Bennett
— Estamos. Espero que não seja algo ruim.
— E não é. Eu gosto de saber que tem alguém que ama além de mim, mas eu quero fazer um pedido.
— Qual?
— Não a machuque, David. Não faça a minha mãe chorar.
Respiro fundo.
— Eu nunca irei machucá-la, Alex, e nem a você — prometo. — Vocês são muito especiais para mim — garanto. E como era esperado o menino abraça forte a minha cintura.
— Eu te amo, David! — Essa frase faz o meu coração bater diferente. Diferente e sufocante.
— Também te amo, Alex! — E não é mentira. Alex realmente me faz sentir um ser humano vívido e amável. Tem algo nesse menino que me conquista, que me atrai e que me faz querer amá-lo.
— Está tudo bem a&
Júlia… Está na hora da família Bennett conhecer a minha noiva.Cada vez que penso nessas palavras sinto o meu interior se estremecer. O que David Bennett pretende com tudo isso? Quer dizer, tudo não passa de um jogo, certo? Uma história inventada, uma fantasia que logo chegará ao fim. Pensar nisso me deixa angustiada, porque por algum motivo eu não quero chegar no final. Lembrar que David finalmente derrubou parte dos seus muros para me deixar entrar aquece o meu coração e naquele instante eu conheci outros Davids. O David misterioso e sombrio. O David carente e quebrado. E o David doce, e carinhoso. Uma junção de personalidades partidas em mil pedaços, mas quando todas essas suas partes se uniram conheci a sua intensidade.Uma batida na porta do meu quarto me desperta dos meus devaneios e eu encaro a governanta através do reflexo do espelho.— O Senhor Bunnett e o Senhor Alex já a aguardam na sala, Senhorita Ricci. — Lucy avisa com seu tom sério de sempre.— Obrigada, Lucy!A doce s
Júlia— Na verdade, ele me contou apenas algumas coisas.— Está me dizendo que o David. O meu David conversou com você sobre o seu passado? — Mary parece ainda mais surpresa do que a filha.— Sim, um pouco. — Extasiada, a senhora se encosta no sofá e olha para o filho do outro lado da sala. — Me desculpe, mas eu disse algo que não deveria? — inquiro preocupada.— É que o David nunca se abriu com ninguém, Júlia. — Lina explica. — Nem mesmo a psicóloga conseguiu arrancar qualquer palavra dele sobre os anos que viveu com sua mãe.— Eu… não… sabia — gaguejo.— Oh querida, é tão bom saber que ele confia tanto em você. Quando John se separou da Mara foi muito difícil deixar o filho para trás. Mara tinha amizades fortes e influentes com ju&iacu
… Saudades de nós dois, querido!Suas palavras quentes e sussurradas ao pé do meu ouvido ainda me causam calafrios e a raiva me consome por dentro. E enquanto o carro percorre o asfalto úmido me perco em algumas lembranças suas… nossas. Monique Abravanel foi a primeira mulher a penetrar as minhas barreiras e não demorou para ela invadir o meu coração, deixando-me dependente do seu amor. Por um instante eu pensei que Mara havia sido derrotada. Acreditei que sim, eu era digno de ser amado por alguém e me entreguei de corpo e alma a esse sentimento que me afogava a cada dia. Acordar sorrindo e dormir com seus beijos tornou-se o meu tudo. Nós tínhamos a cumplicidade de um casal, o fogo de uma paixão, o desejo ardente percorrendo em nossas veias e a felicidade estava há alguns dias do altar.Então tudo virou de cabeça para baixo.…— Onde ela está? — pergunto, entrando com pressa em uma loja de vestidos de noivas e uma de suas amigas aponta direto para o provador. Sem pensar duas vezes me
Bennett— O que?! — Meu sócio grunhe do outro lado da linha. — Espere um pouco, amor! — Álvaro pede para alguém e faz silêncio por um curto espaço de tempo.Espere um pouco, amor?De onde saiu isso?— Amor? — ralho. — Quem está aí com você? — Procuro saber.— Que história é essa de que Monique está aqui? — Ele rebate, ignorando a minha indagação.— Eu que te pergunto! Você disse que ficaria de olho nela para mim e me garantiu que a sua irmã estava muito bem com o seu namorado — rosno irritado.— E ela estava! Eu mesmo verifiquei isso.— É, deu para ver! — grunho sem paciência. Escuto o som da sua respiração alta.— Qual é o problema, David? Você está com a J&uacu
