Viktor Bresson Uma fraca luz do sol entrou no quarto por uma brecha na cortina indo direto até meu rosto e com isso acordei, abraçado a Alyssa e ela era tão pequena perto de mim que nem mesmo estava desconfortável, ela ainda dormia tranquilamente e sorri me lembrando da noite passada, ela se mexeu um pouco e fingi estar dormindo, mas percebendo que ela estava me analisando, não consegui conter um sorriso e depositei um beijo em sua testa antes de sussurrar um "bom dia" com a voz falha. - Bom dia... - sua voz soou calma e macia de um jeito que fez meu coração acelerar. Ficamos em silêncio, despertando de uma noite intensa e aproveitando o calor um do outro. - Qual a inspiração para tantas tatuagens? - perguntou quebrando o silêncio, pensei um pouco antes de responder. - Eu nem sempre fui CEO, Moranguinho. Já fui jovem também e costumava me divertir fora de um escritório, mas confesso que algumas eu fiz apenas para irritar o meu pai. - comentei com a voz ainda soando rouca. -
Ela estava ali, na minha frente. Tudo que eu precisava fazer era me aproximar e dizer algumas palavras reconfortantes. Ou então, sair correndo e procurar Viktor. Só que eu me senti paralisada, não consegui dar sequer um passo voluntário. Precisei de grande esforço, como se meus pés pesassem uma tonelada, mas consegui chegar até ela procurando por palavras. Respirei fundo ainda sem ter certeza do que dizer. - Bem... Eles vão precisar de tempo, mas tenho certeza que terá seus filhos de volta. - Obrigada querida, é melhor eu ir embora agora. - ela parou olhando para a porta por alguns segundos antes de suspirar e abaixar a cabeça novamente. - Não sei o que eu estava pensando, como pude ser tola em acreditar que depois de sumir por 20 anos meus filhos iriam me receber com carinho. - Sinto muito que tenha que passar por isso. Não podemos mudar as escolhas do passado, mas podemos mudar o futuro escolhendo certo no presente. Acredito que a senhora terá que se esforçar para reconquistar se
Pela manhã, preparei algumas panquecas e finalmente pude ligar o novo celular e configurá-lo. Ainda faltava chip, pois o meu antigo não servia naquele, mas consegui instalar alguns aplicativos usando o wi-fi da vizinha. Depois de quase 2 anos sem redes sociais, não havia nada de novo. Fotos da Alison na praia, exibindo o corpo com poses sensuais num biquíni cor de rosa, foram as primeiras fotos que apareceram. Louise sendo abraçada por muitas crianças com a legenda "como amo esses bebês". Ed cheio de blusas de frio no Central Park com a legenda "no inverno ficamos mais elegantes... me disseram". E Daniel Coleman, com o olhar sério e despreocupado, usando um terno, no escritório do pai dele, a legenda dizia "Collemans advogados, o maior e melhor grupo de advogados de Nova York."Olhar para ele me dava nojo, mas entrei em seu perfil apenas para parar de segui-lo. Em todas as fotos que vi, ele aparecia sorrindo, despreocupado e não aparentava ser nada do que realmente era, como uma armad
Viktor e eu passamos o domingo juntos, estava caindo uma fina neve o que deixava o clima propício para filme, pipoca e mais chocolate quente. Era incrível passar o dia ao lado dele, sentir seu cheiro, seu toque e ser mimada com cafuné e muitos beijos. Era tudo tão simples e descomplicado quanto estávamos juntos. A tarde, a neve finalmente parou de cair e Viktor aproveitou esse momento para ir embora, pela manhã ele precisaria voltar para o trabalho e aquela rotina normal. - Vejo você amanhã? - perguntou antes de sair, parado à porta com um sorriso ansioso. Eu entendia esse sentimento, a vontade de se ver todo dia e isso era bom. Isso era muito bom. - Ainda me quer como sua assistente? - Te quero de todos os jeitos, independente de como. - sorri revirando os olhos diante do clichê. - Mas seria uma tentação muito grande ter você como assistente e não sei se isso é bom ou ruim. - Então amanhã nós descobrimos. - dei-lhe um último beijo antes que saísse.Depois que ele saiu o apartame
