O crepitar da lareira proporcionava uma atmosfera acolhedora, enquanto Leo e eu nos acomodávamos perto do fogo numa noite fria. O silêncio era interrompido apenas pelo estalar ocasional da madeira queimando.— Jane, tenho pensado sobre tudo isso. Sinto muito pela desconfiança anterior. Podemos seguir em frente sem esses olhares acusadores. — Leo quebrou o silêncio, seus olhos buscando compreensão nos meus.— Agradeço, Leo. A amnésia é confusa, e eu mesma estou tentando entender tudo. — Respondi, tentando manter a vulnerabilidade em minha expressão.Leo assentiu, parecendo aliviado pela possibilidade de deixar as tensões para trás.— Não quero que pense que duvido de você. É só que tudo isso é estranho, né? Uma criança tentando te salvar, as câmeras que falharam... é um quebra-cabeça complicado. — Leo expressou seus pensamentos, seus olhos ainda examinando os meus em busca de respostas.— Compreendo, Leo. É um mistério que até eu estou ten
Dias se passaram tão rápidos que mal os lembrava. Já havia feito a cirurgia de reconstrução da pele. A ferida emocional continuava a arder, mas a rotina diária e a companhia de Leo ajudavam a acalmar as tormentas interiores.Leo, com sua paciência e compreensão, se tornou um refúgio inesperado. Sua presença suavizava as arestas afiadas da solidão que eu enfrentava. Conversas casuais, risadas compartilhadas e pequenos gestos de bondade começavam a desenhar uma nova tela em meu mundo, contrastando com as sombras do passado.A cada dia, eu me permitia abrir um pouco mais para a possibilidade de uma vida além das traições e decepções. Os passeios pela cidade coberta de neve, as tardes na lanchonete e até mesmo as sessões de fisioterapia tornavam-se pequenos raios de luz rompendo as nuvens escuras que pairavam sobre mim.O gesso em meu braço era um lembrete constante da batalha física que travava, mas também simbolizava a força recém-descoberta para superar adv
Dylan KomnenosUm ano antesNoite do ritual— A lua está em seu ápice, em breve os moonhowlers vão despertar seus desejos por acasalamento e esse lugar virará um caos! – Alissa diz enquanto me ajuda a arrumar a fogueira.— Eu não deveria ter me transformado agora... está realmente dificultando as coisas. – Falo provocando a risada de Alissa.Alissa era como uma irmã pra mim, sabia que ela nutria sentimentos por Alaric desde que éramos muito pequenos, mas, meu irmão sempre foi muito lento para perceber qualquer interesse por ele. Às vezes sentia vontade de chacoalhar Alaric e gritar para ele abrir os olhos; Alissa fazia de tudo pelo beta, e ele ainda não havia notado suas intenções.— Você gosta da humana, não é? – Alissa pergunta colocando mais uma pedra em volta da fogueira.— Eu? – Minha voz é surpresa.Não sei porque, mas sua pergunta me deixou envergonhado e o meu coração acelerou como cavalos de corrida.Alissa me olhou com um sorriso divertido, como se pudesse enxergar através d
Dylan KomnenosUm ano antesNoite do ritualAo observar Violet adormecida, sua beleza era como a de um anjo em repouso. Alissa não estava errada; eu estava profundamente apaixonado por ela, disposto a sacrificar tudo por essa mulher. Profecias e posições perderiam seu significado se ela dissesse que me aceitaria; eu abandonaria tudo para compartilhar a vida ao lado dela. Bastava ela dizer que me aceitava... Bastava Violet afirmar que também sentia o mesmo por mim e que não se importava em largar tudo; eu a seguiria até o fim do mundo, iria para qualquer lugar, qualquer país, qualquer cidade, desde que eu pudesse tê-la.Violet abre os olhos lentamente e me estuda em silêncio, com uma expressão sonolenta. Seus grandes olhos cor de mel focam em meu rosto.— Voltou. – Sua voz sai como um sussurro rouco devido às horas dormidas.— Cheguei há alguns minutos. – Minha voz é sedutora.Ela observa ao redor, percebendo que estamos em um ambiente diferente do qual ela havia dormido. Até onde se
