— Violet, por favor, vista-se. Precisamos sair. – A entrada abrupta de Dylan na biblioteca me assusta.— Boa tarde para você também! – Respondo sarcasticamente, sem desviar minha atenção do livro de magia.— Não podemos perder tempo com brincadeiras. – Sua voz denota pressa e nervosismo.Levanto os olhos, encontrando seu rosto tenso e agoniado, as linhas de preocupação evidentes, como se carregasse o peso de algo desconcertante.— Dylan, não vê que estou ocupada? Estou imersa no estudo desses antigos grimórios. – Volto minha atenção para as páginas do livro, mergulhada em meus pensamentos arcanos.Contudo, em um lamento frustrado, solto um grito abafado ao perceber Dylan apreendendo meu livro e depositando-o com cuidado na poltrona ao meu lado. Contrariada, desvio meu olhar para seu rosto, onde a agonia se revela em seus traços, como se carregasse um fardo invisível.— Você não entendeu direito, isso não é um pedido ou sugestão e sim uma ordem de seu Alfa. – O tom de Dylan é autoritár
O mistério do ritual pairava no ar, alimentando minha curiosidade, mas a reação desconfortável de Dylan indicava que aquele não era um assunto para questionamentos.Enquanto caminhávamos pela vila, Dylan recebia afeto caloroso. A admiração da alcatéia refletia sua liderança cuidadosa.— As pessoas realmente gostam de você, não é mesmo? – Comento, apressando o passo para acompanhá-lo.— Isso é apenas o resultado de ser um bom líder, um bom alfa. – Dylan responde, sem desviar o olhar do trajeto.Curiosa sobre nosso destino, questiono: — E para onde estamos indo?— Você vai me ajudar nas tarefas de hoje e a preparar as coisas para o ritual. – Dylan explica, auxiliando uma criança no processo. – Cuidado, Liam, você pode acabar se machucando desse jeitinho!Observo o pequeno Liam sorrir envergonhado antes de correr para longe.— Filhotes... sempre desastrados. – Dylan ri, observando a cena.A dedicação de Dylan à alcatéia se revela ao cumprimentar cada morador.— Não entendo... eu não tenh
Dylan bate na porta da casa de Alaric, alguns segundos se passam até que uma mulher a abra. Espera... eu me lembro dessa mulher, é a mesma que me acordou aquele dia.— Dylan, a que devo a honra de receber o Alfa? – Sua voz era carregada de animação.— Vim acompanhar a Violet, ela ficará algumas horas com a Ivy enquanto eu termino de organizar as coisas. – Dylan diz e me lança um breve olhar.Os olhos da mulher me analisam com entusiasmo, um sorriso surge em seu rosto ao perceber que eu a encarava de volta.— A Ivy irá amar a visita, ela não para de perguntar sobre a Violet. – A mulher olha para Dylan e ri. – Sabe como Alaric é, ele não a deixará sair tão cedo. A coitadinha está muito ansiosa esses dias.— Depois de tudo que aconteceu acho compreensível esse comportamento. – Dylan suspira. A mulher abre completamente a porta permitindo nossa entrada na casa, ela de Dylan conversavam sobre algo mas não conseguia prestar a atenção pois estava olhando ao redor. Estava tudo diferente, re
As palavras desesperadas de Ivy quebram meu coração. Eu sempre odiaria Eric pelo que fez com minha amiga e eu iria me vingar dele e todos que nos fizeram sofrer.— Eu não quero ser exilada... Alaric tem me mantido aqui presa para evitar que alguém descubra isso. Aqui na vila, apenas ele e você sabem do que o Eric fez comigo. – Ivy suspira olhando para o teto. – Alaric ficou furioso, destruiu toda a mobília da casa, e desde então está preso em seu laboratório... a única vez que ele me deixou chegar perto, ele disse que estava tentando arrumar um jeito de arrumar as coisas.Ivy olha em meu rosto e vejo a preocupação em seus olhos.— Tenho medo do que isso significa... sei que Alaric ficou transtornado com tuda essa situação. Não quero que ele faça alguma besteira. – Ivy confessa enquanto olha em meus olhos.Passei todos esses meses em que estive trancada no castelo de Klaus estudando os livros antigos, especialmente sobre magia. Na época não entendia muito sobre e nem encarava isso como
