Hellen terminou seu doutorado e marcou a cirurgia, Antony insistiu para que ela reconsiderasse, que não faria diferença, e poderia ser arriscado para sua saúde. Mas ela havia “milagrosamente” se curado de seu problema imunológico, ele compreendeu que era um sonho dela, depois de um tempo. Faria qualquer coisa por ela, sabia que ela era o amor de sua vida, e mesmo com medo, a apoiaria no que fosse importante para ela.
Manuela combinou que estaria presente para cuidar de Hellen no pós-operatório, e que estaria no hospital durante a cirurgia, não importava o tamanho que sua barriga estivesse, ela estaria lá.
A cirurgia de Hellen demorou mais seis meses para ser marcada, quando Manuela estava entrando no oitavo mês recebeu a ligação, Hellen seria operada no dia seguinte. Manu n&
A Senhora estava sentada tranquilamente em sua morada de Quartzo, fumando um cigarro e contemplando o horizonte do mundo antigo feito por ela. Sorriu em um cumprimento ao homem bonito de cabelos longos platinados, e olhos vermelhos que se aproximava. Ele vestia uma espécie de saia, sem camisa. Sentou diante dela com um olhar de lado.-Resolvemos?-Você sabe que não completamente, mas por enquanto, é tudo que podemos fazer.-Eu já disse que posso visitar ele, quando olhar em meus olhos tudo se resolverá. - Sorriu, quem olhasse em seus olhos seria tomado pela loucura, e morte.-Não é sua função derrubar este inimigo, existem atores que devem fazer isso, você sabe, é preciso pensar bem em quem
No princípio não havia nada, somente escuridão e silêncio.Yebá Bëló, A mulher se fez a si mesma utilizando seis coisas invisíveis: bancos; suportes de panela; cuias de ipadu; pés de maniva e cigarros.A única luz ficava em sua morada de quartzo, o resto era escuridão.Mascava ipadu e fumava cigarro, pensando em como deveria criar o mundo. Uma esfera saiu de seus pensamentos, se transformando em uma torre. A esfera absorveu a escuridão, se tornou parte dela.Sua segunda criação foram os trovões imortais, que ganharam lugares em toda extensão da torre, as moradas dos trovões passaram a receber tamb&ea
Eventos ocorridos poucas semanas antes do dia 10 de agosto de 2019.Os preparativos estavam adiantados, grupos de Whatsapp com nomes como Dia D, e Dia do Fogo, passavam instruções a seus membros a respeito de materiais e horarios para os atentados terroristas. Seus organizadores eram membros de uma elite agrária conhecida na região, se auto intitulavam “cidadãos de bem”, em sua maioria religiosos e com muito orgulho de um passado de destruição dos povos originários, desde a chegada de seus antepassados por essas terras.Se organizavam como uma sociedade paralela ao Estado e a constituição, pois acreditavam, realmente, que pertenciam a uma casta que poderia decidir o futuro de todos, e neste caso específico, com seus plano
Eram três, muito arredios, aterrorizados como os outros que encontrara. Manuela suspirou, já era o quinto caso em menos de dois meses. Sempre 3 cães grandes utilizados para caça ou guarda nas fazendas, marcados com aqueles quatro buracos profundos, pouco sangue e muita agressividade. Os primeiros três grupos encontrados em semanas distintas já haviam morrido, completamente fracos, mas ainda assim agressivos. Não havia nada de mais nos exames. Apenas a perda excessiva de sangue. E aquela outra substância que ninguém conhecia bem, aquele veneno esquisito que não aparecia em nenhum estudo de veterinária e, agora que os casos se avolumavam, de medicina, que ela tenha encontrado.-Dona Manuela, que que nóis vamo fazê? O povo tá querendo sai pra caça esse bicho, tá dizendo que deve ser alguma coisa do cape
Hellen foi chamada no escritório da Professora Aline pela manhã, pensou que era algo a respeito de sua bolsa, ou orientações sobre seu projeto de doutorado, em fase final, com as graças de todas as deusas.Mas não era sobre nada disso, Aline a recebeu com um sorriso franco e pediu que sentasse diante dela nas poltronas simples do escritório.-Preciso pedir um favor para você. E para ser totalmente honesta, não será nada muito agradável para alguém que está terminando seu doutorado. Apesar de servir muito para seu campo de pesquisa. - Hellen franziu a testa e ela ergueu a mão para se explicar. - Entenda que você não está sendo obrigada a nada, é um favor pessoal. Eu a conheço a pouco, mas acredito que você é
Os três homens estavam armados com espingardas e facas, andavam pela mata, o pouco que ainda existia na região, como se estivessem fazendo um grande serviço para a humanidade.Era um pouco de crendice, muito de preconceito, medo do que não conheciam. Lembravam das histórias contadas sobre os monstros indígenas, seus ataques aos "pobres homens brancos”. Então sentiam, realmente, que a importância do que faziam deveria ser reconhecida. Se imaginavam carregando o monstro sanguinário, fosse ele real ou sobrenatural, até a cidade, e mostrando a todos o poder do homem branco sobre as feras da natureza.Viram quando a indígena que cuidava dos animais passou com seu carro. Ela os irritava um pouco, uma indígena dona de terras, herdeira de fazenda e ainda por cima com forma&cce
Maria estacionou na frente da delegacia da pequena cidade, distante algumas horas de sua própria cidade, e palco de uma das histórias sobre ataques semelhantes aos que investigava. Não tinha muitas esperanças, os casos ocorreram em um período distante e obscuro do país, em que informações eram ocultadas do conhecimento público. Havendo sempre a possibilidade, quando se tentava investigar algum crime da época, de que tudo fosse invenção para encobrir o terrorismo de Estado cometido com liberdade por 21 anos.Registros eram forjados, escondidos e incinerados, assim como os assassinatos e desaparecimentos da época. Mas tinha esperanças de ao menos conversar com algum policial, mesmo que aposentado, que lhe desse alguma informação.Entrou na delegacia e f
Hellen agradeceu Luiz pela carona e entrou em casa rápido, ainda tinha medo das onças, não confiava muito nessa história de “acordo” de Manuela, achava onças lindas, quase mágicas, mas as preferia longe dela.Sentou na bancada da cozinha esperando o café terminar de passar na cafeteira, e ligou para o namorado.-Que bom que você lembrou de mim! - A voz dele era um pouco agressiva, irritada.-Você está bem?-Como se você se importasse Hellen! - Um silêncio irritado.-Qual o problema Edu?-O problema é que você desaparece, não me ouve quando digo que essa história r