Pela manhã, após a noite com Viktor, levantei e preparei um café, só então notei um bilhete escrito às pressas em cima da mesinha da sala que dizia: "Obrigado por ter sido incrível ontem e por ser incrível. Esqueci de te perguntar algo, se quiser saber o que é, me ligue ;) *número de telefone* "Eu estava nas nuvens com tudo que aconteceu naquele domingo. E não dava mais para esconder que eu estava apaixonada por ele, por mais que esse sentimento me assustasse. Eu estava ansiosa para o próximo encontro, mesmo que fosse como Alison. Me arrumei e peguei um táxi para o trabalho. As coisas estavam normais para mim, Viktor já estava no escritório quando cheguei e não saiu de lá por horas. Tentei esconder a decepção, ali eu era a Alison e estava ficando boa nisso, me adaptando às roupas dela e encenando seu jeito. - Alyssa, por que parece tão alegre hoje? - Jessy perguntou quando saímos para o almoço, eu e ela estávamos nos aproximado e decidi contar em partes o que aconteceu.- Passei
Troquei de roupa rapidamente, retirei as lentes e a maquiagem pesada e voltei para a empresa levando na bolsa o relógio que valeria um rim no mercado negro. Ao chegar, havia um novo porteiro e ele queria me impedir de entrar, por ordem da recepcionista, a amiga de Jessy.- Vai se arrepender se não me deixar passar. - falei calmamente, cruzando os braços, sabia que Viktor não impediria a minha entrada no prédio e acabaria sobrando para o porteiro. — Sinto muito senhorita, mas o senhor Bresson pediu para que ninguém entrasse. — a recepcionista me olhava com um sorriso cínico e tive quase certeza de que era mentira. Nesse momento dois homens saíram do elevador conversando, um deles tinha um braço envolto em gesso. Assim que me viram ali, barrada na porta como se tivesse cometido um crime, um deles cutucou o outro e falou alguma coisa, logo depois se aproximaram. - Você é a Alyssa? Irmã da Alison? - perguntou o que aparentava ser mais novo e tinha o braço quebrado. Respondi que sim e e
Como havia avisado, Viktor viajou e com o passar dos dias o natal se aproximava e com ele a ceia de natal na mansão da família Bresson. Eu precisava de uma roupa adequada e o meu guarda-roupa ou o da Alison não era o lugar ideal para isso. Louise me chamou para ajudá-la a comprar presentes, este ano ela pretendia visitar a família no Brasil e ela queria presenteá-los. Ela veio de carro até meu apartamento e fomos até o SoHo, um dos bairros de Manhattan com as melhores lojas. Eu amava andar com a Lou, ela era uma romântica incurável e cheia de energia, era impossível sair com ela e não se divertir com seu bom humor. Andamos por todas as lojas e Louise comprou os presentes, enchendo o banco de trás do vermelhão com sacolas, mas mesmo que todas as vitrines exibissem roupas para o natal, eu ainda não havia encontrado nenhum vestido que me agradasse, até gostei de alguns, mas não tive aquele sentimento de "é esse". Por sorte Louise estava comigo para aliviar a frustração de não encontrar
Era a véspera da véspera de natal, eu estava de saida quando o telefone tocou, hesitei por um momento, já imaginando que era o número desconhecido, mas optei por atender. Mais um vez, silêncio, quando eu ia desligar, uma voz mansa e feminina disse sem pausa "avise Viktor que volto no natal". Perdi o ar, seria a Alison? Antes que eu pudesse perguntar quem era a ligação caiu. Devolvi o telefone no lugar e saí dali, tentando não demonstrar meu nervosismo. E então chegou a véspera do natal e eu estava quase pronta, o último detalhe era o vestido e assim que o coloquei, fiquei satisfeita com o que vi. Fiz alguns cachos no meu cabelo, uma maquiagem leve que realçava os meus olhos e passei um batom também na cor vermelha, usei o meu melhor perfume e uma sandália de salto prateada. Eu me sentia linda e pronta para qualquer coisa. No horário marcado um carro parou em frente ao meu prédio e recebi uma mensagem do Viktor dizendo que havia enviado um motorista para me levar. Peguei um casaco e
