AVISO: Tortura extrema, violência gráfica e vingança. Este capítulo contém cenas fortes que podem ser sensíveis para alguns leitores. ⚠️ O silêncio da noite na Calábria só é quebrado pelos gritos abafados que ecoam do porão. Não há piedade aqui. Não quando se trata da minha mulher. Não depois de tudo que descobri. Leonardo está preso, pendurado pelos pulsos em correntes presas ao teto, os pés mal tocando o chão frio de cimento. A boca amordaçada impede que ele grite alto o suficiente para alguém fora dessas paredes ouvir. — Olhe bem para mim, bastardo. — rosno, tirando a mordaça com violência. — Você tocou na minha mulher. Você ousou pensar nela como se fosse sua. Agora vai pagar por cada olhar, cada pensamento doentio, cada aproximação maldita. Pego o ferro de marcar, aquecido até ficar incandescente. Ele arregala os olhos quando vê o símbolo da família Fontana, brilhando em vermelho. — Isso é para você lembrar que ela tem dono. Sempre teve. — Encosto o ferro na pele do ombro de
Dias depois... O salão estava iluminado como um templo pagão prestes a presenciar uma celebração sagrada. As luzes âmbar se refletiam nos lustres de cristal, e os capos da máfia se reuniam como deuses em tronos de couro e ouro. A festa não era apenas uma comemoração, era uma declaração de poder. Matteo iria anunciar que seria pai de um menino. O herdeiro. Do sucessor do trono. Respirei fundo em frente ao espelho. Meu vestido era um escândalo. Matteo fez questão de que fosse feito sob medida. Cetim negro, justo até a cintura, acentuando minha barriga de sete meses, com uma fenda que subia até a metade da coxa. As mangas eram longas e transparentes, com cristais bordados que desciam até o punho como se fossem gotas de sangue luxuoso. Nos pés, saltos vermelhos Louboutin. Nos olhos, delineado gatinho. E nos lábios, o vermelho favorito dele. — Você está linda. — disse Matteo ao entrar no quarto, me observando como um homem que quer devorar sua deusa. — Vai fazer todo mundo lembrar de qu
O ar da noite estava pesado, mas era o único que eu conseguia respirar. A varanda estava silenciosa, iluminada pelas luzes fracas da festa ao fundo. O vestido pesava no meu corpo junto com tudo o que eu sentia. Era muita coisa. Medo, raiva, alívio, exaustão. Mas acima de tudo, era dor. Ouvi os passos antes mesmo de vê-lo. — Sabia que você estaria aqui. — disse meu pai, parando atrás de mim. Fechei os olhos por um segundo. Não queria brigar, não ali, não agora. Mas Carlo nunca soube esperar o momento certo para ser um merda. — O que você fez com seu irmão… — ele começou. Virei de frente, encarando o homem que me deu a vida e nunca me protegeu dela. — O que ele fez comigo, você quer dizer? Ele se aproximou mais. — Ele era doente por você, mas você também nunca ajudou. Sempre provocando, sempre querendo atenção. Você tem parte nisso, Angeline. Sempre teve. As palavras cortaram como navalhas. O sangue subiu à minha cabeça. Senti a mão tremendo. — Eu era uma criança! Gritei. Cus
Saí do banheiro enrolada na toalha, os cabelos ainda úmidos, pingando gotas quentes no chão de mármore. Meu corpo doía inteiro, e eu me sentia um balão prestes a estourar. Os pés estavam tão inchados que mal conseguiam tocar o chão sem arder, os seios latejando de tanto peso e sensibilidade. Grávida de sete meses… parecia que eu carregava o mundo. Me joguei sentada na beirada da cama, soltando um suspiro frustrado. Eu amava aquele bebê crescendo dentro de mim, mas às vezes meu corpo pedia socorro. A porta se abriu e Matteo entrou, ajeitando a camisa dentro da calça. Ele tinha acabado de colocar Isabella para dormir, e me lançou aquele olhar que só ele tinha. Um misto de preocupação, desejo e posse. — Está tudo bem? — perguntou, vindo até mim. — Tudo dói. — soltei, direta, encostando as costas na cabeceira. — Meus pés estão uma bola, meus peitos parecem que vão explodir… e minha cabeça está latejando desde o início da festa. Ele ajoelhou à minha frente sem dizer uma palavra. Tirou
