Ivy entra no quarto me surpreendendo, o livro cai de minha mão e eu o empurro com o pé para baixo da cama. Por algum motivo sentia que não devia revelar sua existência a Ivy ou qualquer coisa sobre o texto que eu havia lido.— Violet? Seu rosto está pálido. Aconteceu alguma coisa? – Ela pergunta se aproximando de mim.Minha respiração estava descompassada e eu sentia as paredes girarem ao meu redor. O enjôo toma conta de mim e a ânsia de vômito me faz correr em direção ao banheiro.Sinto as mãos de Ivy segurarem meu cabelo enquanto o conteúdo do meu estômago sai de meu corpo. Sentia como se todo meu corpo estivesse se desfazendo deixando apenas um rastro de destruição em meu trato digestivo.— Violet, vou chamar a Patrícia, ela vai preparar algo para esse enjôo. – Ivy diz cautelosa ao ver meu estado deplorável.Dou descarga no vaso e engatinho em direção a banheira apoiando minhas costas. Ivy me olhava com aflição, não precisava ler mentes para saber que ela estava verdadeiramente pre
— Violet, apenas vamos embora daqui. Você não ouviu o livro? Sou a única pessoa nesse lugar que não lhe quer mal! – Ivy sussurra próximo ao meu rosto.— Eu não posso, não posso simplesmente abandonar a Sarah. Ela é a minha irmã gêmea, minha família! – Meus voz fica embargada. – Eu não posso perder ela outra vez.— Vamos embora daqui e depois voltaremos para resolver isso. – Ivy segura minhas mãos. – Por favor, não me faça ter que ir sozinha.O vento frio do jardim gelava nossos corpos dando ao ambiente uma sensação de urgência. As gotas de chuva abafavam o som de nossa conversa, impedindo que quaisquer criatura conseguisse nos localizar.O Livro havia dito para virmos ao jardim, as flores nas árvores esconderiam nosso cheiro e o som da tempestade tornaria impossível que nos localizassem, mesmo eles tendo os sentidos mais aguçados que os dos humanos.Ivy localizou uma forma de conseguirmos fugir subindo pela árvore, mas, eu tinha medo. Sabia que se eu fizesse isso, eu estaria deixando
Derrepente, o jardim se enche por guardas do castelo, eles se aproximam com rapidez.— Violet, socorro! – Ivy grita enquanto é arrastada por um dos guardas.Minha mente parece ficar bagunçada com tantos acontecimentos ao mesmo tempo. Sinto meus braços queimarem assim como meus olhos, um calor começa a percorrer meu corpo.Os movimentos dos guardas ficam devagar, como se estivessem em câmera lenta. Olho para o céu vendo as gotas de chuva caindo tão devagar que pareciam imóveis.Então era assim que um Mago Supremo enxergava o mundo? Assim que uma criatura cheia de poder mágico conseguia nos ver?Os meus movimentos são tão precisos e rápidos que lembravam uma dança coreografada. Minha mão é envolvida por uma chama dourada, era como se eu não controlasse meus movimentos e sim algo divino. Em um soco, minha mão atravessa a barriga do guarda a causando um grande buraco em seu abdômen.Em um piscar de olhos, vejo todos os guardas caídos no chão com seus corpos destruídos. A essência do mago
Sinto leves batidas em meu rosto, meu corpo sendo erguido. O que estava acontecendo? Por que eu não conseguia abrir meus olhos?— Violet? Violet? – Uma voz familiar me chama nervosa.— Pelo relato de Ivy, ela sofreu algum tipo de encantamento, suas energias foram totalmente usadas na resistência dele. – Uma outra voz masculina diz mais calma.Essa voz... eu a conhecia de algum lugar. Não conseguia me lembrar de nada, meus ouvidos zumbiam, dificultando ainda mais minha compreensão e concentração nas palavras. A agonia de não conseguir mover meu corpo crescia a cada segundo, dando-me a sensação de estar encarcerada. Não conseguia falar, abrir os olhos ou sequer pronunciar alguma coisa. Era horrível.— Ela está acordada? Ela está bem? – A primeira voz masculina diz apressada.— Se acalme, Dylan. Ela ficará bem. – Uma voz feminina soa gentil.Dylan? Era ele que estava me segurando? Então ele realmente estava vivo? Sinto as lágrimas molharem meu rosto, enquanto um pequeno filme de todos os
