OzanSaio com um sorriso bobo nos lábios, cumprimentando Helena, que me olha estranha.Sofia... essa garota é tão instigante.Nunca senti isso por ninguém. A cada dia, ela me revela algo novo, algo que me faz querer me aprofundar, me entregar de corpo e alma. Eu sei que há um abismo entre nós, um abismo social, mas estranhamente, eu sinto uma vontade incontrolável de atravessá-lo. Por que não apostar em alguém que, a cada segundo, me faz sentir essa admiração crescente?O beijo que trocamos no meu iate foi a clareza que eu precisava para apostar nesse sentimento. Eu estava certo.E Deus! Ela é virgem.Isso é um presente, algo que eu valorizo imensamente. Desde ontem, não consigo parar de pensar nisso. Pode até soar machista e arrogante, mas há algo profundamente admirável em uma mulher que espera pelo cara certo.Allah, eu mal acreditei quando ela me disse isso... E isso quer dizer que ela nunca andou de helicóptero, que não teve nenhum cara rico, que ela estava sendo sincera. Isso me
Eu não consigo conter um sorriso nervoso, mas sei que agora a situação ficará tensa.— Sei muito bem quem você é... e conheço muito bem sua reputação também. Sofia, vamos! — Meu pai diz, como se estivesse pronto para me arrancar dali.Mas então, vejo Ozan se colocar à minha frente. Ele fica entre mim e meu pai, com um olhar desafiador. Meu pai parece pronto para avançar em direção ao pescoço de Ozan.— Espere. Sei que o senhor deve ter interpretado tudo errado, mas eu pretendo me casar com sua filha. — Ozan diz com uma determinação que me faz estremecer. Um arrepio de prazer percorre meu corpo inteiro. Deus! Eu amei isso!Está aí, pai, seu sonho de eu me casar bem.Meu pai ergue o queixo, todo orgulhoso.— Quer se casar? Se a sua intenção era essa, por que não quis conhecer a família de Sofia? — Ele pergunta, com um olhar de acusação.É verdade... Por que Ozan nunca mencionou a intenção de conhecer meu pai? Eu encaro Ozan, meu olhar cheio de dúvidas. Ele, sem resposta, respira pesado
Eu estou dentro do carro com Ozan, e sinto a tempestade de emoções dentro de mim, se entrelaçando, se contradizendo. Ele está estranho. Sua postura, a maneira como dirige, com os olhos fixos no trânsito e sem me olhar, me deixa inquieta. Ele mudou de repente, como se aquele homem que, com tanta paixão, me levou para conhecer o flat, tivesse desaparecido. Agora, sua presença é pesada, tensa, perigosa. O ar está carregado.Deus, ele acabou de me pedir em casamento. Como isso pode estar acontecendo?— Ozan... — minha voz sai como um sussurro.— Aqui não! — Ele responde, sem me encarar.— Aonde você quer falar sobre isso? No escritório? Para a Helena ouvir nossa conversa? — A provocação escapa dos meus lábios, um reflexo de todo o desconforto acumulado.Ozan dá uma guinada no volante e joga o carro contra o meio-fio, desligando o motor com um movimento brusco. Ele se vira para mim. Sua respiração está irregular, agitada. Me encara com aquele olhar fixo, implacável, e o orgulho em seus olh
Quando chegamos de mãos dadas, vejo os olhos de Helena se arregalarem, claramente surpresa com nossa entrada. Mas o que realmente me faz sentir uma mistura de nervosismo e felicidade é o momento em que ela nota o anel em meu dedo. A boca dela se abre lentamente, sem palavras, e a tensão no ar fica palpável.Fechamos a porta atrás de nós, e a realidade nos envolve. O escritório está repleto de tarefas urgentes, e a rotina nos puxa de volta. Eu me sento, concentrada, preenchendo contratos de prestação de serviço enquanto a máquina do trabalho continua a girar. Ozan permanece ao telefone, sua voz grave cortando o ambiente, antes de se focar nas plantas que Helena traz para ele, esperando aprovação. Cada vez que ela entra, me observa, e eu percebo aquele sorriso travesso se desenhando em seu rosto, uma mistura de curiosidade e diversão.O tempo voa como um borrão. As horas passam sem que eu perceba, e quando o expediente finalmente chega ao fim, Ozan se aproxima de mim. Nos despedimos com