JúliaAcordar com seus beijos na manhã seguinte foi uma grande surpresa. Na verdade, tudo que aconteceu depois que saímos da casa dos pais de David Bennett foi diferente. Os seus cuidados pareciam mais aflorados, os sorrisos mais constantes, o seu toque estava mais íntimo também, embora muito carinhosos. Mas foi quando ele pôs o Alex na cama na noite passada e começou a contar-lhe uma história infantil que algo dentro de mim mudou.Foi simplesmente a coisa mais linda que eu já vi David Bennett fazer desde que o conheci.— Bom dia! — Sua voz grossa e firme, porém, rouca me absorve de maneira que me faz estremecer por dentro e me pego sorrindo preguiçosamente. E céus, o meu coração está batendo fora do compasso. Portanto, me viro para admirar o lindo homem de banho recém tomado e automaticamente as pontas dos meus dedos se dedicam a arrumar uma mecha levemente úmida que cai na sua testa. E antes que o meu sorriso volte a brotar nos meus lábios, ele me beija outra vez.— Bom dia! — O env
Júlia— Um flor. — Franzo o cenho quando ele exibe uma linda rosa amarela.Uma… flor? Isso me diz muito sobre esse homem quebrado. Embora David Bennett não perceba isso, ele é romântico não assumido. O que me leva a perguntar: por que Monique o deixaria? O que aconteceu entre eles que a fez se afastar dele assim?— Ela é linda, David! — digo e aspiro o perfume delicado do botão de rosa, que ele me estende.— Mãe? David? venham! Tem panquecas com calda de chocolate! — Alex grita animado e não seguramos os risos.— Por favor, Senhorita Ricci! — E lá está o cavalheiro David outra vez.Droga, acho que estou apaixonada por esse homem!***Próximo da hora do evento beneficente…Olho pela terceira vez para o vestido longo de um vermelho profund
Bennett— Pronta para ser exibida, Senhorita Ricci? — inquiro quando o veículo para na frente de um prédio de vidros espelhados e através da janela de vidro escuro do carro fito a onda de flashes à medida que os convidados se aproximam das dezenas de batentes. Em resposta Júlia solta uma respiração nervosa, que resolvo ignorar e saio do carro em seguida para abrir a porta do seu lado. Portanto, encontro o seu olhar um tanto repreensivo quando lhe estendo a minha mão. — Sua função é sorrir, Júlia. Não precisa dizer nada, apenas sorria.Eu sei, estou agindo feito um idiota, mas simplesmente não consigo me controlar. Pela primeira vez a estou exibindo de verdade e para um público bem maior do que eu almejava. Contudo, a coisa piora ainda mais quando percebo os olhares masculinos a devorarem inteira e instintivamente levo uma mão possessiva para a base da sua coluna. E quando colocamos os nossos pés no primeiro batente somos obrigados a parar, fazer algumas poses e sorrir.— Senhor Bunnet
Bennett— Eu não…— Não fique preocupado, a Júlia é e sempre será sua linda garota.— Acontece que eu não estou preocupado! — minto, tentando manter a calma.— Ah, você não está? — Ela zomba e eu levo as minhas mãos para dentro dos bolsos das minhas calças, para fechá-las rigidamente em punhos, como se isso pudesse acalmar a fera louca dentro de mim.— É claro que não! — ralho com fingido desdém, mas ela acha graça.— Então você não se importará com o próximo leilão, certo? — Diminuo os olhos, encarando-a especulativo.— Com o próximo leilão? O que tem no próximo leilão… — Não consigo terminar a minha frase, pois logo escuto a voz animada de Mary no microfone.— Senhores e Senhoras? — A voz da minha madrasta se espalha por todo o salão, trazendo o silêncio a curiosidade dos seus convidados. — A pedido de minha linda filha decidimos iniciar o primeiro leilão dessa noite de um modo bem diferente e inusitado, porém, divertido.— Que merda você fez, Lina? — rosno entre dentes, recebendo u