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A Protegida do Don
A Protegida do Don
Por: Susan Clark
Prólogo: O Pacto das Sombras

A noite em Nápoles era quente, pesada, como se o próprio ar conspirasse para esconder segredos. As ruas estreitas e sinuosas do bairro antigo eram iluminadas apenas por faróis fracos, que lançavam sombras dançantes nas paredes de pedra. Era ali, no coração da cidade, que o poder verdadeiro se escondia, longe dos holofotes e das manchetes. A máfia não precisava de luz para governar; ela prosperava nas trevas.

Vittorio Moretti, conhecido como Il Fantasma — O Fantasma —, era um homem que personificava o silêncio mortal das sombras. Alto, de olhos frios como o aço e uma presença que paralisava até os homens mais corajosos, ele era o chefe indiscutível da família Moretti. Sua reputação era lendária: implacável, calculista e, acima de tudo, perigoso. Mas havia uma regra que ele nunca quebrava: nunca se envolver emocionalmente. Até agora.

Do outro lado da cidade, em um apartamento minúsculo e decadente, Isabella Rossi lutava contra o desespero. Aos 24 anos, ela já havia perdido a esperança de uma vida melhor. Seus avós, os únicos que a criaram, estavam doentes e sem recursos. O sistema de saúde italiano havia falhado com eles, e Isabella estava disposta a fazer qualquer coisa para salvá-los. Qualquer coisa.

Foi assim que ela acabou na frente do escritório de Vittorio Moretti, com um coração acelerado e uma proposta que poderia mudar sua vida — ou destruí-la. Ela não sabia o que esperar, mas sabia que não tinha escolha. A vida havia a empurrado para os braços do perigo, e ela estava prestes a descobrir que, às vezes, o diabo não vem com chifres e um tridente. Ele vem com um terno impecável e um sorriso que promete tudo, menos a salvação.

Capítulo 1: O Encontro

Isabella ajustou o vestido preto simples que havia escolhido para a ocasião. Era modesto, mas justo o suficiente para destacar suas curvas sem parecer vulgar. Ela não queria dar a impressão errada, mas também sabia que precisava causar algum impacto. Vittorio Moretti não era um homem que se impressionava facilmente.

O escritório dele ficava no último andar de um prédio antigo, mas reformado com um luxo discreto. Quando as portas do elevador se abriram, ela foi recebida por um homem alto e musculoso, de óculos escuros e um terno que parecia ter sido costurado sob medida para seu corpo imponente.

— A senhorita Rossi? — perguntou ele, com uma voz grave que não deixava espaço para questionamentos.

— Sim — ela respondeu, tentando disfarçar o tremor em sua voz.

— Siga-me.

Ele a conduziu por um corredor silencioso, até uma porta de madeira maciça. Antes de abri-la, ele a encarou por um momento, como se estivesse avaliando se ela era uma ameaça. Então, sem dizer uma palavra, ele abriu a porta e a deixou entrar.

O escritório era amplo, com uma vista deslumbrante da cidade à noite. Mas o que mais chamou a atenção de Isabella foi o homem sentado atrás da mesa. Vittorio Moretti era ainda mais impressionante pessoalmente do que nas fotos que ela havia visto. Seus olhos escuros a estudaram com uma intensidade que fez seu estômago embrulhar.

— Isabella Rossi — ele disse, seu sotaque italiano carregando cada sílaba como uma melodia perigosa. — O que me traz o prazer de sua visita?

Ela engoliu seco, sentindo o peso daquela pergunta. Sabia que não poderia vacilar. Cada palavra importava.

— Preciso da sua ajuda — ela começou, mantendo o olhar fixo nele. — Meus avós estão doentes, e eu não tenho dinheiro para pagar o tratamento. Ouvi dizer que você... ajuda pessoas em situações difíceis.

Vittorio inclinou a cabeça, um sorriso quase imperceptível tocando seus lábios.

— E o que você está disposta a oferecer em troca, Isabella?

A pergunta pairou no ar como uma faca afiada. Ela sabia que não havia volta. O que quer que ele pedisse, ela teria que aceitar. Mas o que ela não esperava era a resposta dele.

— Eu não quero seu dinheiro — ele continuou, levantando-se e caminhando em sua direção. — Eu quero você.

Isabella sentiu o ar faltar em seus pulmões. Ele parou a poucos centímetros dela, seu perfume envolvente e masculino a deixando tonta.

— Você será minha — ele sussurrou, sua voz um misto de ameaça e promessa. — E, em troca, seus avós terão tudo o que precisam. Mas saiba disso, Isabella: uma vez que você entrar no meu mundo, não haverá volta.

Ela olhou para ele, sentindo uma mistura de medo e algo mais... algo que ela não queria admitir. Antes que pudesse responder, ele inclinou a cabeça e capturou seus lábios em um beijo que foi tudo menos gentil. Era possessivo, dominador, e fez seu corpo tremer de uma forma que ela nunca havia experimentado.

Quando ele finalmente a soltou, ela estava sem fôlego, seus olhos procurando os dele em busca de respostas.

— A decisão é sua — ele disse, voltando para trás da mesa. — Mas não demore muito. Eu não sou um homem paciente.

Isabella sabia que sua vida nunca mais seria a mesma. E, de alguma forma, isso a excitou mais do que a assustou.

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