Minutos depois, me encontro sozinha com o papel que meu pai preparou. Ele escreveu todos os detalhes do casamento, e, ao ler, meu estômago se aperta. É um plano tão sufocante e rigoroso que quase me engasgo. O ritual que ele descreve não é simples, e estou começando a duvidar de que posso encaixar tudo isso na minha vida.Além da tradicional dança Kalamatiano, onde nós dois, noivos, precisamos estar unidos por um lenço enquanto nossos convidados se juntam – algo que parece uma valsa, mas com mais intensidade – há a quebradeira de pratos, um símbolo de boa sorte, e depois, no jardim, um ferro é lançado no telhado ou dentro de casa para trazer força e união. Depois, devemos esmagar uma romã com os pés, símbolo de fertilidade.Pensa que acabou?Não!As lembrancinhas serão as koufetas: amêndoas glaceadas.O convite será com motivos florais e pétalas secas, o buquê leva ervas aromáticas, o bolo é feito com mel, sementes de sésamo e marmelo.Minha família e a de Ozan então jogarão dinheiro
Ozan coloca o telefone de volta e me olha, um brilho travesso em seus olhos.— Onde paramos mesmo? — Ele pergunta, com um sorriso que me derrete.Eu sorrio também, abraçando-o forte, mas ele me afasta suavemente, segurando meu rosto com as mãos. Então me beija novamente, um beijo suave, gostoso, mas cheio de promessas.A fome que sinto por ele cresce, e tomo sua boca com uma paixão avassaladora, aprofundando o beijo. Ozan responde com a mesma intensidade, e meu corpo pega fogo. Eu estou no meu limite... Eu o quero tanto.Eu o abraço apertado, e, olhando nos olhos dele, não consigo mais segurar o que sinto.— Ozan... eu quero você. Por favor. Se você disser que quer esperar, eu juro que te mato — digo, rindo nervosamente, mas com a voz carregada de desejo.Ele ofega e sorri, os olhos agora mais escuros, carregados de desejo.— Eu também te quero. Muito — ele diz rouco, e eu sinto cada palavra ecoar em mim.— E então? — Eu questiono, meu corpo tremendo de antecipação.— Acredito que não
Gemo alto quando me sinto pulsar na sua mão.—Ozan!Que gostoso....Tremo dos pés à cabeça, pulsando agora por algo a mais que desconheço. Enrosco minhas pernas em sua cintura sem nem ao mesmo saber que estou fazendo e o trago mais para mim. Ozan ofega parecendo entender meu pedido silencioso.Ele se afasta.— Não se mova!Eu ergo meu rosto sem entender. Ozan abre a carteira e pega algo.Camisinha!Deus! Eu tinha até me esquecido disso!Ele retorna, se move junto de minhas pernas e eu o envolvo sua cintura. A expectativa do que irá acontecer começa a dominar cada célula do meu corpo. Fecho os olhos, entrando em uma atmosfera desconhecida.Agarro os lençóis macios com toda a minha força esperando o ato. Ozan me penetra, mas não é como eu esperava. Dói. E eu o breco. Empurro sua cintura para baixo.—Sim dói, mas é só no começo depois irá gostar.Eu assinto para ele, ainda relutante. Ozan vai se aprofundando dentro de mim.Deus! Ele é muito grande.Eu o seguro novamente.—Tem algo de err
Ozan pediu macarrão à bolonhesa com frango. Algo simples, mas gostoso, como ele mesmo.Durante o almoço, o silêncio reinou entre nós. Não o silêncio desconfortável, mas aquele cheio de paz. Entre uma garfada e outra, trocávamos olhares e sorrisos suaves, satisfeitos com a companhia um do outro. Ozan terminou primeiro e limpou os lábios com o guardanapo. Seus olhos me buscaram, carregados de curiosidade.— Por que saiu da casa do seu pai? — Ele perguntou, com uma voz calma, mas firme.Senti um aperto no peito. Nunca é fácil falar sobre isso, mas com Ozan, parece que as palavras simplesmente encontram um caminho.— O dinheiro — começo, soltando um suspiro. — Quando se tem muito, ele se torna uma maldição. E foi assim comigo. Meu pai tinha medo de que eu me envolvesse com a pessoa errada. Então, ele começou a me apresentar homens que julgava serem “bons” para mim. Ricos, bem-sucedidos, inteligentes... mas nenhum deles me tocava aqui dentro. — Coloco a mão sobre o coração, tentando explic