Valery Garcia.09:50 — Quarto. — Tintipán, Cartagena — Colômbia.Acordei com a claridade do sol chegando em meu rosto, soltei um resmungo e enterrei o meu rosto no peitoral do Santiago. Abri os olhos e o vejo dormindo, eu fico feliz com isso, o mesmo está começando a dormir mais, fico bastante alegre. — Soltei um suspiro ao sentir algumas dores pelo meu corpo, principalmente na minha bunda já que ele bateu muitas vezes nela, não reclamo, gostei muito.Ele se mexeu na cama e soltou um gemido de dor e rapidamente me sentei na cama.— Querido, você está bem? — Perguntei preocupada colocando a mão em seu rosto.Ele abriu os seus olhos e me encarou.— Estou bem amor, só move o ombro que dói. Bom dia. — Me inclinei para frente beijando seus lábios.— Bom dia, meu amor. — Ele passou o polegar pela minha bochecha.— Dormiu bem?— Sim, muito bem. — Falei sorrindo maliciosamente o fazendo rir.— Só você mesmo para me fazer rir a essa hora da manhã, amor.Ele soltou um suspiro e se levantou, aju
Santiago Romero.18:30 — Quarto. — Tintipán, Cartagena — Colômbia.Encaro ela com uma grande dor no peito, sinto uma grande vontade de chorar nesse momento mas eu me encontro.— Olá Valery, meu nome é Santiago Romero. Você lembra do que? — Perguntei agindo como um profissional.Ela me olhou séria.— Do que você está falando? Meu Deus, meu pai!! — Ela desceu da cama rapidamente. — Meu pai morreu.— Se acalme, está tudo bem. — Ela começou andar de um lado para o outro.— Não está tudo bem, meu pai morreu e a minha casa foi queimada, agora acordo em um quarto com um cara que eu nunca vi.Suas palavras são como facadas em meu peito.— Eu te encontrei na estrada toda machucada, levei você para o hospital e cuidaram de você. — Falei.— E porque eu não estou no hospital? — Questionou brava.— Aconteceu um imprevisto, o hospital estava com muitas pessoas e não tinham nenhum quarto, então eu trouxe você para um lugar onde ninguém iria incomodá-la, o médico aceitou isso e falou que era realment
Valery Garcia. 00:00 — Hotel. — Bogotá — Colômbia.O caminho até esse hotel foi bastante desconfortável, o tal de Charles não falava nada e muito menos eu falava algo. Eu não sei o porquê, mas eu fiquei triste por ter deixado aquele homem Santiago para trás.O que eu estou pensando? Ele é só um homem que está me ajudando, nada mais do que isso.— Chegamos, senhorita Garcia. — Ele falou de repente.— Ah... Claro.Descemos do carro e vejo um enorme prédio à nossa frente.— Uau! É imenso. — Falei surpresa.— Venha comigo, irei levá-la até o seu novo quarto.Novo? Não entendi muito isso. Ele não quis dizer nova casa não?Entramos no prédio e o saguão é muito grande, sigo ele até o elevador.— Não temos que falar com o porteiro? — Questionei confusa.— Não se preocupe com isso, o porteiro me conhece e também ele já sabe sobre a nova moradora do prédio do senhor Romero. — Acenei ainda confusa.O mesmo apertou o botão do décimo andar e ficamos novamente em silêncio.— Porque o seu chefe est
Santiago Romero.08:00 — Casa do Romero — Bogotá — Colômbia.Acordei sentindo uma grande dor de cabeça, parecia que iria explodir de tanta dor.— Porra! — Coloquei a minha mão na testa.Consegui me sentar na cama com dificuldade e olhei para frente.Então não foi um sonho ruim, ela realmente se lembrou de tudo.Passo a mão no rosto tentando controlar as minhas emoções, só que está sendo muito difícil.— Merda!As malditas lágrimas voltam a cair pela minha bochecha, respiro fundo tentando conter as lágrimas.Isso que dá por amar alguém, você sofre quando ela parte, estou sozinho novamente nesse lugar escuro.Escutei batidas na porta.— Vá embora!! — Gritei para sei lá quem estar batendo na porta.— Eu não vou embora, Santiago. — Escutei a voz do Thomas do outro lado.— Vai embora Thomas!!! Quero ficar sozinho!!!— Não vou deixar você se afogar nessa mágoa, ela não iria querer isso.— Não fale dela!!! — Gritei com raiva.Não quero ouvir.— Santiago, ela te ama, só esqueceu esses sentime
