Sara pagou o chaveiro, assim que o serviço ficou pronto. Mesmo que Igor tivesse devolvido a sua cópia da chave, a lembrança de sua afirmação a respeito de entradas furtivas a fez decidir por trocar o segredo da fechadura.
Com a mala estacionada ao seu lado direito e as compras no lado contrário, aproveitou o primeiro momento sozinha para avaliar o ambiente. O apartamento esboçava uma premissa perfeita. Livre de ornamentos alheios, a neta de Vargas mentalizou as possíveis transformações que surgiriam com o tempo. Lógico que em todas as imagens, plantas, vasos e folhas... compunham o cenário. O sofá de três lugares encostado à parede branca, se escondia sob um lençol azul marinho manchado. No canto oposto, uma mesa de vidro com quatro cadeiras em tom cerejeira deixava um espaço aberto para tapetes, almofadas coloridas, quadros e puffs bem centralizados.
As janelas envidraçadas permitiam o ar da noite adentrar pela fresta e davam uma visão privilegiada do bairro. Cortinas amarelas com pequenas margaridas bordadas pareciam criar vida da imaginação de Sara. O apartamento vazio ganhava uma profusão de cores e alegria conforme a moradora levava as compras até a cozinha.
Não diferente da sala, aquele ambiente também possuía o básico: fogão, geladeira, armários embutidos e uma pequena mesa presa à parede. Nada sofisticado, porém todos novos. Sara se perguntou quanto tempo Igor havia permanecido no local, ainda mais quando começou a guardar os mantimentos nos espaços vazios.
Fingiu não procurar por pistas do antigo morador, enquanto levava a mala para o quarto desabitado. Pior que o restante da casa, o cômodo era composto por uma cama de casal king size – um detalhe primordial, para alguém que não gostava de dormir com os pés pendurados –, um guarda-roupa de três portas e mais nada. Alguns respingos de tinta e cimento nas esquadrias da janela denunciavam a reforma. Sara raspou a unha sobre a sujeira. Com certeza, a vinda de Tereza seria perfeita, ela concluiu.
Enquanto desfazia as malas, os pensamentos da universitária se voltaram para Igor. A decepção por voltar do mercado e não encontrá-lo, fora jogada para o local onde ficavam todos os sentimentos que não poderiam ser esclarecidos, muito menos mencionados.
Questões se acumulavam a cada passo dado pelo novo habitat. Quem era aquele homem que conquistara a confiança de Vargas? Será que realmente existia uma reciprocidade entre seu avô e o visitante, ou tudo não passava de um gesto cordial? De onde Igor conhecia Vargas? E talvez a indagação mais interessante, se Sara ousasse admitir, porque o desejo de conhecê-lo melhor percorria por todo seu corpo? Lógico que havia uma explicação saudável e racional para tal questionamento. Ela era uma mulher jovem, bonita, com todo o interior e exterior funcionando em perfeita harmonia. Possuía problemas para despejar suas frustrações e emoções para as pessoas. Contudo, reagir a um homem bonito, ou melhor dizendo, lindo, não fazia parte desse desvio de personalidade.
Cansada demais para avaliar qual seria a resposta, limitou-se a flutuar para o mundo imaginário. Lista de compras: cortinas, roupas de cama, móveis... Sua mente travava uma batalha árdua para escapar dos olhos cor de terra, gravado em suas retinas.
Quando adentrou no banheiro, um bufo resignado encheu as paredes. No ar, o aroma de sabonete trazia Igor direto para a sua frente. Sara chacoalhou a cabeça. Sua vida estava conturbada demais para percorrer aquele corpo, aqueles olhos, aquele sorriso, aquelas sardas... As mudanças batiam à sua porta, com a mesma força que ela colocava seu nécessaire sobre a pia de mármore. Pensar nas responsabilidades a livraram da cobiça alheia, lembrar do avô a acometia do que realmente importava: gratidão eterna. Sem ele, Sara nunca teria se tornado a mulher que encarava o espelho sujo de pingos d’água. Por essa razão, Igor e sua compleição generosa ficariam presos ao apartamento no andar superior.
