Lochiel conhecia Ilumien através das narrativas do seu mentor e também por livros que havia lido durante seus estudos.
Era a cidade do comercio, onde todas as vias principais, construídas desde a chegada dos primeiros Longinquos convergiam. A maioria dessas estradas eram pavimentadas e bem estruturadas, com postos de guarda e Sentinelas em pontos estratégicos. Eles chegaram a cidade seguindo por uma boa parte dessas vias. Mas tudo que ele lera nos livros ainda não serviria para descrever a grandeza e o brilho da cidade.
Já de longe era possível ver a dourada Torre Magistral com seu farol para guiar os navegantes, antigo lar dos magos estudiosos, os primeiros magos como também eram chamados, os mesmos que foram corrompidos pela magia profana de absorção de vida e energia das formas vivas. Agora a torre servia como centro de estudo e pesquisa de estudiosos, não somente relacionada a magia, mas a todo conhecimento acumulado disponível. Isso envolvia desde teatro e filos
Ben tal-Murah e Umnati subiam as ruas bem pavimentadas de Ilumien no rastro do elfo, que andava a passos rápidos e precisos. Ele se desviava com graça dos transeuntes que, após a explosão no porto, desciam em polvorosa para ver o que estava acontecendo abaixo do monte. Passando as ruas principais o caminho para a torre estava livre, não havia passantes, não havia sentinelas. Se é que fosse possível o elfo acelerou ainda mais o passo. Os dois garotos foram obrigados a correr, largando qualquer disfarce e cautela. _ Temos que interceptá-lo antes que chegue a torre. Ele vai liberar um djinn, se isso acontecer estaremos em maus lencóis. _ Está certo, senhor lutador, - respondeu a druida – vamos interromper a corrida dele então, para que se esconder? – respondeu Umnati. Logo em seguida ela gritou a plenos pulmões – Ei, senhor Elfo! Pare de andar desse jeito! O elfo parou,virando- se para os dois olhando sem se surpreender. _ Já estava me perguntando até on
Assim que saíram da taverna com o plano traçado por Alice e o grupo devidamente dividido, a explosão no porto, abaixo da colina, atraiu a atenção de todos, inclusive das Sentinelas. Todo mundo presente na parte baixa da cidade abandonou os seus afazeres e negócios em andamento para observar dos muros o que estava acontecendo. Os mercenários pareciam aguardar esse sinal e se misturaram na multidão, que emergia de todos os lados. Ate mesmo os moradores das partes altas desceram para os muros, empurrando e brigando por uma vaga para assistir o que acontecia lá em baixoAlice precisou de toda sua concentração para não perder os mercenários de vista. O que facilitava um pouco era o fato de que o bárbaro se destacava na multidão pela sua altura. Segundo ela até poderia ser descendente de gigante.Os mercenários atravessaram facilmente a multidão rumo
Assim que a porta se fechou atras do trio as proporções se tornaram diferentes do que os garotos imaginaram. De fora a casinha era pequena, com seu telhado pontudo no nível das demais casas, mas pequena no geral. Os detalhes em madeira a transformavam em uma construção única somada com seu charmoso quintal cheio de flores e ervas simetricamente plantadas. Por dentro as proporções se tornaram absurdas e irreais. A brisa que corria para dentro do túnel era fresca, levando a impressão que o que estivesse a frente fosse uma área aberta e arborizada, diferente do ar urbano, cheio de pessoas como a área principal de Ilumien. No escuro Lochiel precisou usar, com o resquício de energia que restava, sua visão lupina e vendo o que os demais ainda não viam, não conseguiu conter seu assombro. Passavam por um túnel largo, sem iluminação, por toda a parede de troncos grossos instalados com maestria e milimetricamente iguais, até mesmo nos acabamentos de corda trançada. O garoto viu Alice
