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5. Conhecendo o príncipe

Lysandra

Minhas mãos agarram o encoste da cadeira da carruagem, meus olhos estão opacos, quase sem vida. Eu me sinto sem vida. Já tinha passado dois dias que eu estava viajando para Tallahassee, capital de Flórida, estava indo mais praticamente em Leon, a cidade do Rei Lobo. Tinha perdido tudo e todos que eu amava, estava sem casa e sem opções, única coisa que me sobrava agora era me entregar a Dimitri Blackfur, o príncipe de toda Florida.

Eu ainda estava em choque, não conseguia dormir e nem comer direito, ainda não conseguia acreditar que meus pais haviam morrido e com isso, destruído toda minha vida e meus sonhos. Eu já tinha chorado tanto, já tinha gritado tanto que agora me sentia completamente drenada e sem forças nem para dar um soluço de choro. Ainda estava completamente em choque, sempre que eu fechava os olhos ainda conseguia ver e ouvir nitidamente os gritos das pessoas queimando e fogo por todo lado.

Quando vimos o incêndio no castelo Moonlight e corremos até lá, já era tarde demais para salvar meus pais, quando o fogo foi apagado, não havia nem ao menos corpo deles para eu poder fazer um velório, e agora estava aqui toda destroçada indo ao socorro do príncipe, sem casa e sem família, só tendo apenas uma irmã que havia sumido pelo mundo sem nem ao menos ter se despedido de mim. Eu estava completamente sozinha agora, não tinha outra solução a não ser recorrer ao príncipe.

Quando os portões do castelo Real foram abertos para mim, me levaram até a sala do trono, um lugar onde a família Real usava para atender o povo, fiquei esperando pelo príncipe sentada numa das cadeiras do lugar. Havia guardas fortemente armados que nem olhavam pra mim, atentos a tarefa deles. Olhei para mim miseravelmente, queria estar vestindo roupas adequadas, mas todos os meus vestidos luxuosos tinham queimado no incêndio, junto com os meus pais e tudo o que eu possuía… Engoli o meu próprio choro, eu estava toda esfarrapada parecendo uma simples aldeã suja e abandonada, precisava de um banho, precisava de roupas limpas e comida, mas mesmo assim eu ainda tinha um pingo de dignidade para manter minha cabeça erguida e vir ter com o príncipe pedindo por ajuda. O que será que ele acharia de mim? Eu não tenho certeza, mas isso não importa agora. Todo homem só precisava de bom coração para ser capaz de estender a mão para ao meu sofrimento.

Dimitri atrasou-se mais do que eu esperava, era indelicado me fazer esperar, afinal eu seria sua esposa, mas eu usei aquele tempo de espera para pensar na minha própria desgraça. Em nenhum momento no mundo eu iria imaginar que meus pais teriam aquele fim, e só de pensar que minha última conversa com eles tinha sido uma briga… Aquilo era mais difícil de encarar. O príncipe apareceu finalmente e eu limpei rápido minhas lágrimas para que ele não visse que eu estava chorando. Sua cadeira de rodas foi empurrada gentilmente até próximo ao trono Real, seu rosto estava distante e impassível enquanto me encarava. Me perguntei se eles iam carregar ele nos braços para o botar sentado na cadeira do trono, mas não fizeram isso, talvez porque seria contransgedor demais pra ele se o fizessem.

"Quem é você? Por que me solicitou?" Ele perguntou abertamente para mim. Me levantei da cadeira me aproximando dele, então me ajoelhei na frente dele tendo o rosto virado pra baixo em gesto de respeito.

"Meu nome é Lysandra Moonlight, meu príncipe. Sou a mulher que está destinada a se casar contigo," revelei, minha voz saindo mais firme do que eu pensava que sairia.

"Ah sim, Lysandra," ele respondeu, havia um quê de decepção em sua voz. Será que ele não tinha ficado feliz com minha aparência física? Ele nem ao menos me conhecia para ser tão exigente assim, aposto que se eu estivesse limpa e bem vestida ele teria uma outra opção. "Presumo que veio aqui para finalmente se entregar como esposa para mim!?" Ele disse o óbvio, assenti o olhando.

"Sim, meu príncipe. Eu estou aqui para me tornar sua esposa," respondi, "mesmo forçadamente," quase terminei desse jeito, mas me contive. Não queria que o príncipe me rejeitasse, ele era a única coisa que eu tinha agora para sobreviver, eu precisava dele, precisava dos recursos dele para descobrir quem tinha matado e insendiado o castelo dos meus pais.

"Mas é muita cara de pau," ele disse, seu rosto ainda impassível. "É muita cara de pau você vir aqui depois de tanto tempo que te esperei. Foi porquê? Porque sua casa incendiou e seus pais morreram? Agora você está vendo que precisa de mim?" Provavelmente ele tinha ficado a saber porque o secretário dele tinha me feito toda uma interrogação para saber quem eu era e quais eram minhas intensões, só para finalmente poder liberar minha entrada para ver o príncipe. Eu assenti miseravelmente. O que mais eu tinha para esconder?

"Sim, meu príncipe."

"Você é bastante petulante, eu ouvi muita coisa sobre você. Fique sabendo que essa sua petulância matou os seus pais, foi você quem os matou. Você nunca os mereceu. E quanto a ser minha esposa, é tarde demais para querer isso. Eu já tenho uma nova esposa." Ergui o meu rosto o olhando chocada, ele estava me insultando e dizendo que eu era culpada pela morte dos meus pais e agora estava dizendo que já tinha se casado com uma outra mulher?

"O quê? Como assim? Mas e a promessa que meu pai fez ao seu pai no leito de morte?" Algo estava totalmente errado ali, Dimitri estava esperando por mim todo esse tempo, eu e ele estávamos preso àquela união. Por que ele quebraria a vontade do pai deme e se casaria com uma outra mulher? Mas ele bateu a própria mão com força em sua própria cadeira e gritou raivoso.

"Não fale do meu pai, sua rameira! Você não tem esse direito!" Estava me olhando com tanta raiva…

"Mas Dimitri…" Tentei apaziguar, mas ele me cortou.

"Calada! Eu não preciso mais de você, eu arranjei uma mulher muito melhor que você." Ele olhou em direção da porta do lado da sala, mesma porta em que ele tinha entrado. "Você pode entrar, minha noiva." Chamou gentilmente a tal mulher. Eu quase caí para trás quando vi que a noiva substituta do príncipe era ninguém menos que Anastasia, minha própria irmã.

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