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“Querer não é poder”, Tereza costumava dizer a Sara. Um ditado simples, mas concreto, uma vez que ela queria ser botânica e não podia. Queria ter os pais ao seu lado, seus avôs... Uma colocação cabível para o momento, já que a neta de Vargas desejou ficar longe de Igor. Contudo, as olheiras profundas e o mau humor matinal provavam que, outra vez, suas vontades não foram realizadas.
Dormir no apartamento, e fingir que o motivo de estar ali não tinha nada de anormal na decisão, levou uma boa parte da noite. Quanto a isso, Sara já esperava. No entanto, ser acordada ainda quando pequenos pontos de raios solares flutuavam sobre sua cama, com o som dos acordes mal desenhados de um violão, deixava a limonada azeda independentemente das colheres extras de açúcar. Precisa começar a tocar essa merda assim tão cedo?
— Mais um minuto desse tormento, e vou enlouquecer. — Sara iniciou um monólogo enquanto dispensava o pijama com estampas de cactos sorridentes. O som continuava, no mesmo ritmo, música e sequência. Para um pouquinho, recomeça, para outro pouquinho, recomeça... até as falhas combinavam.
Fechou as janelas, expulsando o barulho e o calor, mas não daria para ficar assim o resto do dia, afinal o verão havia chegado com toda sua glória. Questionou-se o motivo de Igor estar no apartamento tão cedo, uma vez que reclamara do cheiro. Será que tudo não passava de uma mentira? Sara ruminava suas dúvidas com a mesma sagacidade que vestia uma peça retirada a esmo do armário. Ela tinha inúmeros compromissos para aquele dia, e deixar a mente pesada com questões mal solucionadas, afetariam sua disposição. Com esse pensamento em mente, e esquivando-se da necessidade gritante em vê-lo novamente, nem que fosse para expressar a falta de tato para viver em sociedade, ela pegou a palheta que achara no sofá e saiu determinada a tomar satisfações.
Se a neta de Vargas fosse adapta a sapatos de saltos, com certeza suas passadas sólidas seriam ouvidas a distância. Um lance de escada não amenizou sua necessidade mascarada pela ânsia de justiça pelos outros moradores que desejam dormir até mais tarde.
A campainha tocou duas vezes, antes de ser ouvida pelo ocupante do apartamento número trinta. No chão, o tapete de entrada exibia uma frase com margens para interpretações: só entra se souber tocar!
Quando Igor atendeu a porta, encontrou Sara com a cabeça abaixada. Cabelos comprimidos, caídos na frente de seu rosto. Ele se permitiu um segundo de voyeurismo antes de continuar.
— Violão.
Como no primeiro encontro, a voz dele acariciou a pele de Sara. Ela ergueu os olhos devagar. Na verdade, bebeu sedenta por um gole d´água, cada centímetro do corpo de Igor, desde os pés descalços, passando pela calça social preta até chegar à camisa branca bem cortada.
— Hum. — Compreendeu que as sinapses costumavam falhar na presença dele. Jogou os cabelos para trás, talvez ajudasse no funcionamento de sua locução.
— Só entra se souber tocar violão — ele insistiu.
Ela está ainda mais linda do que ontem. Outro vestido longo escondia as pernas torneadas e não deixava muito para exibição, mas Igor adorava sua mente criativa. Os braços e ombros expostos pelas alças finas ditavam duas possibilidades: sem ou com sutiã tomara que caia. Infelizmente o tom colorido: azul, vermelho e preto impunha limites para as dúvidas do aprendiz de músico.
Sara notou o seu escrutínio desconexo, assim que fitou os olhos astutos de Igor. Ele sorria. Um lindo e silencioso sorriso preenchia todo o rosto bem barbeado. Os cabelos estavam penteados e ao mesmo tempo fora de ordem, elevando sua aparência para o morador mais sexy do prédio. A gravata vermelha ao redor do pescoço e os dedos longos segurando a porta entreaberta.
