Los días pasaron de uma maneira muito rápida. Eirik e os outros homens pareciam mais relaxados, mais confiantes, e eu... era um caos por dentro. Elas ainda me perturbavam, queriam me enlouquecer, ou talvez me mostrar algo que eu me recusava a aceitar.—Você está bem? —perguntou Eirik, sentando-se ao meu lado na grama.Hoje os homens e mulheres estavam recolhendo tudo para voltar.—Se eu te dissesse que não sou o que você pensa, o que você faria? —perguntei.Ele acariciou minha bochecha e me deu um beijo na testa.—Te amaria do mesmo jeito. Não me importa o que você é, Tiana; o único que importa é que você é meu amor, minha vida e a mãe do meu filho —disse ele.Eu me afastei dele e o encarei. Seus olhos começaram a se tornar de um preto intenso. Eu me lancei sobre ele e o abracei com força.—Eu te amo —disse.Suas mãos subiam e desciam pelas minhas costas. Além dos homens que recolhiam, lá estavam elas me olhando com um enorme sorriso.—Me jura que, se em algum momento eu me tornar alg
Hakon não tirou os olhos de mim durante todo o caminho, e embora Eirik quisesse parecer relaxado, eu podia notar o quão tenso ele estava, e não era para menos.—Para onde estamos indo? —perguntei enquanto caminhava ao lado de Eirik.Ele se virou para me olhar.—Para casa —respondeu.Eu assenti com a cabeça. Tentei segurar sua mão, mas ele a afastou. Não disse nada e apenas continuei caminhando. Andamos por horas; as solas dos meus pés ardiam, mas eu não ia reclamar, pois todos estávamos em completo silêncio.À medida que avançávamos, Hakon permanecia alguns passos atrás de nós, seus olhos fixos em mim, vigiando-me como um lobo observa sua presa antes de atacar. Continuei caminhando até que minhas pernas falharam e caí no chão sujo. Tentei me levantar, mas minhas pernas estavam dormentes.Os braços fortes de Eirik me ergueram, carregando-me; eu me aninhei em seu peito e enrosquei meus braços em volta de seu pescoço.—Eu te amo —sussurrei.Ele não respondeu nada e continuou andando. Seu
Três meses se passaram, os dias voaram. Minha vida mudou significativamente; deixei de lado aqueles pensamentos ruins, embora admita que, em certas ocasiões, me afunde na escuridão. Mas então lembro que Eirik e meu filho precisam de mim, e volto com mais força, decidida a lutar por eles.Alguns dizem que Ivar voltou para a Inglaterra, o que trouxe alívio para aquelas pessoas que ele, no passado, machucou. Embora tudo pareça estar bem, eu não consigo ficar totalmente tranquila. O medo de vê-lo retornar me persegue constantemente.Eirik e eu voltamos para a casa dele, um lugar que no início me parecia tão estranho, mas que aos poucos comecei a considerar meu. Juntos, com a ajuda de muitos homens e mulheres, trabalhamos para reconstruir o que Ivar destruiu; pedra por pedra, trouxemos vida de volta a este lugar. No entanto, confesso que sempre tenho medo. Tenho pavor de ver este lugar em cinzas novamente.Minha barriga cresceu significativamente nesse tempo, um claro sinal de que o menino
O dia do casamento chegou, e não era nada como eu tinha imaginado. Quando pequena, sonhava em me casar com um lindo vestido branco, com uma longa cauda, em uma igreja cheia de flores, mas isso era... interessante.O vestido branco foi trocado por um de cor azul intensa, o véu por uma linda coroa de flores, e aquela longa cauda com a qual sonhei, por uma enorme capa de pele. Meu pescoço foi adornado com diferentes colares de ouro e prata.— Está linda — disse uma das garotas que estavam me ajudando a me vestir.— Obrigada — respondi com um leve sorriso.Senti um arrepio na pele, um sinal de que ela estava aqui.— Podem me deixar sozinha? — pedi às garotas que estavam comigo.As três assentiram e saíram.— Eu disse à velha que não as queria perto de mim — disse com raiva.— A velha morreu, você a matou — respondeu ela.Eu me virei, surpresa. Ela sorriu imediatamente.— Estou brincando — disse.Respirei fundo; olhar para ela me irritava, e tê-la aqui no dia do meu casamento me deixava ex
