Corro para fora da casa, ignorando os gritos de Ivy. A vila se estendia à minha frente, completamente vazia. Olho ao redor em desespero, tentando encontrar o local onde acontecia o ritual. Maldição, essa vila era enorme, e eu não conhecia absolutamente nada aqui. Meu coração acelerado ecoava em meus ouvidos, sentindo o desespero me consumir a cada passo. Cada segundo conta, e a urgência de encontrar Dylan antes que algo ruim o aconteça domina meus pensamentos.Respiro fundo, tentando acalmar meu coração acelerado. Olho ao redor, e ao longe, avisto um grande portão de ferro que leva a uma área desconhecida da vila. É o único lugar que nunca explorei antes. Uma certeza surge em minha mente: alí com certeza é o local do ritual. Sem hesitar, começo a correr em direção ao portão, cada passo aumentando a urgência de chegar antes que seja tarde demais para impedir a humilhação de Dylan. O desespero impulsiona meus movimentos.— Parada, humana! – A voz grave de um homem ec
Sou arrastada para longe da fogueira, as vozes e sons festivos se distanciando. Sabia que, se saísse pelos portões, não teria chance de voltar, e o destino de Dylan estaria selado.Meu casaco rasga, a unha do homem corta minha pele, e com um movimento brusco, me liberto de suas mãos. Corro de volta pelo caminho de pedra em direção ao ritual, ignorando a dor pulsante em meu braço. Cada passo é impulsionado pelo desespero, consciente de que o tempo está se esgotando, e cada segundo nos aproxima do inevitável fim. A visão do ritual, agora obscurecida pela distância, torna-se meu único foco enquanto meu coração bate descompassado.A fogueira surge em meu campo de visão, corro em sua direção, e os moonhowlers percebem minha presença. Dylan me olha assustado, estico meu braço em sua direção, ansiosa para alcançá-lo. Antes que eu o alcance, um grande lobo cinza pula sobre mim, cravando seus dentes em meu braço e quebrando-o instantaneamente. Meu grito de dor ecoa pela área restrita, e o sang
— Você só pode estar brincando! Eu sou uma princesa legítima, filha do rei caspian, o Alfa de minha alcatéia. – Uma mulher se aproxima e me olha de cima a baixo com desdém. – Não é uma humana sarnenta que irá tirar o meu lugar por direito!Alaric a olha sem interesse e um sorriso sarcástico surge em seus lábios.— Jenna, não é você que escolhe alguma coisa e sim os espíritos! Você pode ser a filha do alfa em sua alcatéia, mas aqui não passa de uma convidada comum, então, só fale quando for autorizada por mim ou pelo Alfa. – O tom tranquilo de Alaric deixa a mulher furiosa. Ela volta ao seu lugar e me lança um molhar mortífero.— Precisamos tirar a prova disso. Não podemos ficar apenas em achismos. – Uma outra mulher diz, próxima a Jenna. – Sei que sou apenas uma princesa convidada aqui, mas assim como você, apenas quero que a profecia se cumpra, mesmo que eu não seja a escolhida. Isso dará fim as dores de nosso povo. Então, acho prudente a menina humana e o Alfa participarem do ritual
O ritual desenrolava-se conforme o esperado, com cada Moonhowler depositando na fogueira um objeto significativo dado por seus pais ao nascer. Meu coração palpitava com ansiedade; eu não possuía nada além do meu colar para contribuir. Contudo, a incerteza pairava sobre mim: o que aconteceria com meus poderes se eu lançasse meu colar na fogueira? E quanto ao Mago Supremo que residia dentro do pingente?— Violet, é a sua vez. – Uma Moonhowler diz timidamente. Seus olhos me observavam curiosos.— Eu... eu não tenho nada para jogar. – Menti temendo que acreditassem.— Mas e o colar que seu pai te deu? – Alaric pergunta do outro lado do círculo que rodeava a fogueira.Dylan me olhava com preocupação e ao mesmo tempo temeroso pelo meu estado; sentia-me zonza devido à perda de sangue. Respirava ofegante, e meu corpo estava suando frio, mas não podia parar; precisávamos saber a verdade, se eu era a princesa prometida ao Alfa.— Violet? Você não está se sentindo bem. – A Moonhowler fala com pr