Os garotos acamparam em uma clareira a alguns quilômetros de Ilumien, fora da estrada principal. Acenderam a fogueira, alvoroçados, contando detalhes dos últimos eventos. Umnati estava empolgada pelos efeitos positivos de sua poção e porque conseguiram encontrar o cristal com certa facilidade. Imaginou o quão era pequeno o mundo. Encontrar em perigo um garoto que também buscava pelo cristal, ir para uma cidade em busca de pistas e se deparar com o atual dono do artefato em sua jornada buscando respostas. Ben tal-Murah não se surpreendera ao ver a criaturinha Athala conseguir o jantar e o próprio ficou empolgado ao ver seus companheiros voltando com mais amigos. Em um piscar de olhos ele capturou e limpou um coelho e um lagarto e o ensopado da noite prometia ser caprichado, digno de um banquete de rei. O garoto retirou sua armadura e após acenderem a fogueira sentou-se para polir e reparar os estragos causados pela luta contra os clones do elfo. Ao retirar a camisa os
Tharseus acomodou a todos em sua agradável casa na arvore. Para surpresa dos garotos que o achavam a primeira vista algum tipo de selvagem, o druida possuía alto grau de instrução de etiqueta e a fineza de um nobre. _ Imagino que encontrar o Cristal foi um desafio e tanto para um grupo, digamos, tão jovem. – disse ele. – Acreditei no potencial latente de Umnati desde o inicio e na habilidade única que ela possuía para essa missão. Só não esperava que ela encontrasse novos amigos na jornada e uma Ladra de Mana. Tharseus olhou com repulsa para Justinia que acuada se escondeu atrás de Theraquiel. _ Vai com calma, amigo. – Respondeu o necromante com a raiva visível na voz. – Ela não é totalmente corrompida e não se alimenta da mana de ninguém, então ela entende bem tudo que a gente fala e tem sentimentos. Vamos procurar uma forma de curá-la, torná-la completamente normal. Lochiel deu um assobio baixo. _ Ele tem razão druida. Queremos usar o crista
Foi com muito custo que Benialli reverteu a fúria do efrite. A essa altura a casa toda estava em chamas. Athala ao ver a fumaça correu para ajudar e a força da criaturinha e seu raciocínio rápido foram cruciais para que o desastre não fosse maior. Athala forçou uma erva goela abaixo de Theraquiel que se levantou quase de imediato, ainda zonzo da enorme perda de energia, mas pelo menos não estava acinzentado como um cadáver. Ele conseguiu a muito custo retirar Alice da casa em chamas, força física não era o seu forte. Lochiel a muito custo conseguiu se levantar dos escombros da pesada estante de livros. Athala o chamava freneticamente alertando sobre o iminente desabamento da casa na árvore.Benialli segurou o corpo inanimado da druidisa nos braços. Ela era muito leve e mesmo com a palidez da morte, seu rosto ainda tinha a expressão faceira de uma criança curiosa. Os
O caminho até o Pântano das Águas Negras foi trilhado em cima da curiosidade e espanto de todos sobre o que acontecera com Umnati. As perguntas sobre como era do outro lado, como eram os deuses o que ela tinha visto já estavam maçantes. O problema era que Theraquiel era o porta voz, já que havia limites para o quanto a druidisa poderia ficar visível para eles, mesmo compartilhando energia era difícil manter a conexão com os mortos. Isso porque não era um simples ritual necromântico. A druidisa tinha plena posse dos seus conhecimentos e o garoto não conseguiria obrigá-la a fazer nada nem se quisesse. A verdade era que desde que ela começou a compartilhar energia com Theraquiel, ele sentiu cada vez mais fraca a presença sombria que era obrigado a carregar, reduzindo a sua capacidade mágica. Era como se ela tivesse se escondido bem fundo em sua alma, fugindo da presen&cce
Foram realmente algumas horas de compensação. Ter salvado o próprio pai, redimiu os erros que Theraquiel cometera. O que mais o preocupava era a maldição que a entidade lhe jogara antes de ser banida. Não entendia o significado e preferia não pensar nisso no momento. O Arquivista escutara com atenção tudo o que aconteceu até ali e ficara bastante curioso com a decisão da druidisa de permanecer com o grupo pelo menos até tudo aquilo acabar. _ Com certeza vocês devem ir até ele e procurar um modo de derrotá-lo. Mas tomem bastante cuidado, isso é uma armadilha obvia. Ele quer que vocês vão até ele. Não sei que tipo de plano ele tem agora, mas já sabemos que não é coisa boa. O próximo passo era ir até a Cidadela. Benialli precisava ver se estava tudo certo. Ele partira com a sensação de que algo grande e perigoso estava para acontecer. Os espíritos do deserto o alertaram para o perigo, mas nada estava claro. Passaram o restante do dia na casa do Arquivist