar o lado luxuoso do projeto. Eu não imaginava o quanto esse passeio mudaria as coisas entre nós.Me encontrei com Lucas e os investidores no cais, onde um iate branco e elegante nos aguardava. Ele me lançou um sorriso caloroso ao me ver, e eu me aproximei, tentando manter a compostura.— Preparada para uma manhã no mar? — Ele perguntou, com um brilho divertido nos olhos.Assenti, tentando esconder a ansiedade. Embarcamos no iate, e enquanto Lucas explicava o projeto de expansão para os investidores, eu observei cada movime