Valery Garcia.Duas semanas depois. Essas semanas foram um pouco duras para mim, eu consegui voltar ao trabalho na lanchonete, encontrei meus antigos amigos e foi muito legal. Só o problema era me acostumar com tudo de novo, porque na minha antiga casa era perto dos meus trabalhos, até poderia ir a pé às vezes, mas agora dependo de táxi ou de ônibus. No começo foi muito difícil mesmo, o Diego me ajudava nisso me levando ao trabalho, já que era o caminho dele pro trabalho dele, então não tive muito problemas. — Meu chefe no começo ficou com medo de mim, eu não sabia o porquê dele estar com medo de mim, depois descobri que eu estava sendo procurada como criminosa por matar o meu próprio pai.Fui na delegacia saber sobre isso e graças a Deus foi tudo um engano e voltei a trabalhar do jeito que eu gosto, Júlia quando descobriu onde eu estou morando agora, só vive na minha cola agora, até dorme na minha casa, amiga interesseira da porra. — Mais tirando todos esses problemas no começo que
Valery Garcia.Saímos do quarto e fomos caminhando para o elevador assim que eu tinha me arrumado.— Ei, o que acha de sairmos hoje para uma balada? — Perguntou apertando o botão do elevador.— Sério mesmo Júlia? Eu estou morta de cansada, acha mesmo que eu vou tá pulando por aí e descendo até o chão, do jeito que eu estou? Não, minha querida, eu vou ficar em casa dormindo.Ela revirou os olhos.— Você é chata viu.— Chata nada, sou uma mulher cansada isso sim.— Eu também trabalho, Valery, nem estou morrendo tanto assim. — Dei de ombro para ela.— Mas eu sim, então não conte comigo para essa balada, só quero estar dormindo nesse momento.As portas do elevador abriram e entramos, quando a porta estava quase fechado uma mão impediu.— Quase que eu não pegava. — Diego falou sorrindo para nós duas. — Bom dia meninas.— Bom dia, Diego. — Respondemos juntas gentilmente.— Dormiu bem? — Perguntou-me olhando.Sorri de leve.— Dormir sim, obrigada por pergunta Diego. — Ele sorriu.— Ainda não
Santiago Romero.Duas semanas tinham se passado depois daquele dia que eu vi a minha linda esposa entrar no carro daquele homem. Desde aquele dia eu me tornei um casca, um corpo sem alma, não sinto vontade de fazer absolutamente nada. Sei que ela não iria me querer ver assim, mais eu não consigo viver sem ela ao meu lado. — Não sei quantas noites eu passei chorando ou fui inundado com pesadelos fortes que me deixaram acordado por várias noites, voltei a ser aquele homem que mal consegue dormir, porque toda vez que eu fecho os olhos a vejo indo embora, ou sendo morta. Não consigo viver assim mais.O Thomas, Charles, até o Jonas tem tentando me animar, Thiago também veio me ver e tentar me tirar desse lugar escuro, mas suas tentativas foram em vão. Eu não sinto vontade de fazer nada, só estou vivo por causa do Thomas que tem me obrigado a se alimentar e tomar banho, cuidando da minha saúde e do meu machucado no ombro, já está até melhor, posso até mover e não sinto tanta dor, o feriment
Valery Garica.10:00 — Casa do Romero — Quarto — Bogotá — Colômbia.Continuamos abraçados ainda, não conseguia me afastar de jeito nenhum dele.— Isso parece ainda um sonho para mim. — Falou com o seu rosto em meu pescoço.— Mas não é um sonho, meu amor. Eu estou aqui com você. — Beijei seus cabelos com carinho. — Eu te amo tanto, Santiago.Ele soltou um suspiro e tirou o seu rosto do meu pescoço e me encarou.— Eu também te amo, te amo tanto que chega a doer o meu coração. — Beijei a ponta do seu nariz.— Tenho que voltar àquele hotel para pegar algo muito importante.— O que?— A minha aliança, eu tirei ela por não fazer a mínima ideia o porque de eu estar usando uma aliança. — Ele riu de leve em meu pescoço.— Vamos tomar um banho e podemos buscar suas roupas e a sua aliança, mas se quiser posso comprar outra. — Neguei com a cabeça.— Não, aquela aliança tem uma ótima história, ótimas memórias, não quero trocar ela. — Ele sorriu.— Tudo bem, vamos tomar um banho e podemos ir buscar