O silêncio que se instala após minha revelação paira no ar, preenchendo o quarto com uma tensão palpável. Os olhos de Ivy permanecem fixos em mim, sua expressão um misto de incredulidade e perplexidade.— Espere, você está dizendo que seu pai é o primeiro lobo criado? Então ele seria o lobo alfa original? Ele é o Rei dos lobos? – Ivy pergunta, ainda tentando processar a informação.Assinto nervosamente, sentindo o peso da revelação sobre meus ombros. Ainda é difícil acreditar que meu pai não era um humano.— Como isso é possível?– Ivy sussurra, como se temesse que alguém pudesse nos ouvir.Seus olhos se arregalam e Ivy segura os meus ombros com firmeza.— Violet, eu acho que a profecia devia estar falando de você! Se seu pai é o primeiro lobo, ele é o Rei dos lobos, não acha? – Suas palavras são apressadas e seus olhos se movem agitados.A sugestão de Ivy atinge minha mente como um raio, deixando-me perplexa diante da possibilidade que ela apresenta. Seu entusiasmo é palpável, e seus
Paramos em frente à saída da vila, e eu olho confusa para Alissa, que aponta em direção à floresta.— Dylan está alguns metros à frente, cortando madeira para a fogueira. – Ela indica o local na floresta.— Mas... é seguro? – Gaguejo, lembrando do meu sequestro pelos vampiros.— Pode ficar tranquila. Estamos em nosso território, e ninguém a fará mal. Apenas siga em linha reta por alguns metros, e encontrará o Alfa. – Alissa sorri de maneira reconfortante. – Não posso deixar Ivy sozinha, senão a acompanharia.— Tudo bem... obrigada. – Sorrio envergonhada.Alissa se despede e volta a caminhar em direção ao interior da vila. Suspiro ao observar a floresta antes de iniciar minha jornada para dentro dela. Avanço alguns metros na densa vegetação, e o som do machado de Dylan se torna cada vez mais audível.Sigo o som por alguns minutos até encontrar Dylan cortando madeira. O Alfa, sem camisa, exibe seu peitoral definido, segurando firmemente o machado acima da cabeça. Com velocidade, seus br
— Aquele desgraçado tinha a sua irmã todo esse tempo? Ela não havia morrido? – Dylan questiona confuso.Era complicado demais, mas sabia que eu deveria revelar a ele toda a verdade, inclusive, minha origem. Seria melhor assim, eu estava com medo de sua reação, mas sabia que precisava contar a ele a verdade, ainda mais sabendo sobre a profecia e como eu posso ter estragado seu futuro.— Ela foi transformada em vampira... Klaus a levou como um trunfo. – Minha voz é baixa.— Trunfo? Do que você está falando? Não vejo o que o Rei dos Vampiros pode querer com você, uma humana. – Dylan diz confuso.— Dylan, você mesmo sabe que não é verdade, que eu não sou uma humana. Desde o início você sentiu isso em mim. – Minha voz sai baixa, como um sussurro envergonhado.— Você sempre negou, dizia que eu estava errado e seus pais eram humanos. Violet, que merda está acontecendo aqui? – Sua voz era impaciente.Tiro suas mãos do meu rosto e olho para o chão tentando tomar coragem. Eu sabia que qualquer
Sua respiração quente em meu rosto provocava arrepios. Um lobo preto gigante me encarava com seus olhos cor de mel, os mesmos olhos de Dylan. Era assustador e fascinante ao mesmo tempo perceber que aquele lobo imponente era o Alfa, era o próprio Dylan. Ele era gigantesco, o dobro da minha altura, algo surreal; nunca antes havia presenciado um lobo tão majestoso e imponente. Seu pelo negro reluzia com a luz da lua, tornando-o ainda mais magnífico.Ele estava sentado, observando-me com uma intensidade que fazia parecer que seus olhos cor de mel podiam ver minha alma. Receosa, estendo minha mão, tocando sua pelagem. Dylan me observa atentamente, como se tentasse decifrar meus pensamentos e sentimentos. Seu pelo é incrivelmente macio, proporcionando uma sensação reconfortante, como a de acariciar um bichinho fofo que desperta o desejo de abraçar. No entanto, em vez da fofura, há apenas sua imponência e tamanho assustador. Sinto-me intrigada na mesma medida em que estou intimidada diante da