Ando mais um pouco e quando acho que cheguei no final, minhas vistas se forçam a entender o que era tudo aquilo. — Meu...Deus! —travo, me apoiando na parede de pedras. Meus pés tocam a areia, uma areia que preenchia boa parte do chão conectando-se ao mar. Ao mesmo mar que o nosso povo tanto amava e que eu tinha o privilégio de ter um pedacinho no meu jardim dos fundos. Eu não conseguia ver o fim. Eu sequer conseguia movimentar meu corpo com tanta perfeição cobrindo meus olhos. Porque ali, ali não tinha só a água, também tinham árvores e enormes montanhas cheias de plantas e pássaros voando. É como uma floresta limpa e livre de qualquer ser humano, intacta do mundo. Muito bem escondida. "Será que estou doida?" Aquilo tinha que ser um sonho, um lugar daquele não podia existir dentro de uma caverna. — Acho que não dormi direito... —murmuro sozinha. Balanço minha cabeça duas vezes e fecho meus olhos por dez segundos, quando entendo que preciso de um psiquiatra, me viro para saída c
"Só vendo para acreditar!" — Okay! —entendo o caminho. -Volto daqui a pouco! Sigo suas instruções e caminho pelo palácio como caminhava com minhas irmãs nos museus. "Por que palácios tem que ter tantos cômodos?" Desço a escada do porão encontrando mais um corredor com vários quartos. Não tinham aranhas, nem morcegos. Era um corredor longo que diferente dos outros havia uma parede no final, indicando o fim. Várias portas dos dois lados, lustres iluminando e uma tinta barata na parede. Um ponto a menos pelas várias injustiças que o Thomas, comete. — Peter? —o vejo deitado pelo canto da porta entreaberta. — MAJESTADE! —impressionado, ele se levanta da cama e vai até a porta me convidando a entrar. "Droga, ele está apenas de samba canção!" — Aconteceu alguma coisa? —perguntou ainda surpreso com a minha presença. — N-não... —respondo completamente perdida nas curvas do seu abdômen. — Desculpa, nunca nenhum superior veio aqui embaixo! —ele percebe o meu foco e se apressa pegando s
— JAMES! —repreendeu. "Chega. Acabou. O meu tesão evaporou!" — O que é? —seus braços se jogam no ar. -Eu estou mentindo? — Diga logo, que merda você veio fazer aqui! — Ah...nada, só conversar! "Puta merda, eu só me meto em encrenca. Quando não me aparece um cara escroto, me vem um adolescente canalha, com um amigo carente." — Vaza daqui, James! —falou com aquele tom de homem derrotado. -Eu preciso dormir, amanhã a gente conversa. — Okay, até amanhã então! — Até... —respondeu ainda sentado no chão, bagunçando seu cabelo, frustrado. Escuto a porta bater e como garantia, dou dois toques baixos na madeira esperando a confirmação de que eu podia sair. — Ele já foi! —avisou. Saio do armário me deparando com a carcaça de um menino, que foi abatido pelo seu melhor amigo, no meio de uma luta. Suas mãos estavam estiradas na minha direção, segurando minhas roupas amaçadas. Ele não vê que também seguro algo, porque sua cabeça está baixa, mas eu me encarrego de pegar meu pijama, deixand
"Corre!” — Droga! Longe, muito longe mesmo. A imagem do Thomas me trancando numa torre como a Rapunzel e a Princesa Fiona, é o que me fazem correr o mais rápido que posso para chegar a tempo em casa. Então eu corro, corro, corro mais um pouco, paro por cinco segundos e corro de novo. Quase quarenta minutos depois, alcanço a porta principal. — CHEGUEI! —anuncio apoiada aos joelhos como uma atleta das olimpíadas. — As pessoas no qual vão arrumá-la já estão te esperando, minha Rainha! —avisou com a sua cara de mordomo raivoso. — M-m-mas já? —travo no "mas" umas cem vezes. — Por que está tão ofegante? — F-fui explorar o terreno e acabei me perdendo do Xamante... — Sei... —ele me irrita. -Aconselho que não vá tão longe, tem partes do palácio que não andamos e nem conhecemos! — Okay! —concordo, ainda puxando oxigênio. -Por que não me avisaram antes que a equipe ia chegar mais cedo? — O Rei fez alguns ajustes no horário encima da hora, mas não teria como vossa Majestade saber já q
