Tudo começou há dois anos, Thomas Clifford, o Rei de Dallnalia, exigiu que seus subordinados encontrassem uma mulher digna de ser sua esposa. Não qualquer esposa. Thomas era o tipo de homem que vivia cercado por bajuladores e mulheres atraentes, tendo tudo na palma das mãos. Para o Rei, o casamento era algo marcante. Não se tratava de fidelidade, ou amor, mas sim de ter a mais bela mulher para exibir como troféu.
Após dois anos de procura, seu leal mordomo, James Cooper, garantiu ter encontrado a mulher ideal, fascinando-o com a notícia.
Logo, com uma beleza incomparável e apenas vinte e dois anos, Mila Rivera foi a escolhida do rei. Seus pais, felizes com o casamento da segunda filha, aproveitaram para vendê-la pelo preço mais alto e, é claro, o nosso monarca pagou.
Não existiam cerimônias de casamentos em Dallnalia, como também não existiam leis honestas. A Escolhida para ser rainha, só conheceria seu esposo depois da coroação.
Já com a coroa na cabeça, a garota de olhos verdes, cabelos negros e um corpo gracioso foi encaminhada para o Palácio como, Mila Clifford, a Rainha de Dallnalia.
— Bem-vinda, Rainha Mila! —disse James, o homem que conheci no baile, que depressa me reverencia de pé no saguão. — Olá, senhor Cooper! — A viagem foi agradável? — Esplêndida! —respondo com um sorriso no rosto. — Seu Rei ficou encantado com vossa coroação, disse que a senhora se saiu muito bem! — Agradecida! —digo. -Mas confesso que achei estranho o Rei não estar presente... — Se vossos pais a tiverem ensinado bem as leis, saberá que esse encontro só pode ocorrer depois da coroação! —respondeu rudemente. “Nossa!” — Sim...estou ciente! —afirmo hesitante. Ele estranhamente pousa seus dedos no fone conectado ao seu ouvido, se comunicando com alguém do outro lado. — Positivo, estou a caminho! —falou. O encaro com meus olhos curiosos, esperando que ele compartilhasse a informação comigo. — Peço que vossa Majestade espere aqui por alguns minutos, o Rei logo irá recebê-la e seu segurança está a caminho! “Ele quer que eu espere aqui?” — Eu gostaria de ir para os meus aposentos,
"Acabei de conhecê-lo, não tem como dividirmos a mesma cama assim do nada." "E aquele banheiro, se eu precisar usar o vaso, vai ser na frente dele?" — Não precisamos nos conhecer! —zombou. -Você é gostosa e parece ser inteligente. Não tem nada com que devo me preocupar! —ele sorriu e saiu do quarto me deixando em choque. -ESTOU TE ESPERANDO NO BAR! —gritou do lado de fora. "O QUÊ?" "Ele está brincando, não é?" Meu sentido nunca falha com homens assim. Eu tinha noção que seria difícil me apaixonar, só não imaginava que ele ia dificultar esse processo sendo um grande idiota. — "Você é gostosa e parece ser inteligente" ... —repito imitando a voz dele, com uma careta. Saio do banho e coloco um vestido de seda preta, não muito colado ao corpo. Ele é de alcinha e com um decote elegante nos seios, junto a uma abertura sensual na perna. No meu cabelo preto com ondulações até o meio das minhas costas, faço um coque rápido bem soltinho, que deixa alguns fios levemente soltos. Passo um gl
Quando abro meu guarda-roupas, concluo que Thomas deseja exibir o máximo que pode do meu corpo, já que a maioria das roupas dentro daquele closet, tinham um decote exagerado nos seios. Talvez ser Rainha e sua esposa, simbolize um tipo de troféu que precisa ser exibido. Senso, ou qualquer outro tipo de saúde mental, não faziam parte dele. ---------------------------------------------------- — Bom dia, senhor Bennet! —o cumprimento entrando na cozinha. — Por favor, me chame de Peter! —seu pedido vem acompanhado do seu lindo sorriso e uma xícara de café. — Você viu o Rei? — Ele vai passar o dia fora, mas se precisar de qualquer coisa é só me falar! — Bom...o que temos para fazer hoje? —engulo um pouco do café. — Sua primeira tarefa do dia começa com esse livrinho aqui! —falou me entregando um caderno azul escuro. Assim que vejo o título “Estatuto Imperial de Dallnalia” entendo na mesma hora que o James foi criar fofocas ao meu respeito. — Imagino que isso tenha sido ideia do senh
