— Minha cara mestiça, é bom vê-la novamente. – Um sorriso sarcástico surge em seu rosto. – Vejo que o seu tempo nos aposentos lhe fez bem.Mordo minha bochecha internamente, tentando controlar minha raiva. Não deixaria Klaus me afetar; eu deveria ser mais calma, uma pessoa tão fria e astuta quanto ele.— Você está radiante nesse vestido. Venha, se aproxime! – O sorriso em seu rosto aumenta à medida que adentro seus aposentos.As palavras de Patrícia ecoavam em minha mente; eu deveria ser fria agora, por Sarah, por Ivy e, acima de tudo, por mim.— Agradeço sua hospitalidade, Meu Rei. – Faço uma referência segurando a saia de meu vestido.Seu olhar surpreso era cômico, quase me causando uma risada. Abaixo minha cabeça em referência, escondendo minha expressão triunfante.— Se me permite, você também está muito bem em seus trajes. – Digo, me sentando na poltrona.Klaus me olhava surpreso. Nem precisava ser vidente para saber que em sua mente havia um monte de perguntas, como se um pequen
Os olhos de Klaus me fitam com luxúria, revelando seu desejo ardente, sua vontade de me ter em sua cama. Um arrepio percorre meu corpo, e o mal-estar cresce ao imaginar suas mãos tocando-me; a ânsia já se manifesta só na ideia.— Estou ficando cansada. – Sorrio, sem alegria. – Com sua permissão, gostaria de ir aos meus aposentos e me recolher.— Você não irá a lugar nenhum. – Seu sorriso diabólico emerge.Meu coração bate acelerado, o enjoo toma conta de mim. Era parte do plano agradá-lo, mas a simples ideia de tê-lo comigo causava náuseas. Esse homem era um monstro, e o ódio que eu sentia por ele era profundo.— Estou um pouco indisposta. – Levanto-me.Patrícia lança-me um olhar de reprovação, mas não consigo ser forte; não me deitaria com esse monstro.— Violet, Violet, Violet. – Ele bate palmas lentamente. – Que bela atuação de adoração e coragem.Suas palavras me paralisam. Ele notara minhas intenções? Klaus percebera meu plano, ou eu inadvertidamente lhe fornecera uma pista?— At
E por todos os dias, durante treze meses, eu lhe dei meu sangue. Klaus não parecia desconfiar, sempre apreciava uma xícara de meu sangue diariamente durante as noites, como um ritual. Já era algo esperado entre nós; o sol caia, eu jantava em meus aposentos, depois Patrícia vinha me ajudar a me preparar, retirava um pouco do meu sangue, o suficiente para encher uma xícara, e depois pingava algumas gotas de sua poção, ai eu ia até os aposentos de Klaus, onde ele bebia a xícara e depois de uma longa e tediosa conversa, eu podia ir até a biblioteca, onde estuda os livros sobre feitiçaria e poções. Eu não via a Sarah desde o dia que descobri que ela estava viva, Klaus a mantinha em segredo, escondida. Mas, nós trocávamos cartas as escondidas, com a ajuda de Kristen, uma das amigas de Patrícia e participante de seu antigo clã.Ivy por sua vez, vez ou outra ia em meus aposentos, Klaus estava começando a permitir nossa interação novamente. Ele estava considerando aceitar meu pedido de deixá-
— Estou dizendo, Eric está escondendo alguma coisa. – Digo, andando de um lado para o outro no quarto.— Também estranhei essa chegada repentina dele, ainda mais indo à biblioteca. – Patrícia comenta, observando-me. – Ele não é um homem que gosta de ler livros, especialmente em latim.— Esse livro era sobre lobisomens. Algo me diz que algo está acontecendo por baixo dos panos. Abordei brevemente o Klaus sobre Eric, e ele parecia não saber de nada, nem mesmo que ele havia chegado no castelo. – Paro meus passos e a encaro. – Isso está cheirando mal. Aposto que tem uma coisa muito importante por trás disso, já que ele está escondendo de Klaus.— E o que você sugere que façamos? – Patrícia pergunta enquanto guarda os vestidos no guarda-roupa.— Preciso arrumar um jeito de me aproximar mais dele, uma forma de ficar mais próxima... não sei, acho que eu teria que conquistar a confiança dele, mas não consigo pensar em uma forma. – Minha voz sai em um tom vago enquanto ando pelo quarto.— Pode