Dylan KomnenosUm ano antesNoite do ritual— Dylan... – Meu nome soa como um gemido dolorido ao penetra-la.— Não irei me controlar, pequena. – Digo com um sorriso diabólico ao vê-la se contorcer na cama.Violet sorri maliciosa, seus olhos brilham e uma faísca de determinação surge neles, como um convite a loucura.— E quem disse que quero que se controle? – Questionou com um sorriso sedutor.Essa mulher iria acabar comigo. Seu sorriso foi a permissão que precisava para iniciar minhas estocadas fortes e rápidas, Violet envolve minha cinturas com suas pernas cravando suas longas unhas em minhas costas.Minhas estocadas são rápidas, seus gemidos preenchem os meus ouvidos me causando arrepios. Essa mulher era a minha perdição e eu estava completamente apaixonado por ela.(...)Horas mais tardeNoite do ritual— Merda, ela desmaiou de vez. – Alaric diz enquanto segura Violet em seus braços.— Vocês são irresponsáveis! A Violet está sangrando, e vocês não vão fazer nada? – Ivy grita em su
Dylan KomnenosUm ano antesNoite do ritual Os guardas se espantam com a fala de Alaric ao descobrir que Ivy é a loba.Ivy atrás de mim ainda estava encolhida, seu pescoço já não sangrava mais, parecia que seus ferimentos haviam sido superficiais.— Ivy é apenas uma moonhowler! Ainda não era para ela despertar seu lobo interior. – Olie, chefe dos guardas diz olhando com incredulidade para a loba encolhida atrás de mim.Alaric se aproxima, olhar firme. Ele lança um olhar rápido pra Ivy se certificando de seu estado, ela parecia assustada com os guardas. Não a culpava por ter me atacado, sabia que ela estava fazendo o que acreditava ser melhor para Violet. Até achava louvável ela lutar com unhas e dentes por sua melhor amiga, algo que faltava em mim... talvez tudo teria sido diferente se eu tivesse lutado para estar com Violet.— Se algo acontecer com a minha filha, eu vou acabar com todos vocês. – A voz de Alaric é sombria enquanto ele olha para os guardas com desprezo.Ivy olha surp
Dylan KomnenosUm ano antesNoite do ritualMinha paciência estava no limite, e eu mal conseguia conter a fúria que borbulhava em meu interior. Klaus violava nosso território, desrespeitava o tratado de paz, e agora zombava de Alaric com suas palavras maldosas. Eu não iria tolerar suas provocações por muito tempo, especialmente dirigidas a Alaric.— Você veio aqui apenas para provocar? Não tem nada melhor para fazer, seu maldito vampiro? — Minha voz estava impregnada de raiva e desgosto.— Ah, mas provocar é tão divertido, especialmente quando envolve a família. Como está o querido Magnus? Ele deve estar orgulhoso da sua liderança tão eficaz. — Klaus mantinha seu sorriso diabólico, provocando-me ainda mais.Desgraçado! Eu mataria esse verme com minhas próprias mãos nem que fosse a última coisa que eu fizesse. Alaric dá um passo em direção a floresta e eu coloco meu focinho em frente ao seu corpo o impedindo de continuar.— Não escute esse vampiro idiota, não caia nas provocações dele.
Dylan KomnenosUm ano antesNoite do ritualA floresta escura parecia segurar a respiração enquanto Klaus e eu nos enfrentávamos, nossos olhares se chocando como trovões em meio à tempestade iminente. Seu exército de vampiros aguardava ansiosamente, observando cada movimento, cada palavra que trocávamos.— Dylan, Dylan, Dylan... não precisa ficar tão agressivo. Apenas estou aqui para uma visita amigável. — Klaus provocava com um sorriso desdenhoso.Minha mandíbula se apertava com força, tentando conter a fúria que rugia dentro de mim. Ele queria me provocar, queria me ver perder o controle. Mas eu não cairia nessa armadilha.— Não temos nada para conversar, Klaus. Você violou o tratado de paz, invadiu nosso território, e agora está provocando conflitos. Isso não soa como uma visita amigável para mim. — Minha voz era um grunhido baixo, ecoando pela floresta.— Ah, mas Dylan, você sempre foi tão teimoso. Eu só queria entender como um lobo tão poderoso como você permitiu que a pobre Ivy