O plano para o dia era acordar cedo e poder correr no parque perto de casa, como sempre fazia, depois da longa semana que teve. Era a forma preferida de esvaziar a mente, sozinha e com a natureza em sua volta. Logo cedo, perto das 7h00 da manhã, Ellora saiu do apartamento em silêncio para não acordar Patrícia e com um par de fones no ouvido e tênis confortáveis. E quando regressasse, iria tomar coragem e contar à amiga sobre a futura mudança, a compra do apartamento deu certo. Era todo dela. Estava guardando e mantendo aquele segredo desde o começo da semana. A consumia.Assim que saía pela rua e deixava o ritmo da música guiar, em direção ao parque, a menos de 10 minutos de distância do apartamento,, passava um bom tempo por lá, mais de 1 hora correndo até se sentir exausta e, no limite, só iria parar comprar algo para refrescar. Estava pronta para ir para casa. Por aquele momento, se sentia distante de tudo, e quando viu uma sombra agradável em uma das colinhas e irresistível de
— Então, vou estar em evento em Los Angeles, depois do feriado de 4 de julho. Queria saber se você gostaria de me encontrar lá? – Ele estava nervoso e até sem jeito em fazer aquele convite. – Posso reservar um quarto para você no hotel e no mesmo andar que vou ficar, assim a gente pode sair e jantar. Ter um final de semana juntos, eu pensei. Um encontro, de verdade. Se você quiser, é claro. É claro que ela queria, os olhos dela brilharam com a ideia de passar mais tempo com Max, ela planejava e vinha pensando algumas vezes na possibilidade. E até como tocaria no assunto, não só com uma sugestão do que queriam. — Na sexta? – Enquanto falava, olhava o calendário e a agenda do trabalho não tinha nada reservado para aquele dia. Ficava mais empolgada ainda, poderia bloquear o dia para não ter imprevisto e sair conforme o combinado. — Eu posso, na verdade, eu adoraria. Só me passe depois o que preciso fazer e como faço para chegar até você, horário e lugar que eu dirijo até lá. O rosto
A semana era curta, 4 de julho era uma das datas mais esperadas para todos, e ainda no fim da semana tinha um encontro mais inesperado que pensou. No trabalho, Ellora tentava ocupar a mente com as tarefas ao longo da segunda e, após o trabalho, iria direto para casa, mãe. A maioria dos feriados em família, inclusive a de Patrícia, estaria lá. Todos se reuniam, viviam na mesma vizinhança, então se tornava uma grande festa. Como uma grande comunidade, bem semelhante à do Brasil, onde todos se conhecem desde sempre. Ao chegar a noite, já estava na casa da mãe, e Ellora ia cozinhar e ajudar com os preparativos para o feriado. Tradição por tradição. Cada um tinha sua função. Nem tinha tempo para tirar a roupa do trabalho, ainda estava com a saia até a altura dos joelhos e camisa social enquanto preparava os ingredientes para o dia seguinte. Amava aqueles momentos simples, como sempre fizeram desde a infância, eram as melhores memórias de família. Todos festejando e comemorando.