Ando mais um pouco e quando acho que cheguei no final, minhas vistas se forçam a entender o que era tudo aquilo. — Meu...Deus! —travo, me apoiando na parede de pedras. Meus pés tocam a areia, uma areia que preenchia boa parte do chão conectando-se ao mar. Ao mesmo mar que o nosso povo tanto amava e que eu tinha o privilégio de ter um pedacinho no meu jardim dos fundos. Eu não conseguia ver o fim. Eu sequer conseguia movimentar meu corpo com tanta perfeição cobrindo meus olhos. Porque ali, ali não tinha só a água, também tinham árvores e enormes montanhas cheias de plantas e pássaros voando. É como uma floresta limpa e livre de qualquer ser humano, intacta do mundo. Muito bem escondida. "Será que estou doida?" Aquilo tinha que ser um sonho, um lugar daquele não podia existir dentro de uma caverna. — Acho que não dormi direito... —murmuro sozinha. Balanço minha cabeça duas vezes e fecho meus olhos por dez segundos, quando entendo que preciso de um psiquiatra, me viro para saída c
"Só vendo para acreditar!" — Okay! —entendo o caminho. -Volto daqui a pouco! Sigo suas instruções e caminho pelo palácio como caminhava com minhas irmãs nos museus. "Por que palácios tem que ter tantos cômodos?" Desço a escada do porão encontrando mais um corredor com vários quartos. Não tinham aranhas, nem morcegos. Era um corredor longo que diferente dos outros havia uma parede no final, indicando o fim. Várias portas dos dois lados, lustres iluminando e uma tinta barata na parede. Um ponto a menos pelas várias injustiças que o Thomas, comete. — Peter? —o vejo deitado pelo canto da porta entreaberta. — MAJESTADE! —impressionado, ele se levanta da cama e vai até a porta me convidando a entrar. "Droga, ele está apenas de samba canção!" — Aconteceu alguma coisa? —perguntou ainda surpreso com a minha presença. — N-não... —respondo completamente perdida nas curvas do seu abdômen. — Desculpa, nunca nenhum superior veio aqui embaixo! —ele percebe o meu foco e se apressa pegando s
— JAMES! —repreendeu. "Chega. Acabou. O meu tesão evaporou!" — O que é? —seus braços se jogam no ar. -Eu estou mentindo? — Diga logo, que merda você veio fazer aqui! — Ah...nada, só conversar! "Puta merda, eu só me meto em encrenca. Quando não me aparece um cara escroto, me vem um adolescente canalha, com um amigo carente." — Vaza daqui, James! —falou com aquele tom de homem derrotado. -Eu preciso dormir, amanhã a gente conversa. — Okay, até amanhã então! — Até... —respondeu ainda sentado no chão, bagunçando seu cabelo, frustrado. Escuto a porta bater e como garantia, dou dois toques baixos na madeira esperando a confirmação de que eu podia sair. — Ele já foi! —avisou. Saio do armário me deparando com a carcaça de um menino, que foi abatido pelo seu melhor amigo, no meio de uma luta. Suas mãos estavam estiradas na minha direção, segurando minhas roupas amaçadas. Ele não vê que também seguro algo, porque sua cabeça está baixa, mas eu me encarrego de pegar meu pijama, deixand
"Corre!” — Droga! Longe, muito longe mesmo. A imagem do Thomas me trancando numa torre como a Rapunzel e a Princesa Fiona, é o que me fazem correr o mais rápido que posso para chegar a tempo em casa. Então eu corro, corro, corro mais um pouco, paro por cinco segundos e corro de novo. Quase quarenta minutos depois, alcanço a porta principal. — CHEGUEI! —anuncio apoiada aos joelhos como uma atleta das olimpíadas. — As pessoas no qual vão arrumá-la já estão te esperando, minha Rainha! —avisou com a sua cara de mordomo raivoso. — M-m-mas já? —travo no "mas" umas cem vezes. — Por que está tão ofegante? — F-fui explorar o terreno e acabei me perdendo do Xamante... — Sei... —ele me irrita. -Aconselho que não vá tão longe, tem partes do palácio que não andamos e nem conhecemos! — Okay! —concordo, ainda puxando oxigênio. -Por que não me avisaram antes que a equipe ia chegar mais cedo? — O Rei fez alguns ajustes no horário encima da hora, mas não teria como vossa Majestade saber já q
"Merda!"Se for um dos investidores do Thomas, estarei muito encrencada. Não posso falar com alguém nessa situação humilhante. Meu esposo me enforca se souber que fui rude com uma das minas de ouro dele.Penso que se eu o ignorar, ele talvez perceba que a música está alta e desista."Isso não vai dar certo..."Se dragões existem, com certeza também tem homens que podem nos deixar doentes com apenas um olhar. Não tinha como ter outra explicação para eu estar nesse nível de tormento, agonizando loucamente por dentro."Será que ele já foi?""Por que continuo com as mãos geladas?"Pego na mesa a única das três taças que tinha um liquido transparente e sem saber de quem era, e o que era, o giro de uma vez engolindo tudo."Pai, se o amor significa perder o oxigênio sempre que duas almas se encontram, eu prefiro morrer sozinha do que asfixiada!"— Rainha, Mila!"Ele ainda está aqui?"— Por - —tranco minha boca com a mão, assim que sinto minha garganta queimar com o que na verdade era vodca p