— Então por que não está escrito isso? — Ela forçou a mente a trabalhar.
— Porque deixo a cargo da minha inspiração e vontade. Já toquei bateria, saxofone e flauta. E a frase solta no tapete combina com o instrumento da vez.
Sara imaginou como seria ouvir todas as manhãs o barulho de uma bateria, e resolveu que violão era uma opção bem melhor. Talvez o ideal seria não reclamar do som fora de sintonia. Quem sabe qual instrumento estava na lista de “como perturbar os vizinhos”?, ela se perguntou.
A proposta inicial havia se dissolvido pelo ar, assim como o perfume almiscarado que Igor exalava. Ela desejou um convite para um café de boas-vindas. Talvez fosse uma ideia louca e irresponsável, mas que mal poderia haver?
— Estamos em outro jogo de encarar ou você precisa de algo, Sara? Já vou logo avisando que se for uma xícara de açúcar, ficarei te devendo. — Ela esboçou um sorriso amarelo e tentou, sem sucesso, olhar sobre o ombro de Igor. Aceitou o fato de que ele era mais alto do que ela, sem levar em conta do quanto esse enorme detalhe agregava às demais características pecaminosas daquele homem.
— Ah. Não. Desculpe —pigarreou e ergueu umas das mãos. — Só vim lhe trazer essa palheta que achei.
— A minha preferida. Obrigado. — Igor achou melhor não mencionar que ele possuía pelo menos, mais uma dúzia como aquela. Pegou a pequena lâmina branca e guardou no bolso da calça.
O corpo dele formava uma barreira, Sara percebeu. E, pela maneira como Igor mantinha-se inerte, salvo os olhos e a expressão relaxada, o café não aconteceria. Talvez ele também tivesse problemas com sinapses, a universitária acreditou.
— Bom. Vou indo. Não quero te atrasar para o trabalho. — Ela balançou uma das mãos. Igor notou as unhas curtas e livres de esmaltes.
— Não se preocupe, ainda tenho tempo. Costumo levantar bem cedo para praticar, assim não perco a hora. Espero que eu não tenha te acordado com o barulho do violão?! — A ingenuidade reinava em cada uma de suas palavras. — Tive que abrir bem as janelas, pois o cheiro ainda não saiu por completo.
— Não. Claro que não. Também costumo despertar bem cedo. — Sara retirou um fio imaginário da frente do vestido. Mentir não era muito o seu forte. — Você não ia dormir no hotel? — Uma pergunta simples e sem qualquer pretensão. Entretanto, ela olhou para os pés na sandália. Gosto mais quando uso o esmalte vermelho.
— Eu dormi. Mas precisava estar em casa cedo para tomar algumas decisões.
Sara queria perguntar sobre as decisões, saber um pouco mais a respeito dos instrumentos, até mesmo descobrir qual a profissão de Igor. Contudo, não havia brechas e talvez nem motivos para tamanha inquisição. Ela parecia aflita por uma conversa casual e não encontrou a mesma motivação nele. A universitária se deu conta da maneira carente, beirando a infantilidade que demonstrava e se puniu mentalmente. Como poderia administrar uma cadeia de restaurantes se não conseguia se portar com clareza na frente de um homem atraente? Muito menos dizer a verdade sobre a sua visita surpresa.
Por essa razão, e até mesmo envergonhada pela atitude, despediu-se sem grandes demonstrações de sorriso ou afeto. Um simples: “nos vemos por aí” e saiu em direção ao orquidário. Era hora de recuperar as energias e dignidade.