Viktor Bresson Finalmente pude ouvir a verdade sobre a farsa, já esperava que tivesse dinheiro envolvido nisso, afinal Alyssa estava numa situação bem complicada. Eu queria ajudar, mas a empresa já tinha um bom time de advogados, então pensei que poderia ser minha advogada pessoal, assim eu também poderia tê-la por perto até que ela tivesse condições de abrir seu próprio escritório, que eu sabia que era seu sonho e a apoiaria. O dia amanheceu solitário e as ruas cobertas pela neve aumentavam essa sensação, além de ser necessário muita força de vontade para sair de casa e por isso eu sabia que os funcionários chegariam atrasados. Eu mesmo só estava no prédio porque passei a noite no escritório. Não sei quantas horas dormi, mas minhas costas doíam por ter dormido de mau jeito. Até pensei em ir para casa e descansar um pouco, mas isso teria que esperar, algo havia acontecido na sede do Japão e tudo estava uma bagunça. Algum tempo depois alguns funcionários começaram a chegar, out
Não dormi bem aquela noite. Tanta coisa aconteceu que meus pensamentos me impediram de dormir. Viajar com Viktor, o retorno de Alison e a esperança de voltar a advogar. Eu me sentia ansiosa e feliz. Nevou a noite toda e as ruas estavam cobertas de neve, era impossível sair de casa até que as máquinas passassem retirando a neve. Eu olhava para as ruas e para o relógio. Alison iria voltar a trabalhar aquele dia e eu estava apreensiva por algum motivo. Emprestei algumas roupas para ela e aproveitei para devolver as que eu havia pego. Ela se arrumou como só a verdadeira Alison faria, um batom vermelho, perfume forte e roupas apertadas. Pedi que ela me enviasse os vídeos e salvei no meu computador, aproveitei que ela saiu e peguei alguns livros para relembrar algumas coisas que com o tempo é comum esquecer, além disso, não dá para se lembrar de todas as leis. Eu não sabia a hora que Alison viria, mas ainda assim me vesti de acordo. Ela chegou cerca de duas horas depois de ter saído e tin
Acordei pela manhã exausta e com dor no corpo por ter dormido no sofá, o pior era ter certeza que Viktor já havia partido. Eu nunca pensei que seria capaz de amar alguém assim. O primeiro homem por quem me apaixonei, se tornou uma verdadeira decepção, algo que tirou qualquer esperança que eu tinha no amor, quando Viktor apareceu, com aquele olhar indiferente e fechado, eu quis acreditar que ele era apenas um babaca sem coração que eu devia manter longe, mas o que eu encontrei foi um homem que me respeitou desde o início, que se importou em me ligar todos os dias, que me colocou sob os holofotes ao invés de tentar apagar o meu brilho e me deu apoio. Era tão difícil acreditar que foi tudo uma mentira.O despertador tocou pela quinta vez quando finalmente me levantei. Fui para o banheiro e me olhei no espelho. Parecia que eu fui atropelada por um caminhão, olheiras pretas e fundas que nem 1kg de base e pó resolveriam, o cabelo desgrenhado e cheio de friz e como se já não fosse suficiente
Era manhã de 31 de dezembro, em breve seria ano novo. Eu não conseguia esquecer o natal, não conseguia esquecer o Viktor, ele já devia ter voltado e me perguntei se ele conversou com a mãe dele, se eles fizeram as pazes, queria saber como estava a pequena Sarah e por fim, queria não ter me envolvido tanto. Não conseguia odiá-lo, tampouco acreditar que ele realmente estava me enganando, mas ele não me procurou mais e por orgulho não voltei na empresa, seria doloroso demais ouvir que ele não queria mais me ver e por isso não me procurou.Eu já me sentia bem melhor da gripe e estava desenhando a árvore de natal na casa dos Bressons conforme eu me lembrava dela. Alison preparou um chocolate quente e se sentou ao meu lado no sofá após entregar uma caneca com o líquido quente para mim. Morar com Alison estava sendo mais tranquilo do que imaginei que seria, não tivemos nenhuma discussão. - Você nunca me disse exatamente qual era a sua relação com o Viktor. Você só disse que estavam saíndo e