Os meses passaram e tudo começou a tomar seu rumo. A vida na aldeia e nos arredores se tornou tranquila, embora ninguém baixasse a guarda. Eirik e os outros estavam sempre em constantes reuniões, traçando estratégias caso algo desse errado, embora estivessem muito mais calmos. Ivar não era tolo; havia muitos mais homens aqui, seria um suicídio voltar, embora nunca se deva subestimar.Eu estava a semanas de dar à luz. Desde aquela vez, não voltei a ver aquela mulher nem as bruxas que se escondem na floresta; talvez tenham percebido que não iam conseguir nada. Eirik estava terminando de esculpir o berço do nosso bebê. Era lindo ver o grande interesse que ele sentia pelo nosso filho.— Você acha que ele vai se parecer com você ou comigo? — eu perguntei.Ele parou de trabalhar e me olhou.— Espero que comigo, foi difícil te conquistar — ele disse com um enorme sorriso.Eu rolei os olhos e joguei um pedacinho de madeira que estava perto.— Ele vai se parecer comigo, eu sinto — eu disse.El
Inglaterra.As portas do imponente castelo se abriram com um estrondo que ecoou no ar frio. Caminhei com firmeza em direção ao interior, sentindo a pressão de olhares inquisitivos e cheios de desdém. Cada passo me aproximava mais do meu objetivo, e o ódio que sentia era uma chama ardente em meu peito. Para conseguir o que desejava, precisava da ajuda do único homem cujo ódio igualava, ou até superava, o meu.— Você! — rugiu Ivar ao me ver.Durante anos, o observei das sombras, percebendo sua insaciável sede de poder. Logo entendi que ele era o homem certo para conseguir o que ansiava.— Pensei que você tinha me esquecido — respondi com um sorriso calculado.Ele se aproximou de mim como uma besta ferida, seus movimentos refletindo uma raiva contida.— Você me enganou! — bradou.Suas mãos se fecharam em torno do meu pescoço com uma força brutal, apertando com a intenção de estrangular. Suas palavras eram uma ameaça mordaz.— Eu vou te matar, e depois matarei ela, junto com seu bastardo,
Gritei até que minha garganta se rasgou; a dor que sentia me partia em dois, era insuportável. Meu peito se sentia vazio, toda a minha energia estava drenada. De repente, um estrondoso trovão ressoou no céu, um eco do tormento que dominava minha alma. Olhei para meu bebê em meus braços, seu pequeno corpo imóvel, como se o destino mesmo tivesse decidido me arrancar toda esperança.— Não, por favor — supliquei com uma voz quebrada.Tudo isso era culpa daquela maldição. Levantei-me da cama com meu bebê envolto em meus braços, meu corpo tremendo de frio e desespero. Dirigi-me à porta, abrindo-a com mãos trêmulas, e avancei pelo corredor que me conduzia à saída. O som da chuva, torrencial e implacável, transbordava pelas paredes, como se o céu compartilhasse minha dor. Cada gota parecia uma lágrima do universo, um lamento que ressoava com a tragédia da minha situação.Saí para o exterior; a água fria encharcava meu corpo e o de meu bebê, como se quisesse nos apagar da existência. Caminhei
As bruxas estavam lá, suas bocas em movimento, mas delas não saía nenhum som. Seus olhos haviam se tornado de um branco opalescente, como se tivessem perdido toda conexão com o mundo terreno. De repente, sombras negras começaram a emergir do meu corpo, deslizando como serpentes escuras. Cada centelha de escuridão que se desprendia de mim era como se estivessem arrancando minha pele com garras afiadas, uma dor insuportável que fazia com que meus ossos parecessem se romper sob a pressão da agonia. O calor do meu filho se tornou uma chama que devorava meu ser, enquanto as sombras se libertavam, formando um redemoinho de escuridão ao meu redor. Os olhos aterradores de Thora me observavam.— Salve seu filho — me disse.Olhei para o meu bebê.— Dar-lhe-ia minha vida por sua vida, e hoje entrego aquilo que me foi concedido, trocando-o por você — lhe disse e o beijei na testa.Tudo ficou em silêncio, e do nada, o choro do meu bebê inundou o lugar. Minhas mãos tremiam enquanto eu o segurava. T