Quando Sara estacionou o carro na frente do prédio, no final da tarde, seu corpo doía pelo trabalho árduo travado durante o dia. Arrependeu-se de não ter colocado um tênis e uma roupa mais confortável, principalmente quando avaliou o vestido sujo de terra. Como sempre, repor as energias deixava sua mente mais clara e centrada. Conversar com rosas e folhagens parecia uma loucura para os demais, mas para Sara, elas eram suas melhores amigas. Afinal, qual adolescente em sã consciência trocaria uma tarde no shopping com as meninas da escola por uma poda no jardim? Sara Vargas, com certeza. A nova herdeira não tinha problemas em fazer amizades. No entanto, a sua inutilidade em demonstrar seus sentimentos transmitiam aos outros uma indiferença errônea. Por essa razão, suas amizades se limitavam ao tratamento cordial e quase insignificante. Falar com plantas era muito mais fácil, elas não faziam perguntas. Retirou a compras do banco traseiro e olhou resigna
Os dias foram passando e Sara entrou numa rotina. As manhãs eram dedicadas à decoração do apartamento, as plantas ocupavam todas as tardes e, com um sorriso forçado, a faculdade ficava com o período noturno. Como prometido, Tereza apareceu para ajudar nos serviços domésticos e sua neta postiça não se fez de tímida ao aceitar a oferta. Cuidar de casa não fazia parte de suas habilidades. Mesmo porquê, em todos os seus vinte anos, nunca houve necessidade para tal. Seu quarto sempre estivera limpo e em ordem, assim como seus pertences. Independente da maneira como Tereza resmungava ao tirar as manchas de terra das roupas, dos sapatos e do carpete. Contudo, as mudanças que Sara tanto almejava pareciam crescer dentro do seu peito. Havia algo errado, e ela não conseguia encontrar a fonte dessa sensação. — Volto na próxima semana, pequena Sara. Cuidarei da casa e da roupa. Não se preocupe. — Tereza pendurou os vestidos no armário. — Não acho justo te ocupar dessa for
Sara abriu a porta de seu apartamento e as fragrâncias das flores invadiram suas narinas, disputando atenção com o aroma da pizza. Respirou fundo, buscando energia para lidar com o homem que acompanhava seus passos. Acendeu as luzes, colocou a caixa sobre a mesa e ligou o som. Uma música suave preencheu o ambiente. — Uau. Estou vendo que você esteve ocupada esses dias. Estava curioso para saber onde você colocaria todas aquelas flores, mas agora vejo que ficaram perfeitas. — Igor parou por alguns instantes para apreciar a sala bem decorada. Os móveis de outrora haviam ganhado colegas de espaço. Almofadas nudes enfeitavam o sofá vermelho. Mesa lateral propícia para o aparelho de telefone, algumas revistas de jardinagem e um pequenino vaso com bromélias vermelhas. — Você fez tudo sozinha? — Obrigada. Mais ou menos. Tive um pouco de ajuda... — Ela imaginou como soaria se contasse que tinha uma governanta à disposição e preferiu omitir esse fato. — Fique à
A explosão que se seguiu com aquele encontro de lábios, poderia ser descrita com palavras românticas. No entanto, os sentimentos que os acometiam não chegavam nem perto da sensibilidade dos grandes poetas. Serpenteados pelo aroma das flores, a música ambiente e a luz da lua que adentrava pela janela, Igor e Sara demonstraram um entorpecimento de luxúria e desespero. Seus corpos rugiam para serem saciados. O romance e as palavras carinhosas viriam com o passar das horas, provavelmente. Contudo, o que arrebatava a ambos em cima do sofá vermelho era pura questão de necessidade. Fome, talvez. Uma ganância que eles não estavam prontos para analisarem, muito menos pesquisar suas raízes. Sara descobriu sardas em outras partes do corpo de Igor, da mesma forma que ele notou o quanto suas alturas propiciavam que posições complexas fossem testadas. Os novos amantes se conheceram mais do que intimamente. Seus corações se encontraram, mesmo que os donos estivem cegos para tal união. Entr
