10

Chegamos à beira-mar, e vários homens se aproximaram de nós, me olhando com curiosidade. Eirik me desceu e começou a conversar com os homens presentes. Até um momento atrás, eu não o via como um líder, mas vê-lo assim com todos aqueles homens, era óbvio que ele era... poderoso.

— Tiana, venha, temos que subir — me disse Eirik.

Eu neguei com a cabeça. Eu não queria ir, não sabia o que realmente me esperava naquele lugar.

— Temos que ir agora, ou seremos emboscados — ele disse.

Eu voltei a negar com a cabeça. Eu iria resistir o máximo que pudesse, talvez ele se cansasse e me deixasse ali.

— Se eu me aproximar, eu juro que te lançarei no barco e não me importarei nem um pouco se você quebrar algum osso — me ameaçou.

Eu encolhi os ombros. Os homens ao seu redor começaram a rir e a murmurar.

— Você está me fazendo passar vergonha diante dos meus homens — ele disse.

Eu voltei a encolher os ombros. Ele começou a caminhar em minha direção e eu corri. Sim, corri. Como uma estúpida, sendo capturada por ele instantaneamente.

— Pare de me irritar, e isso, Tiana, eu vou cobrar de você — ele disse ao meu ouvido.

Eirik me levou novamente ao local onde estávamos antes, me entregou a outro homem e este me carregou no ombro até a beira-mar, onde havia alguns botes.

O homem que me carregava não dizia uma palavra, mas seu aperto era firme. Eu podia sentir a tensão em seu corpo, como se ele estivesse preparado para qualquer coisa que eu tentasse. Quando chegamos a um dos botes, ele me depositou bruscamente no chão.

— Ei! — protestei, mas minha voz se perdeu no barulho do mar e no murmúrio dos homens.

Eirik subiu no bote atrás de mim e se sentou à minha frente, seus olhos fixos nos meus. Sua expressão era séria. Eu levantei o queixo e o olhei desafiadoramente.

— Por que você é tão difícil? — ele perguntou, com uma voz baixa, mas intensa.

Eu encolhi os ombros, e isso pareceu irritá-lo.

— Porque eu não sei em quem confiar. Não te conheço, e algo me diz que você é uma pessoa vil — respondi, tentando manter a voz firme.

— Talvez eu seja, mas acredite, até que eu consiga o que quero de você, não vou te deixar ir — ele disse.

— Então estaremos unidos para sempre, porque não vou te entregar nada do que você quer — disse decidida.

Eirik suspirou, passando a mão pelo cabelo. Ele parecia irritado, frustrado, e com vontade de me jogar no mar.

Ele indicou ao homem que começasse a remar. O bote deslizou pela água, afastando-se da beira-mar e adentrando o mar. Os homens conversavam em sussurros. Eu olhei de um lado para o outro, mas já não podia escapar, era muito tarde para isso, talvez tivesse sido mais inteligente da minha parte deixar que Ivar me queimasse como uma bruxa.

— Se eu não puder te dar o que você quer, você vai me matar? — perguntei.

Eirik virou-se para mim novamente.

— Temos uma longa viagem pela frente — disse ele —. Use esse tempo para descansar. Não para fazer perguntas idiotas — disse irritado.

Enquanto o bote avançava, eu me permiti relaxar, mesmo que fosse um pouco. Pouco a pouco, nos aproximávamos de um dos enormes navios de vela. Engoli em seco e aceitei o destino que me havia sido atribuído, mas uma coisa eu tinha certeza: eu jamais ajudaria nenhum deles a machucar alguém.

O bote bateu na lateral do navio, e uma grossa corda foi lançada; alguns homens começaram a subir, deixando Eirik e a mim por último.

— Suba — me ordenou.

Eu me aproximei da corda e olhei para cima. O navio parecia uma enorme montanha inalcançável. Respirei fundo e me agarrei à corda, começando a escalar com dificuldade. Escorreguei um pouco e voltei a pisar no chão do bote.

— Rápido — disse impaciente ao meu lado.

— Vá se ferrar — respondi com raiva.

Tentei novamente e, finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, cheguei à coberta do navio. Eirik subiu e me olhou.

— Siga-me — ordenou, sem me dar tempo para me recuperar.

Eu o segui pela coberta, minhas pernas tremendo pelo esforço e pelo medo. Fomos em direção a uma cabine na parte traseira do navio. Eirik abriu a porta e me empurrou suavemente para dentro.

