Foi com muito custo que Benialli reverteu a fúria do efrite. A essa altura a casa toda estava em chamas. Athala ao ver a fumaça correu para ajudar e a força da criaturinha e seu raciocínio rápido foram cruciais para que o desastre não fosse maior. Athala forçou uma erva goela abaixo de Theraquiel que se levantou quase de imediato, ainda zonzo da enorme perda de energia, mas pelo menos não estava acinzentado como um cadáver. Ele conseguiu a muito custo retirar Alice da casa em chamas, força física não era o seu forte. Lochiel a muito custo conseguiu se levantar dos escombros da pesada estante de livros. Athala o chamava freneticamente alertando sobre o iminente desabamento da casa na árvore.
Benialli segurou o corpo inanimado da druidisa nos braços. Ela era muito leve e mesmo com a palidez da morte, seu rosto ainda tinha a expressão faceira de uma criança curiosa. Os
O caminho até o Pântano das Águas Negras foi trilhado em cima da curiosidade e espanto de todos sobre o que acontecera com Umnati. As perguntas sobre como era do outro lado, como eram os deuses o que ela tinha visto já estavam maçantes. O problema era que Theraquiel era o porta voz, já que havia limites para o quanto a druidisa poderia ficar visível para eles, mesmo compartilhando energia era difícil manter a conexão com os mortos. Isso porque não era um simples ritual necromântico. A druidisa tinha plena posse dos seus conhecimentos e o garoto não conseguiria obrigá-la a fazer nada nem se quisesse. A verdade era que desde que ela começou a compartilhar energia com Theraquiel, ele sentiu cada vez mais fraca a presença sombria que era obrigado a carregar, reduzindo a sua capacidade mágica. Era como se ela tivesse se escondido bem fundo em sua alma, fugindo da presen&cce
Foram realmente algumas horas de compensação. Ter salvado o próprio pai, redimiu os erros que Theraquiel cometera. O que mais o preocupava era a maldição que a entidade lhe jogara antes de ser banida. Não entendia o significado e preferia não pensar nisso no momento. O Arquivista escutara com atenção tudo o que aconteceu até ali e ficara bastante curioso com a decisão da druidisa de permanecer com o grupo pelo menos até tudo aquilo acabar. _ Com certeza vocês devem ir até ele e procurar um modo de derrotá-lo. Mas tomem bastante cuidado, isso é uma armadilha obvia. Ele quer que vocês vão até ele. Não sei que tipo de plano ele tem agora, mas já sabemos que não é coisa boa. O próximo passo era ir até a Cidadela. Benialli precisava ver se estava tudo certo. Ele partira com a sensação de que algo grande e perigoso estava para acontecer. Os espíritos do deserto o alertaram para o perigo, mas nada estava claro. Passaram o restante do dia na casa do Arquivist
A cidadela estava em chamas.A fumaça era vista de longe e foi o ruído da batalha e o choro dos feridos que atraiu os monstros ate ali.Ao pular do alçapão, Benialli ainda tinha esperança que o povo não estivesse lutando entre si.Havia partido da cidade com a sensação que algo muito ruim aconteceria, mas sua razão estava focada em localizar o djinn, em agir antes que ele destruísse mais alguma cidade. Estava cego pelo desejo de aventura e partira mesmo assim.Agora ao ver a cidadela quase completamente destruída, se perguntava se teria feito diferença ter ficado.Milagrosamente aquela casinha simples de madeira velha estava de pé enquanto quase tudo queimava. As águas do oásis estavam contaminadas, suja de detritos e sangue. Havia alguns corpos espalhados por todo lugar, tanto de conhecidos sentinelas quanto de outras pessoas que o garoto nunca