O suposto relacionamento embarcou numa constante. Se antes as noites de Sara tinham somente a faculdade como programação, com a chegada de Igor o período noturno fora alterado de forma deliciosamente substancial. Jantares quase todos os dias, refeições preparadas, servidas por ele e tendo Sara como sobremesa. Sempre nessa sequência e no apartamento dela, uma vez que o de Igor ainda estava impossibilitado. Lógico que ela o questionou em outros momentos sobre a reforma e conquistou respostas aceitáveis e compreensíveis: “já estudei tudo o que podia, e amanhã coloco a mão na massa”; “ah, ainda não acabei, vai demorar um pouco”; “está sujo, tenho que chamar uma faxineira”. Sem perceber, a neta de Vargas passava pouco tempo em seu mundo imaginário. As evasões se limitavam a visitas de Tereza ou às conversas esporádicas com Castelo. De uma maneira prática de ser, o empresário trouxe um alívio pertinente ao complexo desempenho da universitária durante as aulas. A pr
A conversa que tivera com Igor rondava a mente de Sara como uma cobra traiçoeira. Deixar a cargo de outra pessoa uma responsabilidade pré-determinada, para se dedicar às suas amigas parecia um sonho de consumo. Ela pensou em Vargas. Vasculhou suas lembranças buscando algum indício de uma possível aceitação de que não haveria problemas em ficar em segundo plano na empresa. Porém, não encontrara nenhum sinal contraditório. Abandonar por completo, Sara nunca teria coragem, isso era um fato comprovado. Como uma gravação em sua pele. Entretanto, pela primeira vez desde o falecimento dele, afastar-se dos documentos e decisões finais não lhe trazia a sensação de que o estivesse traindo. Contudo, ainda existia um fator crucial que a impedia de levar essa proposta para o Castelo. Quem seria confiável o suficiente para assumir seu lugar? Porque não se tratava somente de papéis e ordens, mas de amor e entrega. Sentimentos explorados por Vargas. Óbvio que o rosto de Igor
O corpo de Sara vibrava com as descobertas. Como fora tão cega? A vida poderia ter sido muito menos sofrida se tivesse enxergado as perdas por outra ótica. Meu Deus! Vocês estavam aqui o tempo todo me mostrando a verdade, ela falou para a Palmeira de Areca que enfeitava o hall de entrada do prédio. Sim, trocara o morto pelo vivo. Contudo, aquela clareza parecia ter surgido no momento apropriado. “Tudo tem o seu tempo”, seu pai costumava dizer. Ou será que essa percepção tinha algo relacionado ao homem de 1.90 que a visitava regularmente? Talvez com a leveza do coração, da mente e do corpo o restante ficara mais definido, ela observou. A universitária sorria como um adolescente, enquanto se encaminhava para o banho. Retirou as roupas sujas de terra e aceitou o jato de água quente. Sua musculatura agradeceu o mimo e o cuidado, deixando o corpo mais relaxado. O aroma de shampoo encheu o banheiro, assim como a mente borbulhante. Ela necessitava tomar algumas med
Igor não apareceu para jantar, naquela noite. Nem na seguinte. Contudo, enviou uma mensagem justificando sua ausência: – Precisei viajar para resolver um problema de trabalho. Ficarei morrendo de fome. Quando voltar, o jantar será em grande estilo –, e essa pequena consideração alimentou as certezas de Sara. Não poderia ser somente sexo, ela supôs. No início, sim. Mas após todos aqueles encontros, olhares e carinhos trocados entre eles, sua intuição lhe dizia que algum sentimento palpável brotara no coração do administrador. Essa pausa forçada serviu para que ela entendesse a dimensão do seu amor por Igor. Sua ausência fora sentida com tamanha violência, que nem mesmo as plantas pareciam surtir efeito desejado. A somatória: planta mais Igor mais paz estava em defasagem. Até mesmo a falta de talento dele para tocar o violão fora notada. Não aconteceram mais tentativas de visitar o apartamento do futuro, talvez, músico. Independentement