Entro em meu quarto correndo, sentindo meu coração disparar. Que diabos havia sido aquilo? Do que eles estavam falando? Eu descobrir quem eu era de verdade? Céus, isso estava cada vez mais confuso.Todos diziam que eu não era humana e sim mestiça de um lobo com outra espécie, mas, será que era disso que Caleb e Eric tinham tanto medo? Olho para a cama vendo o envelope que Patrícia me entregou hoje mais cedo.— Certo... irei ler isso. – Sussurrei tentando tomar coragem.Ando em direção a cama e me sento cruzando minhas pernas. Com as mãos trêmulas, pego o envelope e o abro."Livros indicados: A origem da bruxaria. O início dos tempos: a história do mundo. Bha-Aar: Fúria dos Magos"Céus, ela preparou duas folhas com livros que deveria ler? Mas e o tal resumo que ela havia feito? Suspiro frustrada me lembrando de que Patrícia havia levado embora aquele envelope e deixado esse. Eram apenas as sugestões, eu teria que me virar por conta própria.Deito em minha cama e sinto minha cabeça b
No princípio, existia apenas a luz, e antes dela, a magia negra permeava o cosmos. Antes do surgimento do primeiro humano, a terra era um solo repleto de energia mágica, um solo amaldiçoado. Até que os primeiros humanos vieram e, com isso, estabeleceu-se um equilíbrio cósmico; a energia mágica quase foi extinta, mas persistia. Desse cenário, nasceram os primeiros humanos com poderes mágicos.Os humanos logo perceberam suas diferenças e os rejeitaram, expulsando-os de suas comunidades e forçando-os a procurar abrigo longe de suas aldeias. As criaturas, por sua vez, foram contaminadas pela arrogância e superioridade, desenvolvendo uma insaciável necessidade de poder. Autodenominaram-se Magos Supremos e decidiram abandonar qualquer vínculo com os humanos, inclusive seus corpos físicos, transformando-se em seres de energia.Esses magos jamais se assemelharam aos humanos; desprovidos de sentimentos ou empatia, tornaram-se imortais, e apenas um Mago Supremo era capaz de eliminar outro de s
Ivy entra no quarto me surpreendendo, o livro cai de minha mão e eu o empurro com o pé para baixo da cama. Por algum motivo sentia que não devia revelar sua existência a Ivy ou qualquer coisa sobre o texto que eu havia lido.— Violet? Seu rosto está pálido. Aconteceu alguma coisa? – Ela pergunta se aproximando de mim.Minha respiração estava descompassada e eu sentia as paredes girarem ao meu redor. O enjôo toma conta de mim e a ânsia de vômito me faz correr em direção ao banheiro.Sinto as mãos de Ivy segurarem meu cabelo enquanto o conteúdo do meu estômago sai de meu corpo. Sentia como se todo meu corpo estivesse se desfazendo deixando apenas um rastro de destruição em meu trato digestivo.— Violet, vou chamar a Patrícia, ela vai preparar algo para esse enjôo. – Ivy diz cautelosa ao ver meu estado deplorável.Dou descarga no vaso e engatinho em direção a banheira apoiando minhas costas. Ivy me olhava com aflição, não precisava ler mentes para saber que ela estava verdadeiramente pre
— Violet, apenas vamos embora daqui. Você não ouviu o livro? Sou a única pessoa nesse lugar que não lhe quer mal! – Ivy sussurra próximo ao meu rosto.— Eu não posso, não posso simplesmente abandonar a Sarah. Ela é a minha irmã gêmea, minha família! – Meus voz fica embargada. – Eu não posso perder ela outra vez.— Vamos embora daqui e depois voltaremos para resolver isso. – Ivy segura minhas mãos. – Por favor, não me faça ter que ir sozinha.O vento frio do jardim gelava nossos corpos dando ao ambiente uma sensação de urgência. As gotas de chuva abafavam o som de nossa conversa, impedindo que quaisquer criatura conseguisse nos localizar.O Livro havia dito para virmos ao jardim, as flores nas árvores esconderiam nosso cheiro e o som da tempestade tornaria impossível que nos localizassem, mesmo eles tendo os sentidos mais aguçados que os dos humanos.Ivy localizou uma forma de conseguirmos fugir subindo pela árvore, mas, eu tinha medo. Sabia que se eu fizesse isso, eu estaria deixando