Acordei cedo, embora tenha dormido muito mal. Resolvi correr, era uma forma de descontar em meu corpo minhas frustrações, testando meus limites. Dei três voltas no palácio, tentando não pensar em nada, só no ritmo da minha respiração. Entrei louco para tomar um banho. Logo vi minha mãe com o jornal nas mãos.
— O jantar saiu na primeira página da coluna social, mas você conseguiu chamar mais atenção que o próprio evento. — Ela me disse com desprezo. — Leia!
Ela quase me jogou o jornal na cara.
O Sheik Mansur Mohamed Al Jain realizou nessa sexta-feira à noite, o grande Jantar beneficente para ajudar as vítimas de guerra. Mas o que mais corre é o boato que o sheik esteja interessado numa moça. Ele surpreendeu a todos ao tirá-la para dançar. Não sabemos nada sobre ela, já que o lo
NádiaOuvi batidas fortes na porta. Sentei-me assustada na cama.—Entre.Era Zilá que me procurava na penumbra do meu quarto.—Senhorita Nazira, o Sheik a chama.Levei algum tempo para me concentrar nas palavras dela. Perguntei depois de um tempo confusa.—O Sheik?—Sim, ele pediu para chamá-la.Fitei o relógio. Eram sete horas da manhã.—Você sabe por quê?—Acredito que tenha a ver com a menina Hanna.—Hanna? —Perguntei com estranheza. As palavras dela me preocuparam.—Está certo. Diga a ele que só vou me trocar, que já vou.Quando ela saiu, me levantei rápido. Coloquei um vestido jeans, com dois grandes bolsos na frente e fiz um rabo de cavalo. Com ele eu ficava bem à vontade para dar atenção a Hanna.Depois de escovar o
MansurVi Nádia sumir no corredor com Hanna, voltei meus olhos para Hajid.—Admito que você é ousado. Vem aqui na minha casa, depois de tudo. —Eu bufei. — Esta guerra fria, eu conheço: Se aproximam de mim como se tudo fosse esquecido, me rondando, me sondando, mas é só uma capa, pois no fundo, me querem ver pelas costas. Estou acostumado a lidar com esse tipo de gente, todos os dias.— Você tem classe, isso eu admito.—É muita cara de pau de sua parte voltar aqui depois de tudo que ouvi de você, nessa mesma sala.—Não retiro nenhuma de minhas palavras. Se não fosse por você, Raissa estaria viva hoje.— Ela teve complicações no parto. —Eu explodi. —Eu a amava. Ela me deixou. Eu não a mandei embora. Eu nem sabia que ela estava grávida, quantas vezes tenho que repetir
MansurSentei no banco à frente de Nádia e a observei. Ela dava atenção para Hanna. Senti-me feliz vendo as duas conversarem. Nádia fazia seu trabalho, fazia agora Hanna repetir algumas palavras em inglês. Fechei os olhos.Essa viagem era uma maneira de estar com ela num local diferente, sem a presença de minha mãe e sem Hajid que a rondava. A viagem me surgiu de última hora. Ontem, falei com minha assistente para desmarcar todos os meus compromissos, precisava de umas férias. Sentia Nádia na defensiva o tempo todo. Queria que nessa viagem ela conhecesse meu verdadeiro “eu”.O homem, não o Sheik. O ser humano, não a majestade, o homem simples, não o homem cercado de luxo. Na casa, que iríamos, não teria empregados, seriamos só nós e Cosima. Lá eu contava apenas com um caseiro que deixava a casa limpa, ma
À tarde fiquei deitada na minha cama de papo para o ar. Hanna costumava dormir essa hora. Havia tanta adrenalina correndo em minhas veias que não consegui tirar um cochilo.Quando deu cinco e meia, me arrumei para ser sacrificada. Tomei banho, me perfumei, só passei batom e realcei os olhos, pois estava corada por ter passado o dia no sol. Coloquei o vestido que havia trazido. Era preto com paetês, um pouco acima dos joelhos, à cinturado, mas não muito apertado. Como teríamos que andar uma boa parte até o iate, então não coloquei os sapatos e os segurei na mão.Fui até a sala, e quase caí de costas em ver Mansur em um lindo terno preto sem gravata, a camisa branca realçando o bronzeado. Ele também segurava os sapatos em uma das mãos.Eu senti minhas pernas fraquejarem. Respirei fundo e tentei sorrir para ele, mas meu sorriso saiu nervoso.—