Dois meses depois... Nove meses.Nove malditos meses. Eu estava explodindo. Literalmente. A barriga parecia que ia rasgar minha pele de dentro para fora, meus pés pareciam dois pães italianos inchados e doídos, meus seios estavam pesados como pedras, mas o pior… o pior era o tesão. Sim, isso mesmo. Eu estava à beira de enlouquecer. — Angeline, não pega essa garrafa! — Matteo apareceu na porta da cozinha como se eu estivesse prestes a me jogar do alto de um prédio. — É só água! — rebati com um olhar fulminante, mas não adiantava. — E a sua perna pode inchar ainda mais se você ficar de pé por mais de dez segundos. Volta pro sofá. Agora. Revirei os olhos e voltei, resmungando, sentindo a maldita contração de treinamento apertar minha barriga. De novo. Era a terceira vez naquele dia. — Não vai nascer agora. — murmurei sozinha, tentando me convencer. — Só falta um pouco… só um pouco… O problema era que, com tudo aquilo acontecendo no meu corpo, parecia que ele tinha resolvido qu
O silêncio na casa era raro. Mas naquela manhã, tudo parecia sagrado. Angeline dormia profundamente no quarto, exausta, com o pequeno Luca aninhado em seus braços. Eu fiquei ali por horas, só observando. Ela, tão pequena, tão forte. E ele… meu filho. Meu legado. O Don da Calábria agora era pai. Mas logo os sussurros começaram do lado de fora do quarto. O burburinho de vozes ansiosas, passos contidos, gente esperando permissão para entrar. Abri a porta devagar e encarei o grupo parado no corredor. Sofia foi a primeira a sorrir. — Posso ver ele? — ela perguntou, os olhos já marejados. Assenti com a cabeça. — Com cuidado. Ele e a mãe ainda estão frágeis. Sofia entrou com cuidado, levando Ivan pela mão. Minha avó veio logo atrás, caminhando devagar, com Verônica apoiando seu braço. Luigi estava mais afastado, como se não quisesse invadir. A cena que se seguiu arrancou até de mim um nó na garganta. Verônica foi a primeira a segurar Luca. Ela o recebeu nos braços com uma reverên
Um mês depois... Um mês se passou desde que Luca chegou ao mundo. Um mês intenso. Um mês em que tudo mudou dentro de mim. Hoje é o batizado do meu filho. Só de dizer isso em voz alta, meu coração aperta. Ainda me parece surreal. Eu, com apenas dezessete anos, mãe. Mas ao olhar para ele, tudo faz sentido. Tudo. A mansão está movimentada desde cedo. Costureiras, seguranças, arranjos, flores brancas. Matteo quis tudo impecável, como tudo que envolve o nome Fontana. Nada menos que perfeito para o herdeiro. Desço as escadas devagar, com Luca nos braços. Matteo está ao meu lado, sempre protetor, como se o menor passo em falso fosse me quebrar. E talvez quebrasse mesmo, se ele não estivesse comigo. Meu vestido é branco, longo, delicado como um sopro. Nos meus cabelos, uma tiara de pérolas. Me sinto frágil. Mas poderosa. Me sinto mãe. Me sinto dele. Luca dorme tranquilo. Como pode alguém tão pequeno carregar tanta importância? Tanta responsabilidade? — Ele vai ser um guerreiro. — Matte
A mansão está silenciosa agora. Os convidados já se foram, a música parou, e até as luzes mais fortes foram apagadas, deixando só o brilho suave dos lustres menores. Entro no quarto devagar, tirando os brincos e deixando os sapatos no canto. Meus pés doem, minha cintura parece que vai quebrar ao meio, e meu peito está sensível como sempre. Ainda assim, estou com um leve sorriso. Foi um bom dia, tirando o veneno da víbora da Martina. Ouço a porta se fechar atrás de mim. Matteo tranca, como sempre faz.Ele vem até mim em silêncio, até parar bem atrás. Sinto o calor dele antes do toque. — Fiquei te observando o tempo todo. — a voz dele vem baixa, rouca, arrastada. — Você sabe o que faz comigo quando fala daquele jeito, né? — Que jeito? — pergunto, já sabendo exatamente. Ele desliza os dedos pela minha cintura, me puxando de leve para trás, contra o corpo dele. — Quando se impõe. Quando lembra para todo mundo que é minha. — Matteo passa o nariz pela minha nuca. — Quando deixa claro