Quando chegamos, os homens ali me olharam, mas desta vez não eram olhares curiosos como da outra vez; esses olhares estavam carregados de rancor.—Ninguém vai te fazer nada —disse Eirik, como se tivesse lido meus pensamentos.Ele desceu do cavalo e me ajudou a descer. Eu olhei ao redor, e todos tinham o mesmo olhar.—Eles vão me matar na primeira oportunidade que tiverem —eu disse a ele.Eirik segurou minha mão e me arrastou com ele. Eu me deixei levar sem dizer nada. Entramos em um grande salão onde havia vários homens, e entre eles estava Freidys, que me olhava com tanto ódio.—Vou te matar pelo que você fez com meu pai —rosnou ela.Eu engoli em seco. Estava cada vez mais afundada nisso.—Defenda-se —disse Eirik.Eu olhei para todos os homens ali — ele ia abusar de mim, eu só me defendi —eu disse a eles.Freidys se levantou da cadeira e correu em minha direção, me jogando no chão. Seu corpo estava sobre o meu e suas mãos rodearam meu pescoço, apertando com força. Ela foi afastada de
Eirik não voltou para o quarto, e isso de alguma forma me tranquilizou um pouco. Se ele estivesse ao meu redor, eu não conseguiria resistir muito tempo ao seu toque. Mesmo que lutasse com todas as minhas forças, sabia que mais cedo ou mais tarde eu cederia.Na manhã seguinte, acordei com o som de vozes grossas. Pulei da cama rapidamente e me aproximei da porta. Abri com cautela e saí. Caminhei seguindo as vozes até chegar a um quarto. A porta estava entreaberta, então pude olhar sem problemas. Lá estavam dois homens amarrados com grossas correntes; ambos pareciam muito machucados.—Você não deveria estar aqui.O fôlego da pessoa atrás de mim bateu no meu pescoço. Engoli em seco e me virei lentamente. Um par de ferozes olhos cinzentos me observava.—Já estava indo —eu disse.Tentei fugir, mas ele segurou meu braço e impediu.—Sou Knut, o filho do homem que você assassinou —ele disse.Minhas pernas começaram a tremer. Eu sabia que iriam me machucar.—Eu só me defendi —respondi.Ele me s
Desta vez, Eirik realmente ficou comigo. Ele e eu estávamos deitados na cama, eu estava o mais longe que podia dele, de costas.— Eu quero te comer — ele me disse.Eu me virei para olhá-lo. Ele levou a mão à minha cintura e me puxou o suficiente para sentir seu calor. Sua mão desceu lentamente pela curva da minha cintura até meu traseiro.— Por que você diz que sou sua? — perguntei.Ele me puxou ainda mais perto.— Você é minha lua, minha companheira, temos um vínculo, e eu sei que você também sente — ele me disse.Eu não sabia o que responder, já que não entendia muito sobre o assunto, mas realmente sentia essa conexão da qual ele falava. Sentia sempre que ele estava perto, como agora. Queria me lançar sobre ele, esquecer tudo o que aconteceria se eu cedesse da maneira que ele desejava, me entregar a esse homem cruel que agora me olhava como se eu fosse a coisa mais bela do universo.— Diga que me deseja tanto quanto eu — ele pediu.Levantei minha mão e acariciei sua bochecha. Sim, e
Joguei-me na cama e olhei para o teto. Se eu fugisse correndo, eles me pegariam imediatamente, embora se... Levantei-me da cama e corri até a porta. Em seguida, comecei a tossir violentamente. A porta se abriu de imediato, me dando uma boa pancada no rosto. Caí no chão e comecei a chorar por causa da dor que estava sentindo.— Você está bem? — Eirik me perguntou, visivelmente preocupado.Levantei os olhos imediatamente. Era Eirik quem estava ali, ele parecia muito preocupado. Então chorei mais alto.— Dói muito — eu disse dramaticamente.Ele me ajudou a levantar e me sentou na cama. Inspecionou meu rosto e depois acariciou minha bochecha com cuidado.— O que você está fazendo aqui? Pensei que já tivesse ido — perguntei.Ele me olhou e respirou profundamente.— Tenho medo de te deixar sozinha e encontrar a surpresa de que você não está mais aqui, então decidi te levar comigo — ele explicou.Abri levemente a boca e depois me levantei da cama, me afastando dele.— Não. Você deve ir, eu m