Eu o beijei profundamente, então o empurrei para que ele se deitasse de costas. —Maktub! —Eu disse olhando para ele emocionada.Ele completou:—Maktub! Estava escrito! Você me pertence.Mansur se levantou e foi por cima de mim, ele me observou, seu peito subindo e descendo rapidamente.—Nunca pensei que pudesse amar novamente.—Você nunca me contou sua história com Raissa.Ele se sentou e fitou os pés, eu me sentei e o abracei. Depois de um breve tempo, ele me fitou, e carinhosamente prendeu uma mecha do meu cabelo para atrás de minha orelha. Sua expressão era sombria quando ele me contou tudo e acrescentou:— Eu prolonguei muito a relação, sem pedi-la em casamento. Fora um erro. Os jornais não podiam me ver acompanhado com alguma mulher, em algum almoço de negócios, que colocavam em questão o meu relacionamento
—Acorda dorminhoca!Eu abri meus olhos e vi Mansur inclinado para mim sorrindo. Seu rosto estava cheio de creme de barbear. Ele já havia colocado suas roupas. Ainda um pouco tonta, sorri de leve para ele, mas ao lembrar da nossa noite anterior, e o fato de ele me amar, me fez abrir mais meu sorrisão corei ao sentir seus olhos observando meu corpo sobre a camiseta, pois as cobertas estavam nos pés e minhas pernas estavam a mostras.Era inacreditável que estava vivendo tudo aquilo, sendo tão infinitamente feliz.Ele voltou para o banheiro e saiu com o rosto limpo. Se inclinou para mim e enterrou a cabeça no meu pescoço, arrancando de mim um suspiro.Allah! Que cheiro gostoso!Depois de me provocar mordiscando meus ombros ele buscou minha boca e me beijou com muito amor, cuidado e carinho. Beijou dessa forma cada pedacinho de meu rosto. Soltando um longo suspiro ele s
Com cinco dias que estávamos em Gênova, o clima não podia ser melhor, revezávamos na cozinha e com Hanna. A tarde caminhávamos de mãos dadas na praia. Mas toda noite era a mesma coisa, depois de muitos beijos, eu o rejeitava... Mansur parecia respeitar meu ponto de vista, e parecia paciente comigo, mas hoje ele estava diferente, mais agressivo.Ele me fitou sério.—Gostaria que confiasse em mim.—Eu confio.Ele soltou o ar. A tensão do corpo dele foi transmitida para mim.— Confiar para mim significa uma entrega. Resolvendo minha situação, ficaremos noivos. Por que temos que esperar?—Eu não estou pronta.—Você não me ama? O que te impede?Engoli em seco, e fechei os olhos.— Desculpe.— Soa muito ruim você me pedir desculpas. Eu te amo! É natural que queira muito mais de
À tardinha chegamos ao palácio, logo que entramos meus olhos focalizaram a figura de uma jovem, ela tinha mais ou menos a minha idade. Era bem bronzeada, os cabelos negros na altura dos ombros, tinha os traços bonitos, seus olhos eram negros.Quando ela viu Mansur ela sorriu e caminhou decidida até ele, e se jogou em seus braços. Meu coração se apertou nessa hora. Raina!— Até que enfim você chegou!Ela o puxou para um beijo. Vi Mansur fica duro, sem ação. Ele a pegou pelo braço e afastou firme e disse a contragosto:—Você me disse que ia chegar na semana que vem. —A fitou sério quando disse: — Mas foi ótimo, eu ia te ligar e te pedir para antecipar sua volta.Latifa surgiu na grande sala. Vi a babá passar por ela com Hanna que dormia em seus braços.Ela sorriu ao ver a neta e me encarando falou no &aac