Viktor veio atrás de mim. - Alyssa! Alyssa, por favor perdoe minha tia, ela é uma mulher complicada e você estava certa em tudo que disse. - naquele momento a tia dele e o marido dela saíram e pude ouvir ela resmungar algo sobre não serem bem-vindos e que nunca mais voltariam.- Desculpa Viktor, não quero causar problemas na sua família, é melhor eu ir embora. - ele segurou minha mão. - Sem você não há festa para mim. Fica. - disse quase num sussurro. Foi impossível negar, ainda mais com frio quase congelando minhas orelhas. Voltamos para a mansão e por sorte a confusão não atraiu expectadores e os convidados continuaram conversando alheios ao que aconteceu. Minutos mais tarde alguns convidados começaram ir embora, outros passariam a noite na mansão. E eu não sabia em qual grupo eu me encaixava, mas estava torcendo para ser a pessoa especial que dorme junto com Viktor. Afastei o pensamento rapidamente quando uma dúvida surgiu, aquela velha insegurança... Eu era mesmo especial para
Viktor Bresson Uma fraca luz do sol entrou no quarto por uma brecha na cortina indo direto até meu rosto e com isso acordei, abraçado a Alyssa e ela era tão pequena perto de mim que nem mesmo estava desconfortável, ela ainda dormia tranquilamente e sorri me lembrando da noite passada, ela se mexeu um pouco e fingi estar dormindo, mas percebendo que ela estava me analisando, não consegui conter um sorriso e depositei um beijo em sua testa antes de sussurrar um "bom dia" com a voz falha. - Bom dia... - sua voz soou calma e macia de um jeito que fez meu coração acelerar. Ficamos em silêncio, despertando de uma noite intensa e aproveitando o calor um do outro. - Qual a inspiração para tantas tatuagens? - perguntou quebrando o silêncio, pensei um pouco antes de responder. - Eu nem sempre fui CEO, Moranguinho. Já fui jovem também e costumava me divertir fora de um escritório, mas confesso que algumas eu fiz apenas para irritar o meu pai. - comentei com a voz ainda soando rouca. -
Ela estava ali, na minha frente. Tudo que eu precisava fazer era me aproximar e dizer algumas palavras reconfortantes. Ou então, sair correndo e procurar Viktor. Só que eu me senti paralisada, não consegui dar sequer um passo voluntário. Precisei de grande esforço, como se meus pés pesassem uma tonelada, mas consegui chegar até ela procurando por palavras. Respirei fundo ainda sem ter certeza do que dizer. - Bem... Eles vão precisar de tempo, mas tenho certeza que terá seus filhos de volta. - Obrigada querida, é melhor eu ir embora agora. - ela parou olhando para a porta por alguns segundos antes de suspirar e abaixar a cabeça novamente. - Não sei o que eu estava pensando, como pude ser tola em acreditar que depois de sumir por 20 anos meus filhos iriam me receber com carinho. - Sinto muito que tenha que passar por isso. Não podemos mudar as escolhas do passado, mas podemos mudar o futuro escolhendo certo no presente. Acredito que a senhora terá que se esforçar para reconquistar se
Pela manhã, preparei algumas panquecas e finalmente pude ligar o novo celular e configurá-lo. Ainda faltava chip, pois o meu antigo não servia naquele, mas consegui instalar alguns aplicativos usando o wi-fi da vizinha. Depois de quase 2 anos sem redes sociais, não havia nada de novo. Fotos da Alison na praia, exibindo o corpo com poses sensuais num biquíni cor de rosa, foram as primeiras fotos que apareceram. Louise sendo abraçada por muitas crianças com a legenda "como amo esses bebês". Ed cheio de blusas de frio no Central Park com a legenda "no inverno ficamos mais elegantes... me disseram". E Daniel Coleman, com o olhar sério e despreocupado, usando um terno, no escritório do pai dele, a legenda dizia "Collemans advogados, o maior e melhor grupo de advogados de Nova York."Olhar para ele me dava nojo, mas entrei em seu perfil apenas para parar de segui-lo. Em todas as fotos que vi, ele aparecia sorrindo, despreocupado e não aparentava ser nada do que realmente era, como uma armad