§ Capítulo 2 §

— Garotas, esses são Mason e Christopher Miller — Samantha disse com empolgação ao nos apresentar. — Mason, Chris, essas são Summer, minha irmã, e Lívia, uma amiga de infância.

Eu realmente devo ter feito algo muito ruim na minha vida passada para estar pagando por todos os meus pecados dessa forma.

— Prazer em conhecê-las — o homem da direita se aproximou exibindo um grande sorriso, cumprimentando-me e a Summer com um beijo no rosto.

— O prazer é meu — disse Summer sorrindo para o cunhado.

— Igualmente — murmurei sorrindo para o mesmo.

— Senhorita Carter — a voz irritante de Mason ecoou, atraindo nossa atenção. — Que surpresa encontrá-la aqui.

— Mason — murmurei brevemente, voltando minha atenção para Samantha que nos observava com curiosidade.

— Vocês já se conhecem? — Samantha perguntou com curiosidade. Estava prestes a abrir a boca para falar algo quando meu querido chefe tomou a frente.

— Nós nos conhecemos há um bom tempo, a senhorita Carter é minha secretária a cerca de dois anos — disse Mason com aquele ar de superioridade que ele sempre possuiu.

— Para minha infelicidade — murmurei um pouco mais baixo, e vi um sorriso surgindo nos lábios de Christopher.

— Isso é muita loucura — disse Samantha gargalhando e sendo puxada por Mason para o seu lado.

— Você não imagina o quanto — murmurei sorrindo falsamente. — Você disse que estão noivos, parabéns, Sammy, você merece toda a felicidade do mundo — disse para ela, dessa vez com um sorriso verdadeiro em meus lábios.

Mason pode ser um tremendo babaca, cafajeste e seja lá mais o que, porém, se ele fazia minha amiga feliz, era isso que importava.

Samantha se desvencilhou dos braços de Mason e me puxou para um abraço apertado. Nos soltamos momentos depois e seguimos para uma mesa onde já havia algumas outras pessoas. As apresentações foram feitas e nós nos envolvemos em uma conversa aleatória sobre o que cada um costumava fazer da vida.

Enquanto eu permanecia sentada à mesa ao lado de Summer, Christopher decidiu puxar assunto. Conversamos sobre a vida, e ele me revelou que era o irmão mais novo de Mason, apenas um ano de diferença, assim como Summer e Samantha.

A noite estava fluindo bem, mas não saí de casa apenas para ficar sentada em uma mesa bebendo com desconhecidos. Avisei Summer que iria para a pista dançar, e ela concordou, optando por ficar um pouco mais, já que sua conversa com um dos homens ali presente parecia estar bastante interessante.

Deixei a mesa e segui em direção ao bar, pedindo um dos drinks mais fortes do lugar. Ignorei os olhares insistentes do garçom em meu decote e, após tomar a bebida, dirigi-me para o meio da pista de dança, deixando-me envolver pela música envolvente que tocava.

As músicas latinas tocavam uma após a outra, cada uma melhor que a anterior, e eu me permitia ser levada por aquele ritmo contagiante. Senti mãos em meu corpo, dancei com homens misteriosos que sequer conhecia e mal conseguia ver seus rostos devido às luzes alucinógenas que giravam no ar.

Após algum tempo na pista de dança, retornei à mesa onde os outros estavam. Summer ainda estava em uma conversa envolvente com o homem desconhecido, Samantha conversava com algumas mulheres que provavelmente eram suas amigas, e Christopher e Mason pareciam discutir algo, deixando Mason visivelmente incomodado.

Sentei-me no lugar vazio ao lado de Christopher e chamei um dos garçons que passava pela mesa.

— Eu poderia observá-la dançando daquela forma a noite inteira sem me cansar — a voz masculina ecoou próximo aos meus ouvidos, fazendo-me rir de suas palavras assim que o garçom se afastou.

— Isso era para ser uma cantada? — perguntei a Christopher, que deu um meio sorriso, fazendo-me revirar os olhos e sorrir também.

— Estou apenas tentando dizer que você dança bem — ele disse, aproximando-se cada vez mais. — Seria o homem mais feliz do mundo se pudesse vê-la dançando só para mim — sua voz rouca ecoou em meus ouvidos.

Céus, eu realmente estava ouvindo isso. Tentei conter o riso, mas foi inevitável, e acabei rindo de sua atitude, o que o fez também ter uma crise de riso ao meu lado.