A escuridão envolveu meus sentidos, formando um véu que me isolava do mundo ao meu redor. Era como se estivesse flutuando em um vazio silencioso, sem perceber o tempo que passava. De repente, uma sensação estranha tomou conta de mim, como se estivesse sendo puxada para fora desse torpor. Minha mente começou a emergir, e lentamente pude perceber contornos difusos ao meu redor.Abri os olhos com dificuldade, sentindo-me desorientada e fraca. O ambiente era branco e brilhante, o que contrastava fortemente com a penumbra que eu estava acostumada. Máquinas emitiam sons suaves, e o aroma de desinfetante impregnava o ar. Olhei em volta, tentando entender onde estava, mas tudo parecia turvo e desconexo.Aos poucos, detalhes começaram a se formar. Camas alinhadas, cortinas brancas e pessoas vestidas em uniformes que eu não reconhecia. A ficha demorou a cair, mas quando percebi, meu coração acelerou com uma mistura de confusão e apreensão. Eu estava em um hospital, um lugar que há muito tempo n
Encaro meu reflexo no celular, observando as mudanças que transformaram completamente minha aparência. A sensação de não reconhecer a pessoa refletida na tela intensifica a estranheza de toda essa situação. O toque suave da enfermeira interrompe meus pensamentos.— Você foi encontrada com ferimentos graves no braço, uma hemorragia intensa. Parece que foi atacada por um animal grande. Se tivéssemos demorado mais alguns segundos para te encontrar, as coisas poderiam ter sido muito diferentes. Você teve muita sorte. — A enfermeira compartilha, sua expressão revelando uma genuína preocupação.Agradeço, devolvendo-lhe o celular, enquanto a perplexidade sobre a atitude de Dylan me assombra. Como ele pôde me deixar sozinha no estacionamento? Eu poderia ter morrido e ele simplesmente me deixou lá, sozinha na neve sangrando até morrer. Como ele pode? Um nó se formou em minha garganta e a vontade de chorar toma conta de mim. Estava sozinha novamente... ele havia me abandonado como se eu não fos
Caminhei por horas, meus passos ecoando pelas ruas desconhecidas da cidade. Meus pés doíam, mas eu não podia parar. A parte baixa da cidade parecia um labirinto, cheia de luzes e movimento, mas eu me sentia uma estranha entre todos aqueles rostos desconhecidos. A cada esquina, eu esperava encontrar respostas ou talvez um sinal de algo familiar, mas tudo o que encontrei foram prédios altos e pessoas apressadas.Finalmente, encontrei uma lanchonete modesta, um lugar que parecia acolhedor o suficiente para uma parada rápida. Entrei, sentindo o calor do ambiente contrastar com o frio cortante lá fora. Meu estômago roncou, lembrando-me de que, apesar de todas as incertezas, eu ainda era humana e precisava comer.Escolhi uma mesa discreta, observando os outros clientes enquanto me sentava. O aroma tentador de comida preenchia o ar, aumentando minha fome. Um cardápio plastificado estava sobre a mesa, e meus olhos cansados percorreram as opções. Decidi por algo simples, algo que não me fizess
Algumas horas se passaram, a lanchonete estava vazia, as últimas mesas sendo limpas enquanto Leo me chamava para conversar. Nos sentamos em uma mesa, a atmosfera mais relaxada após o movimento do almoço.Leo olhou para mim com curiosidade, seu sorriso amigável presente.— Então, Jane, de onde você veio? E o que aconteceu com o seu braço? — Ele perguntou, sua expressão preocupada.Eu não poderia contar a ele a verdade, ninguém poderia saber minha verdadeira história ou passado. Quem iria acreditar que sobrevivi ao ataque de um vampiro e vivi meses entre lobisomens? Eu seria presa e culpada pelo assassinato de minha família. Seria tachada como louca e ninguém intercederia por mim. Acho melhor assumir a identidade e história que a enfermeira me deu. No fim das contas, eles terem me dado um nome falso foi a melhor coisa que puderam fazer por mim. Agora não seria mais Violet Hathaway e sim Jane Doe, uma mulher humana sem passado e com um futuro como ajudante de cozinha e faxineira nas hora