— Esta será sua cabine — disse ele —. Estaremos no mar por vários meses, espero que saiba apreciar este espaço, e peço que não faça nada estúpido — me advertiu.

Olhei para ele com desdém, mas assenti. Não adiantava dizer nada, eu já estava ali, então tinha que resistir a tudo o que viesse.

Meses depois

A vista que nos recebia era espetacular. Este lugar era mágico. Como diabos o irmão de Eirik preferia estar na Inglaterra se tinha este pedaço de céu?

— Eu te disse que você iria gostar — ele disse ao meu ouvido.

Eu o empurrei para longe e o olhei com raiva. Esses meses no mar aberto haviam sido uma loucura completa. Ambos testamos nossa resistência, estivemos a ponto de nos matar como cães e gatos, mas ele sempre, de alguma forma, cedia um pouco para mim.

— Eu vou te foder assim que pisarmos em meu quarto — ele disse.

Eu comecei a rir descontroladamente. Embora eu o quisesse, não iria abrir minhas pernas para o homem que talvez fosse um genocida.

— Você está louco, mas vale sonhar — eu disse.

Ele se aproximou de mim, me pegou pela cintura e me aproximou de seu corpo. Eu, nesse tempo, havia me tornado bastante sensível à sua proximidade e isso era muito ruim.

— Eu te sonho todos os dias, nua e gemendo meu nome — ele disse ao meu ouvido.

Minhas pernas tremiam e meu sexo se apertou. A mera ideia de ter sua grande e grossa ereção dentro de mim me fazia ficar molhada.

— Posso sentir o quanto você está excitada, bruxinha — ele disse em um suspiro.

Eu o afastei de mim e dei um passo para trás, me afastando o máximo possível. Não era saudável para mim tê-lo tão perto.

O navio finalmente chegou ao porto. Os homens iam de um lado para o outro, amarrando cordas e preparando os botes para o desembarque. Eirik se aproximou de mim, com uma expressão mais relaxada do que de costume, mas seus olhos ainda refletiam aquela intensidade característica que me enlouquecia.

Eirik me pegou pelo braço, não com violência, mas com uma espécie de autoridade protetora. Caminhamos em direção à borda do navio, onde já haviam sido colocadas várias escadas de corda. Observei como os homens desciam com agilidade, como se já tivessem feito isso milhares de vezes.

— Desça com cuidado — me pediu Eirik. — Não quero que você quebre o pescoço depois de todo o trabalho que tive para te trazer aqui — ele disse.

Eu levantei o dedo médio e o fulminei com o olhar. Ele riu e me ajudou. Desci lentamente, sentindo o balanço da escada a cada movimento. Finalmente, meus pés tocaram o chão firme. Olhei ao redor, maravilhada, o vento frio batendo no meu rosto enquanto dava alguns passos para frente. Esse lugar era magnífico, de onde eu estava podia ver colinas verdes, era simplesmente lindo.

— Bem-vinda à minha casa — disse ele, estendendo um braço em direção à paisagem.

— É... lindo — admiti.

Eu o olhei e ele me sorriu, uma faísca de triunfo brilhando em seus olhos.

— Eu te disse que você iria gostar — respondeu com orgulho.

Não queria dar a ele o gosto de se gabar, então continuei andando, me afastando dele e de suas palavras.

— Não entendo como seu irmão mudou tudo isso — eu disse.

— O poder corrompe — ele respondeu.

Eu parei abruptamente e me virei para encará-lo.

— Você está falando isso também de si mesmo? — perguntei, desafiando-o com o olhar.

Eirik se aproximou lentamente, cada passo dele carregado de uma tensão palpável. Levantou meu queixo com delicadeza e aproximou seus lábios dos meus, deixando-os descansar ali, imóveis.

— Sim — respondeu em um sussurro.

Seus lábios, frios ao primeiro contato mas incrivelmente suaves, me fizeram estremecer. Eirik passou sua língua pela abertura da minha boca, abrindo caminho com uma sensualidade que me desarmou. Eu lhe permiti, entregando-me a esse toque exquisito que despertava todos os meus sentidos. Eu sabia muito bem que estar com ele dessa maneira era um erro monumental, mas naquele instante, a razão se desvaneceu.

Cada movimento dele, cada roçar de sua língua, era uma luta interna entre o desejo e a razão. Embora uma parte de mim gritasse para me afastar, outra parte se agarrava a ele, como se em seus braços eu pudesse encontrar algo que havia procurado por muito tempo.

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