— Você é péssimo com cantadas — disse, rindo, e dando um gole em minha bebida que o garçom havia colocado sobre a mesa.

— Você não pode dizer que eu não tentei — ele disse sorrindo. — Já que minhas investidas não funcionaram, o que devo fazer então para conseguir seu número, ou quem sabe a sorte de uma dança? — Ele perguntou, curioso.

— Bastava pedir — respondi calmamente, ele me entrega seu celular e eu anoto meu contato. Observo quando ele guarda o aparelho com um sorriso estampado em seu rosto.

Peço licença ao mesmo e me levanto, pegando minha bolsa e seguindo em direção ao corredor que ficava ao lado do bar com uma placa que indicava que por ali ficavam os banheiros e também uma escadaria, obviamente eu não sabia o motivo para uma escadaria, ou melhor, preferi me fazer de desentendida.

No corredor pouco iluminado ao lado do bar, algumas pessoas iam e vinham do banheiro, mas por sorte não havia fila. Adentrei o banheiro e fiz minhas necessidades, lavando as mãos e retocando a maquiagem enquanto verificava o estado dos meus cachos.

Ao sair do banheiro, fui surpreendida quando meu corpo foi pressionado contra a parede do corredor. Reconheci imediatamente o cheiro do perfume familiar e ergui os olhos, preparada para reagir ao intruso.

— Dá para tirar suas mãos de mim ou está difícil? — disse com firmeza, encarando aqueles olhos negros cheios de raiva e desejo.

— Qual é o seu jogo, Carter? Você vem ao aniversário de Minha noiva, evita meus olhares, mas dança insinuante para mim, e agora está dando corda para o meu irmão. O que você quer com tudo isso? — ele disparou uma série de perguntas confusas, me fazendo questionar sua sanidade mental naquela noite.

— agora vai. — digo tentando manter a paciência. — Não sei que tipo de droga você usou, mas garanto que não lhe fez bem. Você vai me soltar, e eu vou voltar para a mesa tranquilamente. Caso contrário, irá se arrepender de ter ousado encostar um dedo sequer em mim — respondi, mantendo-me firme sob seu olhar intenso.

— Você não consegue ficar perto de mim sem me desejar, conheço o seu jogo, Carter. Finge ser  amiga de Samantha,  mas esta apenas esperando o momento certo, a primeira oportunidade, para dar o bote — ele sussurrou próximo ao meu ouvido, seu corpo se prendendo ainda mais contra o meu, enquanto uma de suas mãos desce pela lateral do meu quadril.

—Você está se ouvindo ? Esta ouvindo a merda que acabou de sair de sua boca ?— olho fixamente em seus olhos intensos. — Dane-se que você  está aqui ou que é o noivo de Samantha,  você quem me provocou desde que chegamos e agora quer vir falar besteira? Poupe-me de seu teatro Mason.  — Digo com certa irritação e posso perceber quando minhas palavras causam o efeito desejado, ja que seu aperto sobre meu corpo diminui. — E a propósito,  se por um acaso você pretende ter filhos algum dia, sugiro que me solte neste momento — respondi calmamente, observando seus lábios curvarem-se em um sorriso desafiador.

— E se eu não soltar, o que de tão horrível pode acontecer? — ele perguntou com sarcasmo, aproximando-se novamente, mantendo nossos rostos a poucos centímetros de distância.

— Isso — respondi suavemente, antes de soltar minhas mãos de seu aperto e, em um movimento rápido, atingi suas partes íntimas com um golpe certeiro. Ele gemeu de dor enquanto caía no chão, xingando-me com todas as palavras possíveis.

— Eu avisei — disse, afastando-me dele e voltando para a mesa onde os outros estavam.

— Onde você estava? — perguntou Summer, atraindo a atenção de todos.

— Tive que ir ao banheiro, e bem, já estou de saída — respondi, vendo sua expressão de decepção.

— Summer, você prometeu — ela fez uma careta.

— Estou exausta, nos vemos mais tarde. Não precisa se preocupar, liguei para Tyler, ele está vindo me buscar — expliquei, tentando tranquilizá-la.

— Você deveria ficar mais, estamos apenas começando — disse Samantha, bastante animada.

Após muita insistência de todas e algumas mentiras sobre meu irmão estar vindo me buscar, consegui sair da boate e pegar um táxi. Tudo que eu queria naquele momento era minha cama.

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