— O novo namorado dela. O britânico. – Paty não parava e ainda ousava pegar um pedaço da cenoura e sair rapidinho. — Paty, parou. O que eu te falei? – Ellora largava o que estava fazendo e afastava a mão dela para não se cortar enquanto chamava atenção. Patrícia colocava a mão na boca como se tivesse entregado o segredo. Havia esquecido por um momento do combinado. E sempre falava demais. — Não sabia que estava namorando, Lola. – Marco falava curioso e atento, tentando entender o porquê do segredo. Ela nunca escondeu nada do tipo de ninguém. — Já era hora dela conhecer alguém. E mais uma vez ela respirava fundo e encostou a cabeça na bancada, estava calor e o sol brilhava forte, e até abafava a cozinha, usava só um short jeans e a parte de cima do biquíni em casa. A camiseta ficou no quarto e só a cerveja gelada para salvar. Ainda não queria compartilhar o que sentia ou que queria com Max com ninguém, era muito cedo. — Eu não estou namorando. Só conhecendo uma pe
Ela teria que encontrar um lugar mais calmo para conversar, enquanto ao fundo ouvia o irmão perguntando para Patrícia se era o mesmo cara. Mas não conseguia ouvir nada, só torcia para ele atender. — Oi, desculpa não atender antes. Estava na piscina com o pessoal. – Ellora falava rápido e um pouco nervosa, por enfim falar com ele em paz no antigo quarto. — Aproveitando bem o dia? – Max perguntava, já era tarde da noite, quase começando a madrugada em Londres. Ele não ia conseguir pegar no sono até falar com ela. Ainda tinha um assunto que precisava resolver. — Sim, foi ótimo. Na verdade, estou bem cansada. E você? – Não queria parecer inquieta, então respirava fundo e sorria sozinha. Fique calma. — Tive um dia longo também, mas não consigo dormir. – Ele suspirava, nem tinha se trocado a roupa do último evento do dia. Só se jogou no sofá até o momento certo. — Tem uns 15 minutos para gente conversar? – Enfim, ele fala. – Tenho, pode falar. – Max parecia sério só pelo tom de voz,
Ellora ainda não entendia como, mas ele conseguia derrubar qualquer barreira que pudesse existir entre eles a distância. Dava uma olhada para si antes de responder e notava que estava de biquíni na parte de cima e apenas o cabelo a cobrindo um pouco. Quase nunca ficava sem jeito, era desinibida e fazia o que bem queira. Mas os olhos de Max passando por ela a deixavam quente novamente. – Você me viu no sábado, ou só quer me deixar sem graça de novo? – Ela só conseguia sorrir enquanto arrumava o cabelo e ajustava o biquíni. Não ia deixar que ele visse mais do que devia. — Eu sei, mas está mais bronzeada ainda. – Mas Max parecia enxergar no fundo da alma dela. E acompanhava os movimentos, era difícil não notar mais que a simples peça que vestia e suspirava. – Tomou sol hoje? — Reforçava a pergunta.— Um pouco, mas você está desviando o assunto. – Tinha que ter muito controle para não ir por aquele caminho, o assunto ainda não havia sido finalizado. — Ok, você venceu. Mas chego amanhã
O acordo era extenso, tinha muitos pontos específicos, regras e até cláusula sobre o telefone e situações íntimas. Aquilo era novidade, não imaginava que algo tão pessoal para ela precisasse de algum tipo de contrato ou proteção, mas também estava feliz por ver que todos os termos valiam e a protegiam, era válido para os dois. Após ler mais duas vezes, assinar e devolver digitalmente, o restante do dia seria mais que cheio e nem tinha tempo de acompanhar na internet sobre a chegada do Príncipe, sempre causava algum tipo de movimento na mídia. Nem que fossem uns tabloides o citando como um dos solteiros mais cobiçados, ou algum portal importante falando do encontro da cúpula que aconteceria na cidade. Garantidamente, algo sempre chegava até ela. E a melhor coisa que poderia fazer daquele momento em diante era se afastar das redes e viver aquele início como foi na primeira noite que se viram, sem títulos, sem status. Apenas eles mesmos. O dia terminava bem tarde depois da academia e e
Ellora Muñoz: “Musa americana a caminho de L.A! Nos vemos em breve. 🙂”Pontualmente, um carro preto esperava por ela, provavelmente um motorista/segurança particular contratado para acompanhá-la, lembrava muito o carro que entrou acompanhado de Max há algumas semanas. Apesar de ser solícito e gentil, o homem que a conduzia não era de muita conversa, então aproveitava o caminho para descansar, recuperar a noite de sonho perdida e chegar inteira lá em pequenos cochilos. Direto para o InterContinental Los Angeles Downtown, bem no centro da cidade. Quando chegou ao hotel, notou uma movimentação diferente do que estava acostumada na cidade. Era estranho como muitas pessoas se amontoavam esperando a chegada do herdeiro real do último compromisso do dia. E ela passou despercebida, direto pela recepção e até pelo quarto que a aguardava. As últimas mensagens de Lola fizeram o príncipe sorrir e contar os minutos para aquele coquetel terminar. A única coisa que ele mais queria era voltar a