Meu corpo é deitado na cama com delicadeza, sinto seu peso sobre meu corpo, minhas mãos passeiam pelas suas costas por debaixo da camisa causando arrepios em sua pele.Era como um sonho tê-lo novamente em minha presença, parecia algo tão surreal vê-lo vivo depois de tanto tempo convivendo com a dor causada pela sua suposta morte.Meus dedos se afundam em sua pele, como se estivesse tentando me certificar de que não fosse mais um de meus sonhos. Minhas unhas afundam em sua pele e um pequeno gemido dolorido escapa de seus lábios.O cheiro de sua pele era tão atrativo e sedutor, estava embriagada em meio aos seus braços.Os lábios de Dylan deslizam para o meu pescoço traçando beijos quentes e molhados por toda sua extensão, minha pele se arrepia com seus toques gentis e cautelosos. Cada movimento de Dylan era tão cauteloso, tão gentil, mostrando sua preocupação e carinho comigo, diferente de seu jeito bruto que sempre teve comigo.O peso reconfortante de Dylan sobre meu corpo cria uma se
O som da tempestade ecoa suavemente, preenchendo o quarto com uma melodia reconfortante. Meus olhos se ajustam à escuridão, revelando um ambiente sereno e familiar. Ao estender minha mão pela cama, encontro a solidez reconfortante de braços fortes, um eco do que transpirou entre nós.A realidade da noite anterior se desenha diante de mim, dissipando qualquer dúvida que pudesse persistir. Dylan estava vivo, e agora nada mais iria nos separar novamente.Ao passo que minha mão percorre a cama, as lembranças ressurgem, tingindo minhas bochechas com um calor suave. Um sorriso se forma naturalmente em meu rosto, uma expressão que reflete a doçura da noite passada e a confirmação de que, de fato, nossos caminhos se cruzaram novamente.Dormindo na cama, o rosto de Dylan era sereno, tão belo quanto o de um anjo. Mal podia acreditar... ele realmente estava aqui e tudo isso era real.— Você já acordou? – Sua voz rouca me assusta.— Pensei que você estava dormindo, desculpa. – Ri envergonhada.—
Saio do chuveiro e em passos rápidos corro para meu roupão. Estava extremamente frio hoje, pelo jeito uma nevasca estava se aproximando.Volto ao quarto sentindo meu corpo congelar, precisava urgentemente de um chocolate quente e roupas de frio. Vejo Ayla saindo do closet e instintivamente me encolho com medo de sua reação ao me ver no quarto de seu irmão.— Violet... então é verdade. – Seus olhos me analisam da cabeça aos pés.— Eu... eu voltei. – Sorri sem graça me aproximando.— Disso eu já sabia. Eu estava lá quando Ivy retornou pedindo por nossa ajuda, mas tive que ficar para proteger a alcatéia. – Ayla me olha de forma intensa. – Só não sabia que era verdadeira as minhas suspeitas sobre a conexão.— Conexão? – Minha voz era carregada de confusão.— Impressionante como a cada palavra que sai de sua boca sinto cada vez mais desprezo por sua existência medíocre. – Os olhos de Alya brilham com seu ódio por mim.Não entendia o motivo de sua implicância comigo, desde que me viu pela p
— Violet, por favor, vista-se. Precisamos sair. – A entrada abrupta de Dylan na biblioteca me assusta.— Boa tarde para você também! – Respondo sarcasticamente, sem desviar minha atenção do livro de magia.— Não podemos perder tempo com brincadeiras. – Sua voz denota pressa e nervosismo.Levanto os olhos, encontrando seu rosto tenso e agoniado, as linhas de preocupação evidentes, como se carregasse o peso de algo desconcertante.— Dylan, não vê que estou ocupada? Estou imersa no estudo desses antigos grimórios. – Volto minha atenção para as páginas do livro, mergulhada em meus pensamentos arcanos.Contudo, em um lamento frustrado, solto um grito abafado ao perceber Dylan apreendendo meu livro e depositando-o com cuidado na poltrona ao meu lado. Contrariada, desvio meu olhar para seu rosto, onde a agonia se revela em seus traços, como se carregasse um fardo invisível.— Você não entendeu direito, isso não é um pedido ou sugestão e sim uma ordem de seu Alfa. – O tom de Dylan é autoritár