Benialli estava confiante, mas não podia subestimar seu inimigo. Não sabia que tipo de poderes ele tinha adquirido em troca do controle da cidade.Todos da cidade agora pareciam ignorar o fato de que os muros estavam prestes a cair. Eles formaram um círculo em torno dos combatentes, por entre os escombros. Pareciam agitados e com certeza ansiosos pelo resultado. Alguns ali tinham esperança que o garoto filho de Akali pudesse vencer o general Serj, mas a maioria acreditava que a criança não teria chance e que logo todos estariam mortos, devorados pelas criaturas das trevas.Ben mentira ao dizer que tinham tempo de resolver tudo e ainda cuidar da defesa. Pelos estrondos que ouvia, tinha certeza que não teria mais de uma hora até a muralha vir abaixo._ Mas me diga, seu porco, qual é o seu plano? Ia matar quem fosse contra você, mas como ia ser? Ia entregar a cidade para os monstros? Ia assistir t
Os garotos simplesmente apagaram. Benialli relaxou ao ter certeza de que os Sentinelas ajudariam no que fosse preciso. Nem se preocuparam em cuidar dos hematomas e ferimentos. Já era a segunda vez que o garoto passava por essa sensação de exaustão extrema onde simplesmente desmaiava. Acordou no que achava ser o dia seguinte em um quarto de luxo, cheio de ornamentos a ouro e estatuetas de deuses estranhos. Cada um dormia em uma cama macia, forrada com lençóis de tecido caro e magicamente aquecidas. Lochiel estava sentado a beira da cama, olhando Alice que ainda dormia. Theraquiel andava de um lado para o outro no quarto, conversando com o espirito de Umnati. “Quando vocês apagaram, os Sentinelas ajudaram os feridos e deixaram suprimentos para os sobreviventes. Após o combate o próprio magistrado veio oferecer apoio para a reconstrução da Cidadela. Depois disso ele mandou os Sentinelas levarem vocês para a capital, tive que me revelar porque os feitiços de proteção
Lochiel ainda ficou hesitante ao deixar Alice trabalhando com o magistrado. Balançou a cabeça tentando deixar as preocupações de lado. Sabia que ela poderia fazer muito por eles mesmo a distância e além disso percebia claramente que ela já estava cansada de tudo aquilo, ali no meio da nobreza e de certo luxo era o seu lugar. Ela com certeza saberia se cuidar.Os cavalos foram preparados para partirem sem demora, o magistrado ofereceu uma caravana, mas os garotos preferiram partir sozinhos. Poderiam se locomover mais rápido utilizando ao máximo dos cavalos.A cordilheira era visível ao longe, com seus picos extensos, pontudos e nevados. Os tuneis eram antigos, uma rota de mineiros, que explorou o máximo possível do interior daquelas montanhas atras de riquezas. São muitas as histórias que contam sobre o lugar, tanto sobre os grupos que ali exploraram, quanto sobre as criatur
O clima ali era denso. O ar pesado não era natural, deixava aquela sensação de que algo ruim ia acontecer, que iam ser emboscados a qualquer momento ou que estavam na iminência de algum ataque violento.O cenário contrastava geograficamente com as montanhas que acabaram de atravessar. Era como se a neve e o frio estivessem presos somente na região montanhosa, ou que algo impedia o sol de atingir aqueles picos. Se não fosse a sensação ruim, poderiam até curtir a vista do riacho cortando calmamente por entre as rochas e a cidade em ruinas ao fundo do vale. Dava para ver os resquícios de uma civilização antiga e poderosa. Construções que um dia foram imponentes agora jaziam dominadas pela natureza implacável, areia e pedras. O sol deixava brilhos preguiçosos iluminarem todo aquele cenário, fazendo sombras dançantes em vários pontos.A
Não foi uma viagem agradável com toda certeza.Umnati sentiu como se toda sua energia espiritual fugisse do seu “corpo” etéreo. Durante a queda, sua alma se separou forçadamente de Theraquiel, deixando o garoto desnorteado também. Achava que como espírito poderia controlar a queda e talvez até ajudar os outros, mas mesmo ela não podia ver nada e o impacto na água foi doloroso, como se ela tivesse caído diretamente ao chão.Felizmente não caíram longe uns dos outros e demoraram um pouco para se recuperar. Lochiel, por ter os sentidos mais aguçados pela forma lupina, era o que mais sofria. Com a ajuda de um Benialli aos frangalhos, ele saiu da água, quase inconsciente, vomitando e completamente desnorteado.Após um bom tempo, sentados em uma área terrosa e lamacenta, encharcados, conseguiram observar um pouco as redondezas.Pelo