Eirik e eu voltamos para o lugar onde estava o cavalo. Ali no chão, ele jogou um pedaço de pele. Eu rolei os olhos, mas não comentei nada.— Você não tem medo de que alguém venha atrás de nós? — perguntei.Ele me olhou e deu de ombros, parecia bastante despreocupado.— Que tentem, duvido muito que consigam comigo — me disse.Eu me aproximei dele e o empurrei; ele me olhou com a sobrancelha franzida.— Alguma vez te disseram o quão problemática você é? — perguntou.Eu assenti com a cabeça, lembrando das dores de cabeça que causei aos meus pais e à minha madrasta.— Estou aqui por ser problemática. Eu fiquei bêbada e dirigi um carro, quase me matei — disse, sorrindo.— Você é louca — ele disse.Eu me joguei sobre a pele e fui até Eirik.— Venho de um tempo onde vocês não existem, na verdade, são apenas um mito, nem falar das bruxas — disse, rindo.Ele se sentou ao meu lado e me observou.— Fale-me sobre isso — pediu.Eu me ajeitei e assenti. Comecei a falar sobre o meu mundo, sobre os c
La noite chegou, e com ela o frio. Eu estava tremendo, como era possível que ele dormisse tão tranquilamente com esse frio horrível? Olhei para ele e fiquei cheia de raiva. Tudo isso era injusto.Empurrei-o e ele resmungou; seus olhos se abriram e me olharam. Seus olhos azuis estavam brilhantes, pareciam duas estrelas.—Estou com frio —disse para ele.Ele se virou de lado, ignorando-me completamente. Eu lhe dei um soco no ombro e ele virou para me olhar.—Para de me incomodar —disse ele.Sentei-me e fiz uma cara de cachorro molhado. Ele se virou completamente, pegou minha mão e me puxou para ele. Eu bati contra seu peito. Eirik era muito quente, mas não o suficiente para tirar o frio horrível que percorria todo o meu corpo.—Você deveria fazer uma fogueira —sugeri.Eirik se virou comigo nos braços, ficando em cima de mim.—Você está me sufocando, pare de me incomodar e saia de cima —ordenei.Ele não se moveu nem um centímetro.—Saia de cima de mim já! —gritei para ele.Ele desceu e vo
O corpo de Eirik estava vermelho pelas queimaduras. Ele estava dormindo, parecia morto. A única coisa que me tranquilizava era ver seu peito subindo e descendo. Me aproximei e o toquei; ele estava queimando de febre. O que diabos realmente aconteceu naquele lugar? Minhas lembranças eram bem confusas.— Por favor, acorde — pedi.Estávamos longe demais para pedir ajuda, e eu também não podia deixá-lo aqui assim; ele estava mal e tudo era minha culpa. Comecei a chorar enquanto o observava deitado no chão, parecendo tão frágil. Como era possível que um homem de quase dois metros pudesse parecer frágil?— Eu não sei o que fazer, você deveria ser meu guia, por favor, acorde — supliquei.Mas ele não se mexeu. Levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro. Se ele morresse aqui, tudo acabaria, mas eu não suportaria que ele morresse, não conseguiria. Parei de repente e voltei a olhar para ele. As aulas que aquela velha me deu deviam servir para alguma coisa. Eu ia procurar algumas ervas
Me colocaram em uma sala escura e me jogaram no chão. A dor de cabeça que eu sentia era horrenda. Gateei um pouco para me afastar das pessoas que estavam falando, mas alguém me agarrou pelo tornozelo e me puxou com brusquidão. Meu queixo se chocou contra o chão.— Por favor, chega — supliquei entre lágrimas.As risadas encheram a sala. Eu me encolhi e fiquei quieta.— É verdade que você transava com meu irmão? — perguntou aquela voz sombria.Não respondi nada até que me viraram e abriram minhas pernas com brusquidão. Tentei afastá-lo, mas minhas mãos não tinham força suficiente para isso. Eu me sentia muito fraca e tonta.— Você é a puta dele? Iriam ajudar ele, não? — ele perguntou.Respirei fundo, tentando me acalmar, mas a dor que sentia misturada com o medo não me deixava.— Responda! — gritou.Eu chorei ainda mais. Estava morta de medo.— Vou te foder também — ele me disse.Suas mãos começaram a subir pelas minhas coxas. Tentei fechar as pernas, mas elas foram abertas com mais agr