Irina

Boris passa olhando bem dentro dos meus olhos. Russos não costumam perdoar e eles cumprem com suas ameaças. Para alguém que quer comprar uma casa e ter a sua independência financeira como eu, essa ameaça que ele acabou de me fazer joga uma água fria nos meus planos.

Porque ele é como um cão farejador que só pára quando encontra o que quer e não estou disposta a dar a ele o que quer. Se eu tiver que matá-lo e me matar depois faço com gosto. Mas não vou me entregar, não vou me sentir mais suja do que já me sinto.

Só para satisfazer um capricho doentio dele. Me sento no sofá e coloco a mão em minha cabeça tentando assimilar o que acabou de acontecer. Não acredito que ele foi capaz disso. Rosa se senta ao meu lado e pergunta:

— Ele disse coisas ruins para você? O que ele falou?

— Para encurtar a história para você, ele disse que vai abusar de mim e me machucar bastante durante o ato para que eu nunca esqueça que não devo rejeitá-lo. Claro que ele vai fazer mais do que isso porque o