Quarenta e Nove

— É. Agora você é a namorada oficial. – Aline bateu no ombro dele e desceu de suas pernas — Poxa eu estava brincando. – Ela deu de ombros e foi pra cozinha. Peter ouviu seu celular tocar e uma gargalhada de Aline da cozinha, riu também procurando por sua calça, quando encontrou o celular deu um sorriso — OI MÃE – gritou bem alto pra Aline ouvir.

— Grita mais Peter, adoro acordar de manhã cedo e ouvir gritaria – ele riu — E adoro mais ainda acordar, ir para a mesa do café e descobrir que meu filho desfez o noivado – Peter sentou o sofá de novo. — Não estou reclamando por isso ter acontecido, não, longe de mim, mas eu precisava mesmo saber pelo jornal?

— Mãe, foi tudo muito rápido, eu e Dafne brigamos no estacionamento e ontem ela publicou isso, o que a senhora está fazendo que não está na internet? – Marta gargalhou — Ela publicou ontem sobre o fim e hoje tinha que sair em todo lugar, não é?

— E como aconteceu, o que ela disse? Esta puta de raiva, ou o que?

— Várias coisas, mas, posso dizer que ela não saiu como santa – riu de lado — Dafne é uma pessoa de caráter mamãe, um pouco doente, orgulhosa, às vezes rabugenta...

— Ainda estamos falando dela, ou você resolveu falar um pouco de você? – Peter riu levantando do sofá e andou em direção a varanda, saindo na mesma.

— Estou falando dela, talvez fosse por isso que eu gostava dela, mas nada com que se preocupar, eu não tenho mais interesse, eu gosto de Aline, gosto mesmo.

— Isso é bom meu filho, pelo menos eu sei que agora você pode ser feliz, esquece Joana. – Peter engoliu a seco na mesma hora lembrando-se do beijo — Não é Peter?

— Sim. – respondeu e segurou na barra de ferro — eu esqueci, Joana não significa nada pra mim, eu gosto de Aline – ele repetiu e sua voz soou mais firme, Marta riu animada.

— Assim é que se fala, e onde você está?

— Estou com ela – ele murmurou contente e Marta riu — preciso desligar. Passo na sua casa depois do trabalho – ele desligou depois dela se despedir e virou para sair, encontrou Aline encostada na porta da varanda com uma camisa branca cobrindo os seios, apenas. Tinha uma xícara de café nas mãos. — Está aí há muito tempo?

— Não, mas gostei de ouvir que você gosta de mim, era sua mãe, e então eu resolvi apenas ficar ouvindo, mas se você não gostar que eu ouça qualquer conversa, eu juro que nunca mais repito isso – ela disse com um sorriso sincero, e se aproximou dele dando um selinho demorado.

— Você não parece o tipo de mulher que tem ciúme – Aline deu a xícara para ele e se encostou à barra de ferro também.

— Peter, eu confio em mim mesma. – Ela disse e Peter riu, claro.

— Pensei que você não tivesse se importando quando eu contei sobre o beijo de Joana – ele estava de costas para a barra e Aline de frente, olhando a paisagem — Eu nunca poderia imaginar que ela ainda sentia algo por mim.

— Eu não me importei porque eu acredito em suas palavras, eu acredito em você e confio em mim mesma, e sei que se você escolher ela, um dia, vai ser porque ainda sente algo, e eu quero que você seja feliz comigo ou não.

— Prefiro que seja com você – ela riu de lado.

— Eu também – Peter virou pra ela abraçando-a — Você tem que ir pro escritório, vou arrumar minhas coisas e passo lá para me despedir.

— Quando você volta?

— Domingo. Prometo.

— Dois dias sem você?

— Por favor, Peter. Eu preciso conversar com meus pais antes deles saberem pelos jornais e programas de fofoca – o abraçou também beijando seu peito — Eles não merecem isso de mim, entendeu?

— Tudo bem. Bom, minha mãe você já conhece, quando vou conhecer a sua?

— Quando o tempo certo chegar, meu bem – ele concordou.

**+**

Quando Peter chegou ao trabalho atrasado, depois de pedir mil vezes a Aline para não tirar a roupa na frente dele, o que o deixava maluco e ele esquecia completamente que tinha um trabalho e que precisava estar nele. Por estar atrasado ele passou direto para seu andar, quando o elevador abriu ele saiu arrumando seu terno e parou logo na porta quando viu Ema, ela estava de volta, infelizmente, não estava sozinha, Joana estava em cima dela de costas, de saia...

— Sr. Johnson, que bom que chegou – Ema disse e Joana se virou para encontrar ele também. Peter ignorou o decote e o sorriso lindo que ela deu, a cumprimentou com um aperto de mãos e foi até Ema dando um abraço apertado.

— Seja bem-vinda de volta – ele disse sorridente e se afastou, — Aline disse que deixaria tudo que você fosse precisar saber anotado.

— Sim eu já achei suas anotações.

— E ela, onde está? – Joana perguntou parando ao lado e tocando em seu ombro.

— Viaja hoje, precisa conversar com seus pais e além do mais, Ema voltou – Joana abriu um sorriso enorme e apertou os ombros dele com mais força. — Como foi a viagem Ema?

— Peter, eu preciso falar com você – Joana disse e olhou pra sala dele, Peter olhou pra ela e cruzou os braços — Lá dentro.

— O que é tão especial que ninguém pode ouvir?

— Perdão senhor Johnson, mas eu não...

— Por isso mesmo, pode falar na frente de Ema que não tem problema – Joana riu de lado e jogou o cabelo para trás, aquilo o seduzia de verdade.

— Podemos almoçar juntos? – Peter franziu a testa — Não estou pensando em nada, tá bom, quero falar sobre o que aconteceu ontem.

— Hm – Peter virou para Ema que assentiu entendendo — te vejo depois – virou as costas entrando em sua sala e trancando logo depois. — Eu gosto da Aline, e esqueci Joana. Eu gosto da Aline e esqueci Joana. Eu gosto da Aline, gosto da Aline.

Repetia pra si mesmo.

— Eu gosto muito – ele riu malicioso quando se sentou na cadeira — muito.

Peter puxou a cadeira para ela se sentar. Não era só porque de uma hora pra outra Joana começou a ficar estranha que ele perderia seus modos, sentou logo na sua frente e sacou o celular do bolso, botando em cima da mesa, estava esperando ansiosamente por uma ligação de Aline, ela disse que iria até seu escritório para se despedir caso fosse viajar naquele dia e até agora não tinha aparecido e nem mesmo ligado, ele deixou um recado com Ema, de assim que ela chegar era pra ligar pra ele que ele correria até ela, sem pensar duas vezes.

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