"Merda!"Se for um dos investidores do Thomas, estarei muito encrencada. Não posso falar com alguém nessa situação humilhante. Meu esposo me enforca se souber que fui rude com uma das minas de ouro dele.Penso que se eu o ignorar, ele talvez perceba que a música está alta e desista."Isso não vai dar certo..."Se dragões existem, com certeza também tem homens que podem nos deixar doentes com apenas um olhar. Não tinha como ter outra explicação para eu estar nesse nível de tormento, agonizando loucamente por dentro."Será que ele já foi?""Por que continuo com as mãos geladas?"Pego na mesa a única das três taças que tinha um liquido transparente e sem saber de quem era, e o que era, o giro de uma vez engolindo tudo."Pai, se o amor significa perder o oxigênio sempre que duas almas se encontram, eu prefiro morrer sozinha do que asfixiada!"— Rainha, Mila!"Ele ainda está aqui?"— Por - —tranco minha boca com a mão, assim que sinto minha garganta queimar com o que na verdade era vodca p
— Você está bem? —ele sussurra."Óbvio que não!"— S-sim... —minto.— Você está vermelha e os seus batimentos estão acelerados!"Garanto que não é só o meu rosto que está vermelho!"— Ah, é que - —eu mesma me interrompo e em seguida enrugo a testa, dando um passo para trás. -Você disse batimentos? —questiono. -Como sabe que o meu coração está acelerado?Ele muda a expressão como alguém encurralado numa esquina.— BENJAMIN! —entrou atropelando a porta. -Como ela est -— Estou bem! —respondo por mim mesma. -Os convidados já foram? —tento mudar o clima do quarto.— Sim! —disse se aproximando intimamente.— Bom, eu já vou! —anunciou.— Não, espere, vocês ainda nem se conheceram! —queixou.— Claro que já! —retrucou. -Achou mesmo que ia nos deixar aqui sozinhos e eu não ia aproveitar?"OI?""MEU DEUS!"Pronta, estou pronta para uma guerra. Thomas o tão temido, nunca deixará uma coisa dessas passar. Mesmo que eu pense em dar explicações, minha cabeça ainda será decepada para que o País todo
— Thomas... —tento afastá-lo.— Suba e coloque aquela lingerie preta que comprei. Não quero ninguém pensando que não sei fazer herdeiros!A suavidade com que as palavras saem da sua boca e a forma como ele me humilha, me faz engolir a saliva incorretamente, me engasgando.— Thomas - —tento o fazer mudar de ideia.— Não! —sua mão se estica e seu dedo me aponta o topo da escada.James me olha como quem não pode fazer nada e no fundo eu também sabia que não tinha o que ser feito. Os outros seguranças se fazem de cegos e Peter, aquele que eu mais esperava tomar uma atitude, permanece calado com zero sentimentos.— Você me escutou? —repetiu.Thomas e eu nunca conversamos sobre filhos, mas por algum motivo ele voltou de viagem com essa ideia. Não me sinto pronta, nem preparada para ser mãe, sinto que nem conheço meu marido direito.— Você está surda, Mila?Cabisbaixa com tamanha humilhação, subo os degraus sem ter opções.Naquela mesma noite, o Rei coloca seus planos de um herdeiro em ação.
BENJAMINMENSAGEM DE TEXTO RECEBIDA"ALARME DISPARADO""O quê?"Quando passo pela porta principal, continuo caminhando até a minha BMW, observando o jardim e o seu redor."Não vejo nada de estranho..."Quanto mais moderna a máquina for mais cansativa ela é. Incrível como os anos trouxeram beleza e potência, deixando muitas coisas importantes para trás.— Daria tudo para ter um De Dion Runabout 1884, de novo! —sou irônico.Me curvo para ver através das janelas, buscando o motivo de somente ele ter disparado. Tem seis carros estacionados e cinco estão em silêncio. Somente o meu resolveu se irritar com o som dos grilos.MENSAGEM DE TEXTO RECEBIDAMeu celular vibra dentro do bolso e eu o pego com uma faísca de expectativa de ser qualquer coisa sobre a Rainha."Greta: Boa noite, senhor!""Droga!" —bufo me encostando no carro, decepcionado."Eu: Olá, Sra. Lunner!""Greta: Conseguiu conferir o código de localização?""Eu: Infelizmente não tive tempo de testar.""Greta: 6667DNLL""Eu: Certo.